• Maconha faz mal?

    Saiba mais sobre a fundamentação científica acerca dos efeitos da maconha sobre o organismo.

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80% dos usuários de outras drogas começam pela maconha

'80% começam pela maconha', diz psicólogo que atende viciados no AM


80% dos usuários de outras drogas começam pela maconha
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que cerca de 1,5 milhão de brasileiros consomem maconha diariamente no Brasil. No Amazonas, não há números exatos sobre o problema, mas as instiutições que cuidam de dependentes vivem cheias. Só em 2011, cerca de 1.100 pessoas pessoas passaram pelo Serviço de Atendimento Psicossocial às Famílias (Sapif) voltado para problemas envolvendo o consumo de drogas.


A pesquisa da Unifesp, publicada nesta quarta-feira (1) pelo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), indica também que oito milhões de pessoas no Brasil já experimentaram a droga pelo menos uma vez na vida, e cerca de dois milhões a consomem diariamente.

  • Tida como a substância ilícita mais consumida no mundo, a maconha também é considerada, segundo psicólogos, o meio de acesso aos entorpecentes mais pesados, como cocaína, crack, heroína, entre outros. De acordo com informações da Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Amazonas (Seas), mais de 1.100 pessoas passaram pelo Serviço de Atendimento Psicossocial às Famílias (Sapif) no ano de 2011, que atende em média 15 com quadro de dependência química por dia na capital amazonense.


    Com investimento de R$ 1,6 milhão ao ano, o serviço oferece aos dependentes atendimentos clínicos, ambulatoriais e, dependendo da situação, internações em uma das unidades conveniadas, como a Fazenda da Esperança, o Desafio Jovem, o Serviço Missionário do Amazonas (Recanto da Paz e Sítio Feminino de Apoio Ester), o Núcleo de Tratamento Ambulatorial e Atenção às Famílias (NAF Brasil), o Instituto Novo Mundo e a Sociedade Beneficente Cristã do Amazonas.

    Localizada no Km 14 da BR-174, a Fazenda da Esperança, dirigida por religiosos, abriga em média cem jovens do sexo masculino. “Infelizmente sempre estamos com a casa cheia”, afirmou o psicólogo da instituição, Péricles de Miranda Ribeiro. Ainda segundo ele, cerca de 80% dos jovens internados na Fazenda da Esperança iniciaram no mundo das drogas através da maconha.

  • De acordo com a pesquisa publicada pelo Lenad, mais de 60% dos usuários de maconha experimentaram a droga pela primeira vez antes do 18 anos. Desses 62%, cerca de 35% dos usuários usaram pela primeira vez aos 16 anos. “A grande maioria dos usuários internados aqui são jovens na faixa dos 18 aos 25 anos. No caso dos mais velhos, a partir dos 35 anos, o problema se torna o álcool”, completou Péricles.


    Além dos serviços de internação e ambulatorial, o Sapif promove encontros trimestrais com as famílias e mesa redonda com as entidades conveniadas. Já o Projeto Ame a Vida, que funciona nos Distritos Integrados de Polícia (DIPs), também realiza reuniões com as famílias nos bairros e promove rodadas de discussões sobre o combate e prevenção às drogas. O projeto Ame a Vida foi criado em 2008 e até hoje já atendeu mais de 600 mil pessoas em Manaus.

    Ainda de acordo com o estudo da Unifesp, 75% dos entrevistados (cerca de 111 milhões de pessoas) é contra a legalização da maconha no país; 11% (cerca de 16,3 milhões) é a favor da legalização; enquanto 14% (cerca de 20,9 milhões) não tem uma opinião formada sobre a questão.

    Fonte - G1

    Pesquisa americana revela aumento do uso ilícito de maconha em estados onde a maconha foi legalizada

    Aumento de uso ilícito em estados onde a maconha foi legalizada


    Estados Unidos
    Uma análise dos dados de inquéritos nacionais indica que as leis que legalizam o consumo de maconha medicinal estão associadas a aumentos no consumo ilícito de cannabis e nos distúrbios do consumo de cannabis entre os adultos. A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas (NIDA) eo Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA), ambos parte dos Institutos Nacionais de Saúde.

    Pesquisa americana revela aumento do uso ilícito de maconha em estados onde a maconha foi legalizada

    Comparando tendências globais em estados com leis de maconha medicinal para estados sem essas leis, os autores examinaram dados de três pesquisas apoiadas pelo NIAAA realizadas em 1991-1992, 2001-2002 e 2012-2013. Além disso, a definição de desordem de uso de cannabis foi baseada na definição do DSM-IV de abuso de cannabis ou dependência nos últimos 12 meses. Os autores estimam que um adicional de 1,1 milhões de adultos usuários de cannabis ilícitos e um adicional de 500.000 adultos com um transtorno de cannabis DSM-IV pode ser atribuível a passagem de lei de maconha medicinal. No entanto, os investigadores também nota que poderia haver outros fatores contribuintes.

    Esses achados enfatizam a importância de examinar como as leis mais permissivas sobre a maconha estadual podem aumentar o risco de consequências para a saúde relacionadas à cannabis. Um comentário acompanhante sobre o artigo por NIDA cientistas destaca os potenciais efeitos negativos da cannabis sobre a saúde mental.

    Tradução Mais 24Hrs

    Artigo original 

    Fonte - NIDA

    "Porque, hoje, já não dão."


    O STF está julgando a liberação do porte de maconha para uso próprio. A favor da medida estão, como sempre, cantores, jornalistas, sociólogos, advogados, surfistas e ex-presidentes que, durante seus governos, nunca tiveram uma política sobre drogas em termos de esclarecimento, prevenção e cura –entre os quais, FHC. Mas o que pensam a respeito os profissionais da saúde, como os médicos e os psiquiatras?


    A entrevista da dra. Ana Cecilia Marques, presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas), à Folha ("População não entende liberação de droga para uso próprio, diz psiquiatra", 21/8), responde a essa pergunta. Merece ser acessada e lida na íntegra. Mas aqui vão alguns de seus principais pontos.


    "A população não entenderá que a liberação é só para uso pessoal. Pensará que liberou geral. * Nos países que aplicaram essa flexibilização, houve aumento de consumo entre adolescentes, de dependência da cannabis e da facilidade para consumir outras drogas. * Fala-se do porte individual, mas onde cada um vai comprar? De empresas que plantem, colham e fabriquem o cigarro. Ou seja, vai-se criar uma indústria da maconha, como a do álcool. * Quem dita a política do álcool no Brasil? A Ambev. Quem ditará a política da droga? A indústria da droga.



    "Onde está escrito que a droga é um problema individual, que não afeta terceiros?
    * A maconha não é um simples produto. É uma droga psicotrópica, que atinge o córtex pré-frontal, que controla a autonomia. O usuário não controla a quantidade que usa nem os seus atos e muito menos as consequências, que não atingem só a ele. "As pessoas vão usar mais, vão pirar mais e não haverá leitos ou serviço de saúde que deem conta dos quadros de intoxicação e dependência – porque, hoje, já não dão."
    Autor - Ruy Castro, Folha de São Paulo 

    Cientistas dos EUA criam bafômetro para maconha no trânsito

    Cientistas dos EUA criam bafômetro para maconha no trânsito
    Dirigir sob influência de drogas é ilegal em vários países, inclusive no Brasil. Mas, até hoje, os policiais precisam esperar por exames de sangue para confirmar se um motorista está sob efeitos de entorpecentes, o que pode levar até 24 horas, fazendo com que a fiscalização não seja eficaz. Agora, pesquisadores da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, desenvolveram um bafômetro capaz de detectar o THC, princípio ativo da Cannabis sativa, com resultados gerados quase que imediatamente.

    O dispositivo usa a tecnologia de espectrometria de massa por íons, que é usada por profissionais de segurança de aeroportos para detectar drogas e explosivos. O protótipo, que poderá ser testado em humanos já no próximo ano, não é projetado para calcular o “quão drogado” um condutor pode estar, mas simplesmente para confirmar se eles têm THC em seus corpos.

    A intenção é, no caso do teste acusar níveis de THC, o motorista ser direcionado a um exame de sangue que poderia ser usado como prova em tribunal. O consumo de drogas afeta habilidades de condução das pessoas, e pode dar-lhes tempos de reação mais lentos, náuseas, alucinações, ataques de pânico, paranoia, tontura, fadiga e dificuldade de concentração, o que poderia aumentar as chances de um acidente.

    Fonte - O Tempo

    Consumo de maconha por adolescentes pode causar danos ao sistema imunológico

    Consumo de maconha por adolescentes pode causar danos ao sistema imunológico
    Uma nova pesquisa publicada no “Journal of Leukocyte Biology” sugere que a exposição precoce à maconha pode afetar o desenvolvimento do sistema imunológico. Composta por cientistas italianos, a equipe constatou que o uso de maconha na adolescência pode causar sérios danos a longo prazo. Tais danos podem resultar em doenças autoimunes e doenças inflamatórias crônicas, como a esclerose múltipla; doença inflamatória do intestino e artrite

    reumatoide na fase adulta.

    Para chegar a essa descoberta, os cientistas injetaram em um grupo de ratos "adolescentes" THC, o principal componente ativo da maconha, por 10 dias. Este período no ciclo de vida do rato corresponde ao período da adolescência em humanos. Um segundo grupo de animais testados recebeu apenas um placebo. No final do tratamento, ambos os grupos foram deixados em repouso durante aproximadamente dois meses, até atingirem a idade adulta completa.

    Em seguida, a atividade do sistema imunitário foi avaliada considerando diversas medidas importantes, tais como a capacidade dos leucócitos de produzir citocinas para montar uma resposta de anticorpos à vacinação ou a capacidade do macrófago para partículas de fagócitos. O grupo de ratinhos tratados com THC na adolescência tinha alterações graves nas respostas imunitárias na idade adulta.

    Para os cientistas, esses estudos não só apontam a adolescência como uma fase-chave da sensibilidade do sistema imunológico, mas também como dramáticos e duradouros os efeitos negativos que o abuso da droga por adolescentes pode ter sobre a função imunológica. Os estudiosos esperam que o risco de adoecimento na fase adulta seja um fator de impedimento do abuso de maconha entre os jovens.

    Fonte - Medical News Today (com adaptações)

    Criatividade não é melhorada através do uso de maconha, diz pesquisa

    Criatividade não é melhorada através do uso de maconha, diz pesquisa
    Algumas pessoas acreditam que fumar maconha aumenta a criatividade. Mas um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Leiden, na Holanda, afirma que este não é o caso; fumar maconha pode até prejudicar a criatividade. A equipe de pesquisa publicou recentemente suas descobertas na revista Psychopharmacology.


    Efeitos como descontração e aumento da criatividade têm sido atribuídos ao principal ingrediente psicoativo da maconha – o tetrahidrocanabinol (THC). Os pesquisadores queriam testar como a maconha - com diferentes doses de THC - influencia o pensamento criativo. Foram observados 59 usuários regulares de maconha para o estudo que os dividiu em três grupos.

    Um grupo recebeu a cannabis com teor elevado de THC (22 mg, equivalente a três articulações). A outro grupo foi dado cannabis com uma dose baixa de THC (5,5 mg, equivalente a uma articulação), enquanto ao grupo restante foi dado um placebo. Duas formas de pensamento criativo foram medidas: o pensamento divergente (chegando com ideias, explorando o máximo de soluções possíveis) e o pensamento convergente (encontrar a única resposta correta a uma pergunta).

    Resultados

    Os pesquisadores descobriram que a maconha com THC com altas doses prejudicava o pensamento divergente entre os participantes em comparação com uma dose baixa de THC e um placebo. Em participantes expostos a altas doses, houve diminuição na fluência, flexibilidade e originalidade das respostas dos participantes.


    Além disso, o estudo constatou que os participantes que fumavam maconha com baixa dose de THC não superam significativamente os outros grupos. Desse modo, baixas e altas doses da substância parecem não ter efeito sobre o pensamento convergente dos participantes.

    O estudo conclui que a melhoria da criatividade é uma ilusão. Para superar um bloqueio ou qualquer outra lacuna criativa, fumar maconha não é a melhor opção. E aumentar as doses pode até ser contraproducente para o pensamento criativo.

    Fonte - Medical News Today (com adaptações)

    Estudo americano aponta círculo vicioso em quem fuma maconha

    Estudo americano aponta círculo vicioso em quem fuma maconha
    Segundo o estudo, os jovens que usam maconha frequentemente experimentam um aumento de sensação negativa nas 24 horas anteriores ao uso. Nesse sentido,
    fumar maconha como uma técnica de enfrentamento de situações problemáticas pode tornar mais complexo e real o cenário de um círculo vicioso.

    Para o estudo, foram recrutadas 40 pessoas, com idades entre 15 e 24 anos, que usaram maconha pelo menos duas vezes por semana, embora sua média tenha sido de 9,7 vezes por semana. Elas foram treinadas para usar um computador de mão que lhes assinalava em um horário aleatório dentro de intervalos de três horas (quatro a seis vezes por dia) durante duas semanas. A cada sinal, os participantes foram questionados sobre humor, se estavam acompanhados, disponibilidade de maconha e uso recente da droga. Os participantes também foram solicitados a relatar imediatamente sobre qualquer uso de maconha. Eles completaram mais de 3.600 relatórios.

    Resultado

    Os pesquisadores descobriram que o afeto negativo aumentou significativamente durante as 24 horas anteriores ao uso da maconha em comparação a outros períodos. No entanto, a sensação de afeto positivo não variou no período antecedente ao uso da maconha em comparação a outras épocas.

    O estudo conseguiu coletar os dados em tempo real para avaliar o humor em comparação ao uso de maconha. Por fim, indica-se aos médicos e conselheiros que ajudem seus pacientes a identificar padrões de sentimentos negativos e implementar estratégias de regulação de humor para substituir o uso da maconha.

    Fonte - Medical News Today (adaptado)

    Maconha diminui chances de jovem terminar os estudos

    Maconha diminui chances de jovem terminar os estudos
    Adolescentes que fumam maconha com frequência têm menos chances de concluir os estudos na escola e de conseguir um diploma no ensino superior do que jovens que não são usuários da droga.É o que descobriram pesquisadores após analisarem os resultados de pesquisas feitas anteriormente sobre o assunto.


    O trabalho ainda indicou que o uso da maconha aumenta em até oito vezes as chances de os adolescentes consumirem outras drogas ilícitas nos anos seguintes.A nova pesquisa, feita por especialistas da Austrália e Nova Zelândia, se baseou nos dados de 3765 pessoas que fumavam maconha e que fizeram parte de três estudos científicos sobre os impactos da droga na adolescência.Segundo a análise, publicada nesta terça-feira no The Lancet Psychiatry, fumar maconha todos os dias antes dos 17 anos diminui em até 60% as chances de o adolescente concluir os estudos em comparação com nunca ter usado a droga.

    O estudo fornece uma evidência consistente de que prevenir ou postergar o uso de maconha pode promover amplos benefícios sociais e de saúde, diz o coordenador da pesquisa, professor do Centro Nacional de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade de New South Wales, na Austrália. Iniciativas para reformular leis sobre o uso de maconha devem ser avaliadas cuidadosamente para garantir que o uso da droga entre adolescentes diminua.

    Fonte - odebate.com.br (adaptado)

    Consumo diário de maconha coloca em risco saúde e bem-estar


    Consumo diário de maconha coloca em risco saúde e bem-estar

    Os adolescentes que usam maconha diariamente correm um risco maior de se tornarem dependentes de drogas, cometer suicídio ou experimentar outras drogas e são menos propensos a ter sucesso em seus estudos do que aqueles que a evitam, anunciaram pesquisadores australianos nesta quarta-feira (10).

    Em uma análise de estudos sobre a cannabis, os cientistas afirmaram que esses efeitos de longo prazo sobre a saúde e a vida são importantes, uma vez que vários países estão planejando afrouxar a legislação sobre o uso da planta.


    A cannabis é a droga ilícita mais consumida em todo o mundo, apesar de haver uma tendência para sua descriminalização em alguns países.

    "Nossas descobertas são particularmente oportunas, dado que vários estados dos EUA e países da América Latina têm feito movimentos para descriminalizar ou legalizar a cannabis, levantando a possibilidade de a droga se tornar mais acessível para os jovens", disse Richard Mattick, professor do Centro Nacional de Pesquisa sobre Drogas e Álcool da Universidade de New South Wales, na Austrália, que co-liderou o estudo.

    Usando dados de três estudos amplos e de longa duração, os pesquisadores descobriram que as pessoas que começam a fumar maconha diariamente antes dos 17 anos têm uma probabilidade 60% menor de concluir o ensino médio ou obter um diploma universitário.

    A análise cruzada também indicou que os os que usam diariamente maconha durante a adolescência são 7 vezes mais propensos a tentar o suicídio, tem 18 vezes mais risco de dependência da substância, e são 8 vezes mais propensos a usar outras drogas ilícitas na vida adulta.

    "Os formuladores de políticas precisam estar cientes de que o uso precoce de cannabis está associado a uma série de resultados negativos para os jovens adultos que afetam sua saúde, bem-estar, e também suas realizações", disse Edmund Silins, também do Centro Nacional de Pesquisa sobre Drogas e Álcool, que apresentou os resultados em uma coletiva de imprensa 


    Ligações Claras e consistentes

    Dados recentes mostram que os jovens em alguns países estão começando a usar maconha mais cedo do que antes e que mais adolescentes estão fazendo uso pesado de maconha.

    Nos Estados Unidos, cerca de 7% dos estudantes no último ano do ensino médio usam diariamente ou quase diariamente maconha, enquanto na Inglaterra, 4% dos jovens de 11 a 15 anos informou ter usado maconha no mês passado.

    Na Austrália, cerca de 1% dos jovens de 14 a 19 anos de idade são usuários diários da droga, enquanto 4% fuma semanalmente.

    Silins disse que quaisquer mudanças na legislação sobre a cannabis devem ser avaliadas cuidadosamente para garantir que elas vão ajudar a reduzir o consumo de maconha na adolescência e prevenir seus efeitos potencialmente adversos.
    O estudo, publicado na revista "Lancet Psychiatry", analisou dados de até 3.765 participantes consumidores de maconha com relação a sete efeitos no desenvolvimento até a idade de 30 anos.

    Esses fatores incluíram a conclusão do ensino médio, a obtenção de um diploma universitário, dependência da cannabis, o uso de outras drogas ilícitas, tentativas de suicídio, depressão e o bem-estar.

    Constataram-se associações claras e consistentes entre frequência do consumo de cannabis durante a adolescência e os resultados na maioria dos jovens adultos investigados, mesmo após o controle de potenciais fatores de interferência como idade, sexo, etnia, nível socioeconômico, uso de outras drogas e doenças mentais.

    Fonte - Reuters - G1

    Efeito de eventual legalização da maconha sobre a violência divide opiniões

    Efeito de eventual legalização da maconha sobre a violência divide opiniões

    A regulamentação da produção, comércio e uso da maconha pode ajudar a reduzir a violência associada ao tráfico de drogas? A questão levantada pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi um dos pontos centrais de debate promovido nesta segunda-feira (11) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Embora os dois debatedores convidados tenham, em geral, questionado a efetividade da repressão, houve muitas opiniões divergentes após a abertura da palavra aos demais presentes.

    Relator da sugestão popular para regulamentação do uso medicinal e recreativo da maconha (SUG 8/2014), Cristovam disse que recebeu muitas críticas por colocar o assunto em debate, mas argumentou que "é um crime" fechar os olhos para o problema das drogas. A comissão aguarda a opinião do senador para decidir se a proposta vai virar projeto de lei.

    - O Brasil está perdendo a guerra contra as drogas. Temos que procurar outro caminho para enfrentar essa guerra. Ou regulamentando, não para permitir o uso, mas para resolver o problema, ou criando novos mecanismos que, sem regulamentar, façam com que a gente consiga ganhar – observou.

    O coronel Jorge da Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro, concordou com o senador. Ele disse que, embora já tenha sido favorável à prisão de usuários e à proibição total das drogas, os índices de violência demonstram que o atual modelo proibicionista não deu resultados positivos.

    - Esse modelo, em vez de cumprir a sua finalidade, que é proteger a juventude, massacra a juventude – afirmou o coronel, ressaltando que as populações mais pobres são as principais vítimas da violência que envolve traficantes e policiais.

    Segundo Nivio Nascimento, do programa Estado de Direito do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), faltam evidências de efeitos da regulamentação da maconha, seja no nível de consumo ou na redução da violência. Ele defendeu um equilíbrio entre ações destinadas à redução da oferta e à redução da demanda.

    - Durante muitos anos, as políticas de drogas se centraram na redução da oferta por meio de ações de repressão ao uso, porte e tráfico de entorpecentes. Erros ocorreram, mas também acertos. O fato é que ficou em segundo plano a redução da demanda, que se traduz em ações destinadas a educação, tratamento e reintegração social de usuários e dependentes – disse.

    Opiniões contrárias

    Na fase de abertura da palavra aos que acompanhavam a audiência na plateia, houve mais manifestações contrárias à regulamentação, com argumentos como a relação entre o uso da maconha e o consumo de drogas mais nocivas.

    Segundo Rossana Brasil, presidente da Comissão de Políticas Públicas sobre Drogas da OAB-CE, o uso de drogas é uma doença incurável e progressiva que leva a apenas dois caminhos: cadeia ou cemitério. Segundo ela, a maconha funciona como uma porta de entrada para o mundo das drogas.

    Nazareno Feitosa, da Federação Espírita do Distrito Federal, levantou uma série de pontos contrários à regulamentação e questionou eventuais benefícios da maconha para uso terapêutico. Em sua opinião, a legalização da maconha tampouco é caminho para se reduzir a violência.

    - As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes, mas diminuem sua incidência e o número de vítimas. É assim na China, em Cuba, nos EUA e na Suécia, para citar alguns exemplos. E a legalização da maconha não influenciaria o tráfico, pois somente 20% do dinheiro do tráfico advêm da maconha – afirmou.

    Contrária à legalização, Solange Palhardo, coordenadora do projeto "Amor à vida, droga não!", relatou a morte de um familiar, que teria ocorrido em decorrência do uso de drogas.

    O ex-deputado federal Luiz Bassuma disse que a questão passa também por interesses comerciais. Para ele, o Brasil não pode servir como laboratório para a questão.

    - O que está por trás são especulações de grupos poderosos. O Brasil, diferente do Uruguai, hoje tem terras improdutivas em que a maconha se aplica muito bem. Na hora que tornar legal, os traficantes do mundo vão comprar droga aqui – afirmou.

    'Maniqueísmos'

    Em resposta às críticas à regulamentação, o coronel Jorge da Silva disse que é preciso evitar maniqueísmos e apostar em um modelo que paute a prevenção em vez da proibição.

    - Eu fico impressionado com o fato de as pessoas quererem demonstrar os males da maconha. Quem está dizendo que não faz mal? Claro que ela faz mal também, mas alguns aspectos da cannabis podem ser utilizados para o bem. Costumo ouvir das pessoas comentários como: meu irmão foi drogado e sou contra por isso. A minha filha não sei o quê. Mas, vem cá, ele foi drogado em que modelo? – rebateu.

    Segundo ele, o álcool é tão ou mais maléfico que a maconha para a saúde, mas ninguém propõe a criminalização do uso do primeiro.

    - Na minha cabeça não entra criminalizar um e não criminalizar outro. Se vamos criminalizar tudo, então, vamos conversar – disse.

    Felipe Marques, estudante de Ciências Política da Unb, observou que, mesmo sendo proibido, o consumo de maconha não cessa.

    - Não se trata de legalizar. Já está legalizado. As pessoas consomem independente de estar proibido ou não. Quando você legaliza, você dá a chance ao estado de pelo menos acolher essas pessoas – ponderou.

    Fonte - Senado

    Risco genético de esquizofrenia também pode levar ao consumo de maconha

    É possível que a predisposição genética de uma pessoa a ter esquizofrenia também aumente a chance de ela se tornar usuária de drogas – especificamente de maconha. É o que concluiu um estudo britânico publicado nesta semana.


    Segundo os pesquisadores, trabalhos anteriores já haviam identificado uma relação entre o transtorno psiquiátrico e o uso da droga. No entanto, eles indicavam que a maconha pode afetar o cérebro de modo a aumentar o risco de esquizofrenia. “Nosso estudo certamente não descarta essa possibilidade, mas sugere que provavelmente existe também outro tipo de associação”, diz o coordenador do estudo, Robert Power, pesquisador do Instituto de Psiquiatria do King’s College.

    A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que costuma aparecer na adolescência e que afeta cerca de 1% da população. Os sintomas mais comuns incluem a perda de contato com a realidade, alucinações, pensamentos desordenados, índice reduzido de emoções e alterações nos desempenhos sociais e de trabalho.

    As causas da esquizofrenia ainda não são completamente conhecidas, mas cientistas sugerem que a doença surge a partir de uma combinação de fatores genéticos, físicos, psicológicos e ambientais. Pesquisas anteriores já identificaram algumas mutações genéticas que aumentam o risco do transtorno.

    Análise — O novo estudo, publicado na revista Molecular Psychiatry, foi realizado com 2.082 pessoas saudáveis, sendo que metade delas era usuária de maconha. Os pesquisadores avaliaram o risco genético de esquizofrenia entre os participantes – ou seja, a quantidade de variações genéticas relacionadas à doença que cada um apresentava.

    As conclusões indicaram que as pessoas geneticamente predispostas a ter esquizofrenia também eram mais propensas a serem usuárias de maconha e a consumir a droga em quantidades maiores do que os indivíduos sem essa predisposição genética.

    “Nosso estudo destaca a complexa interação entre genes e ambiente quando falamos de maconha e esquizofrenia. Nossos achados são importantes, considerando os impactos da droga sobre a saúde”, diz Power.

    Fonte - Adaptado de Veja

    A maconha e o mito do prazer inofensivo


    O que se sabe hoje sobre os danos e o potencial medicinal da droga, segundo uma das maiores especialistas do mundo.
    (Cristiane Segatto)

    A psiquiatra Nora D. Volkow, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos Estados Unidos, acaba de prestar mais uma contribuição a um dos debates quentes e atuais na fronteira tênue entre saúde e justiça. Num momento em que tantos países – entre eles, o Brasil – discutem os prós e contras da legalização da maconha (para uso medicinal ou recreativo), Nora reuniu num artigo científico o conhecimento mais atualizado sobre os efeitos da droga.

    Está lá um bom resumo do que se sabe hoje sobre os danos provocados pela maconha e sobre os possíveis benefícios no tratamento de doenças. O trabalho foi publicado ontem (05/06) no New England Journal of Medicine. Nesta coluna, destaco as principais conclusões da equipe de Nora, uma das mais respeitadas pesquisadoras sobre drogas em todo o mundo.

    DEPENDÊNCIA


    Cerca de 9% daqueles que experimentam maconha vão se tornar dependentes. Entre os que fumam maconha todos os dias, a taxa de dependentes chega a 50%. Um em cada seis garotos que começam a usar a droga na adolescência se torna dependente. A probabilidade de apresentarem sintomas de dependência dois anos após a primeira experiência é até quatro vezes mais elevada que a verificada entre os que começam a usar a droga na idade adulta.


    DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO


    O uso de maconha na adolescência é a grande preocupação dos especialistas. O desenvolvimento do cérebro só fica completo por volta dos 21 anos. Antes disso, ele é altamente vulnerável a agressões ambientais, como a exposição ao tetrahidrocanabinol (THC), um dos principais componentes da maconha.


    SAÚDE MENTAL



    Em vários estudos, o uso regular da droga foi associado a um risco mais elevado de desenvolvimento de ansiedade e depressão. Ainda não foi possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Não se sabe se a maconha é, de fato, a causa dessas doenças. A droga também parece aumentar o risco de psicoses (entre elas, a esquizofrenia). Isso ocorre, em especial, entre as pessoas que já têm uma predisposição genética à doença. Em pessoas com esquizofrenia, a droga pode exacerbar a doença. Um estudo demonstrou que o uso regular de maconha pode antecipar o primeiro surto em até seis anos.


    DESEMPENHO ESCOLAR


    A droga pode provocar falhas de memória que dificultam o aprendizado e capacidade de reter informações. Alguns estudos demonstram que os dependentes de maconha têm pior desempenho escolar e maior probabilidade de abandono dos estudos. Pode ocorrer também um déficit cognitivo. O QI (coeficiente de inteligência) dos que fumaram maconha com frequência durante a adolescência tende a ser mais baixo.


    ACIDENTES DE TRÂNSITO


    A exposição imediata ou frequente à maconha prejudica as habilidades motoras e aumenta o risco de acidentes de trânsito. Nos Estados Unidos, a maconha é a droga ilícita mais frequentemente associada a desastres nas ruas e estradas.


    CÂNCER E OUTRAS DOENÇAS


    O risco de tumores malignos em pessoas que fumam maconha continua não esclarecido. As evidências disponíveis sugerem que o risco de câncer é maior entre os que fumam tabaco. A maconha pode provocar inflamações nas vias aéreas e doenças crônicas como bronquite. A droga também tem sido associada a um risco mais elevado de problemas vasculares que podem provocar infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Essa relação é complexa e ainda não está completamente esclarecida.


    Como se vê, a crença de que fumar maconha é um prazer inofensivo não passa de mito. As evidências mais atuais reunidas por Nora podem contribuir para o debate sobre o uso recreativo da droga. Há um segundo debate, ainda mais doloroso, sobre o uso da maconha para fins medicinais.

    Atualmente a importação de remédios feitos a partir de componentes da maconha não é liberada no Brasil. Só pode ocorrer com autorização judicial. Famílias de pacientes que sofrem com doenças graves (como epilepsia resistente a qualquer medicamento convencional) depositam esperança no tratamento com produtos como o spray Sativex, do laboratório britâncio GW Pharmaceuticals.

    As famílias tinham a expectativa de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberasse a importação de medicamentos como esse. No dia 29, a Anvisa decidiu adiar a decisão. É possível que a liberação de importação não saia tão cedo.

    "No mercado, não há remédio só à base de canabidiol”, disse Dirceu Barbano, diretor-presidente da agência. “Mesmo que o canabidiol seja aprovado, as pessoas não poderão importar os medicamentos porque eles têm, em sua composição, outras substâncias proscritas." É o caso do Sativex. Além do canabidiol (CBD), ele contém THC.

    Segundo Barbano, a agência não tem informações suficientes sobre os efeitos colaterais que o canabidiol possa provocar. “O CBD tem sido usado no Brasil em crianças e nós não detemos informações na literatura de qual é a consequência orgânica do uso de médio e longo prazo por crianças de diferentes idades. É dever da Anvisa evitar os efeitos colaterais e alertar sobre os riscos”.

    No artigo publicado ontem, Nora relaciona o conhecimento mais recente sobre o papel da maconha no tratamento de doenças. Um resumo:

    ESCLEROSE MÚLTIPLA

    O spray oral Sativex, uma mistura de THC e CBD, demonstrou ser eficaz no tratamento da esclerose múltipla, da dor neuropática e de distúrbios do sono. Está disponível no Reino Unido, no Canadá e em outros países. Nos Estados Unidos, ainda não recebeu a aprovação da FDA, a agência que controla medicamentos.

    GLAUCOMA

    Há evidências de benefícios da maconha em pacientes com glaucoma, uma doença associada ao aumento da pressão no olho. A droga reduz a pressão intraocular, mas o efeito é transitório. Tratamentos convencionais já existentes são mais eficazes. A discussão persiste e outros estudos são necessários.

    NÁUSEAS

    Ajuda a combater náuseas provocadas pela quimioterapia. Foi um dos primeiros usos médicos do THC e outros canabinóides.

    ANOREXIA

    Relatos médicos indicam que a maconha melhora o apetite e favorece o ganho de peso em pessoas com aids. Faltam estudos de longo prazo que justifiquem a adoção de maconha por pacientes que tomam drogas contra o HIV.

    DOR CRÔNICA

    A maconha é usada há séculos para aliviar a dor. Tanto a maconha quanto o dronabinol, uma formulação farmacêutica à base de THC, são capazes de reduzir dores. O efeito proporcionado pelo dronabinol mostrou-se mais prolongado.

    INFLAMAÇÃO

    Os canabinóides (THC e canabidiol) têm efeito antiinflamatório. O canabidiol tem atraído especial interesse como tratamento porque não provoca efeitos psicoativos. Estudos com animais revelaram que o canabidiol pode se tornar um recurso promissor contra a artrite reumatoide e doenças intestinais inflamatórias, como colite e doença de Crohn.

    EPILEPSIA

    Uma pequena pesquisa realizada com pais de crianças que sofrem convulsões frequentes, publicada no ano passado, trouxe alguns dados. Participaram apenas 19 famílias que trataram os filhos com maconha com alto teor de canabidiol.

    Duas famílias (11% da amostra) declararam que a criança ficou completamente livre de convulsões. Oito famílias (42%) observaram redução superior a 80% na frequência das crises. Seis famílias (32%) notaram redução de até 60% na frequência dos episódios.

    Embora esses relatos sejam promissores, faltam informações sobre a segurança e a eficácia do uso de maconha no tratamento da epilepsia. Em animais, há cada vez mais evidências da contribuição do canabidiol como um agente antiepilético.

    Diante do sofrimento de um filho, as famílias têm pressa. É compreensível que se sintam inconformadas com os trâmites burocráticos e as intermináveis reuniões das autoridades sanitárias.

    A sociedade brasileira também tem pressa. Quer uma solução eficaz de combate ao tráfico de drogas. A legalização da maconha é defendida por gente séria e bem intencionada. O erro é tentar minimizar os danos à saúde que o fácil acesso à droga pode acarretar.

    A maconha consumida hoje não é a mesma dos anos 60. A potência da droga (o conteúdo de THC) verificada em amostras confiscadas pela polícia americana não para de crescer. Nos anos 80, era de 3%. Em 2012, chegou a 12%. Não há razão para acreditar que a droga disponível no Brasil seja menos perigosa.

    A maior permissividade cultural e social em relação à maconha aumentará o número de adolescentes expostos regularmente à droga? No caso de uso generalizado de maconha, quais serão os efeitos do fumo passivo? Ninguém sabe.


    “O efeito de uma droga (legal ou ilegal) sobre a saúde individual não é determinada apenas por suas propriedades farmacológicas”, escreveu Nora. “Ela é determinada, também, pela sua disponibilidade e aceitação social.”


    O tabaco e o álcool oferecem uma boa amostra do que pode acontecer. Juntos, eles respondem pela maior carga de doenças provocadas por drogas. Não porque eles sejam mais perigosos que as drogas ilegais, mas porque o status de droga legal aumenta a exposição da população a elas.

    Estamos dispostos a pagar para ver com a moeda do desenvolvimento saudável?
    Fonte: Revista Época
    (Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras)

    Cannabis afeta a qualidade do sono; os problemas são piores para quem começa cedo, afirmam cientistas

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    As pessoas que consumiram cannabis no início da adolescência são duas vezes mais propensas a terem problemas de sono graves mais tarde na vida, de acordo com um novo estudo. Embora os resultados sugiram que o uso da maconha pode afetar negativamente a qualidade do sono em qualquer usuário, este malefício foi mais freqüente em pessoas que tinham usado a droga quando tinham 15 anos de idade ou menos.

    Os resultados tendem a ser mais preocupantes para as pessoas que usam maconha para relaxar ou como uma maneira de ajudar a dormir, disse o principal autor da pesquisa Jilesh Chheda, assistente de pesquisa da Divisão de Humor e Transtornos de Ansiedade, do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Pensilvânia.

    "Este último estudo descobriu que usuários de maconha são mais propensos a ter problemas de sono", disse ele.

    "A descoberta mais surpreendente foi que havia uma forte relação com a idade do primeiro uso, não importando quantas vezes as pessoas tenham usado maconha”.

    "As pessoas que começaram a usar no início da vida estavam mais propensas a ter problemas de sono quando adultas", acrescentou.

    O estudo incluiu adultos com idade entre 20 e 59 anos de idade, que responderam à Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição – uma série de estudos destinados a avaliar a saúde e o estado nutricional de adultos e crianças nos Estados Unidos.

    1.811 dos participantes relataram que tinham usado algum tipo de droga. Para avaliar os resultados, os cientistas definiram “usuário de cannabis” como uma pessoa com qualquer história de uso da droga. Os problemas relacionados ao sono foram considerados graves, se ocorressem pelo menos 15 dias por mês. Quando a pessoa tinha usado pela primeira vez a droga e o número de vezes que tinha usado no mês anterior também foram dados analisados.

    A equipe descobriu que os usuários de maconha estão mais propensos a ter dificuldade para dormir e manter o sono, experimentando sono não reparador e sonolência durante o dia. Pessoas que usaram a droga antes dos 15 anos tinham duas vezes mais probabilidade de sofrer dessas complicações.

    “É importante entender as implicações do uso da maconha sobre a saúde pública, assim como seu impacto sobre o sono, que não é bem conhecido", disse o autor sênior do estudo, Michael Grandner, PhD, professor em Psiquiatria e membro do Centro de Sono e de Neurobiologia Circadiana.


    Autor - Kashmira Gander
    Fonte - Traduzido e adaptado de The Independent

    Fumar maconha antes de dirigir pode ser tão perigoso quanto beber, alertam pesquisadores

    Fumar maconha antes de dirigir pode ser tão perigoso quanto beber, alertam pesquisadores
    Dirigir sob o efeito da maconha é tão arriscado quanto dirigir embriagado, pois prejudica os reflexos e o tempo de reação do motorista, segundo  estudo, realizado por uma equipe da Universidade de Massachusetts Amherst. Cada vez mais pesquisas têm chamado atenção para isso, especialmente agora que o uso da droga foi legalizado em alguns estados americanos. 
    Uma pesquisa realizada com 315 calouros universitários detectou que um em cada cinco estudantes usou maconha no mês anterior à pesquisa. Mais da metade dos jovens do sexo masculino e mais de um terço das mulheres declarou ter pego carona com alguém que tinha fumado maconha. E mais: quase 44% dos homens e 9% das mulheres entrevistadas afirmaram terem dirigido depois de usar maconha.

    Os pesquisadores alertam para a necessidade de se conscientizar os jovens de que dirigir depois de usar maconha é arriscado. Eles também chamam atenção para a necessidade de se investir em algum dispositivo para detectar uso da droga em motoristas, assim como o bafômetro identifica o consumo de álcool. Cientistas têm testado formas de se detectar níveis de THC, o princípio ativo da maconha, na saliva ou no ar expelido em poucos minutos, porém, vai demorar alguns anos até que isso vire realidade.
    Uma outra pesquisa, feita pela Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado, revelou que, em 2011, 10% dos acidentes de trânsito que resultaram em morte envolviam pelo menos um motorista cujos testes deram positivo para maconha. Em 1994, o índice registrado havia sido de 4,5%. Apesar de não ter provado que a droga era responsável pelos acidentes, o estudo levanta a questão do impacto da maconha no trânsito. Em geral, dizem os pesquisadores, é preciso aguardar pelo menos 24 horas para pegar o carro depois de consumir a droga.

    Diário da Manhã - DIÁRIO DA MANHàDANIELLY SODRÉ

    Estudantes que usam álcool ou maconha na escola estão sob maior risco de sofrer por problemas de saúde mental

    Estudantes que usam álcool ou maconha na escola estão sob maior risco de sofrer por problemas de saúde mental
    Quando adolescentes são pegos bebendo ou usando maconha na escola, uma visita ao gabinete do diretor pode não ser suficiente. Estes alunos também devem ser examinados para verificar se tiveram exposição a trauma, problemas de saúde mental e outros riscos graves para a saúde, de acordo com um estudo apresentado na Pediatric Academic Societies (PAS), reunião anual em Vancouver, British Columbia, Canadá.

    Os pesquisadores descobriram que o uso de substâncias na escola foi associado a maiores chances de desenvolver problemas graves, como depressão, violência por parceiro íntimo e tentativa de suicídio.

    “Na escola, o uso de substâncias não é apenas um evento isolado, que exige uma ação disciplinar simples, mas um sinal importante para identificar adolescentes que necessitam de avaliação psicossocial urgente e de apoio”, disse a principal autora do estudo, Rebecca N. Dudovitz, professora assistente de pediatria no Hospital UCLA da Mattel Children.

    A Dra. Dudovitz e seus colegas analisaram dados da pesquisa Youth Risk Behavior de 2011, um estudo representativo de mais de 15 mil estudantes do ensino médio nos Estados Unidos. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças conduziram a pesquisa a cada dois anos para monitorar as condições e comportamentos que afetam a saúde dos adolescentes.

    Os pesquisadores analisaram se o uso de álcool e de maconha por estudantes do ensino médio foi associado com nove outros riscos graves para a saúde, incluindo dirigir embriagado ou andar em um carro com um motorista que estava embriagado; se envolver em brigas; carregar arma de fogo na escola; beber álcool ou usar drogas durante a última vez que teve relações sexuais; ser vítima de violência por parceiro íntimo; ser forçado a ter relações sexuais; ter sintomas de depressão; pensar em suicídio; e cometer tentativa de suicídio.

    Os resultados mostraram que nove por cento de todos os alunos relataram ter feito uso de álcool ou de maconha na escola. Para meninos e para meninas, usar álcool ou maconha no campus esteve associado a chances dramaticamente mais elevadas de expor-se a nove riscos sérios para a saúde, em comparação com o uso de substâncias apenas fora da escola.

    Por exemplo, os estudantes que relataram usar álcool ou maconha na escola tinham chance de 64 por cento de terem estado em um carro com um motorista embriagado; chance de 46 por cento de terem tido sintomas de depressão; chance de 25 por cento de ter experimentado violência por parceiro íntimo; e chance de 25 por cento de ter tentado suicidar-se.

    “Esses números mostram um histórico considerável de risco de dano imediato que talvez não tivesse chegado ao conhecimento de um dos pais ou de um funcionário da escola”, disse a Dra. Dudovitz.

    “Quando um estudante é encontrado usando substâncias na escola, devemos pensar nisso como um sinal de que uma criança precisa de ajuda”, disse ela. “Dada a forte associação do uso de substâncias na escola com alguns riscos de saúde muito graves e perigosos, como experimentar trauma sexual e cometer tentativa de suicídio, não devemos entender o uso de substâncias na escola como apenas mais uma infração escolar. Ao invés disso, ele pode ser uma chamada verdadeiramente urgente para que adultos responsáveis se envolvam e ajudem para que o estudante tenha acesso a serviços adequados”.

    Fonte - Traduzido e adaptado de Medical News Today

    Adultos de meia-idade usuários de maconha podem estar sob maior risco de desenvolver complicações cardíacas

    Adultos de meia-idade usuários de maconha podem estar sob maior risco de desenvolver complicações cardíacas
    O uso da maconha pode resultar em complicações cardiovasculares – e até mesmo em morte – entre jovens adultos de meia idade, de acordo com um estudo francês publicado no Journal of the American Heart Association.
    “Em pesquisas anteriores, descobriu-se que vários casos notáveis de complicações cardiovasculares causaram a internação de jovens usuários de maconha”, disse Émilie Jouanjus, Ph.D., autora principal do estudo e membro da faculdade de medicina do Centro Hospitalar Universitário de Toulouse, em Toulouse, na França. "Esta descoberta inesperada merece ser melhor analisada no futuro, especialmente se levarmos em conta que o uso medicinal da maconha tornou-se mais prevalente, e alguns governos estão a legalizando o uso.”

    Os pesquisadores analisaram as complicações cardiovasculares graves relacionadas ao uso da maconha que foram relatadas à rede francesa Addictovigilance entre 2006 e 2010. Eles identificaram 35 casos de doenças cardiovasculares e vasculares relacionadas ao coração, ao cérebro e aos braços e pernas.

    Entre as suas conclusões estão:
    • A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade média de 34,3 anos,

    • Cerca de 2 por cento (35) das 1.979 complicações relacionadas à maconha eram complicações cardiovasculares.

    • Dos 35 casos, 22 estavam relacionados ao coração, incluindo 20 ataques cardíacos; 10 eram periféricos, com doenças relacionadas a artérias nos membros; e três estavam relacionados a artérias cerebrais.

    • A percentagem de complicações cardiovasculares relatadas mais do que triplicou entre 2006 e 2010.

    • Nove pacientes, ou 25,6 por cento, morreram.
    Os pesquisadores observaram que o uso da maconha e quaisquer complicações de saúde resultantes são provavelmente subnotificados. Há 1,2 milhões de usuários regulares na França, portanto há potencialmente uma grande quantidade de complicações que não são detectados pelo Sistema Addictovigilance.

    "O público em geral pensa a maconha é inofensiva, mas a informação revelando os perigos potenciais à saúde do uso de maconha deve ser divulgada ao público, aos tomadores de decisão e aos profissionais de saúde”, disse Jouanjus.


    Pessoas com deficiências cardiovasculares pré -existentes parecem estar mais propensas aos efeitos nocivos da maconha.

    “Atualmente, há evidências convincentes sobre o risco crescente de efeitos cardiovasculares adversos associados à maconha, especialmente em pessoas jovens”, disse Jouanjus. “Portanto, é importante que os médicos, incluindo cardiologistas, estejam cientes disso e considerem o uso da maconha como uma das possíveis causas de doenças cardiovasculares”.

    A observação de relatórios relacionados à maconha e de doenças cardiovasculares deve continuar, e mais estudos precisam ser feitos para entender como o uso da maconha pode desencadear eventos cardiovasculares, disse Jouanjus.

    Fonte - Traduzido e adaptado de Medical News Today

    Estudo: uso eventual de maconha provoca anormalidades cerebrais em jovens

    Estudo: uso eventual de maconha provoca anormalidades cerebrais em jovens
    Jovens fumantes de maconha eventuais podem acabar passando por mudanças potencialmente prejudiciais para o cérebro, pois a droga altera regiões da mente relacionadas à motivação e à emoção, pesquisadores descobriram.

    O estudo, publicado no Journal of Neuroscience, difere de outros projetos de pesquisa relacionados à maconha, focados em usuários crônicos ​​de cannabis.
    O esforço de colaboração entre a escola de medicina da Northwestern University, o Massachusetts General Hospital e a Harvard Medical School mostrou uma correlação direta entre o número de vezes que os usuários fumavam e anormalidades no cérebro.

    "O que estamos vendo é mudanças em pessoas de 18 a 25 anos, em regiões do núcleo do cérebro, com as quais você nunca iria querer brincar”, disse o co-autor sênior do estudo, o Dr. Hans Beiter, professor de psiquiatria e ciências comportamentais na Universidade Northwestern University.


    Mais especificamente, o estudo identificou alterações no núcleo accumbens e no núcleo amígdala, regiões do cérebro que são fundamentais para a regulação da emoção e da motivação, em usuários de maconha que fumam entre um e sete cigarros por semana.


    Os pesquisadores encontraram alterações no volume, na forma e na densidade dessas regiões cerebrais. Mas são necessários mais estudos para determinar como essas alterações podem ter consequências a longo prazo e se elas podem ser corrigidas com a abstinência, disse Beiter .

    "Nossa hipótese neste trabalho inicial é que essas alterações podem ser um sinal precoce daquilo que mais tarde vem a tornar-se desmotivação, em que as pessoas não conseguem ficar focadas em seus objetivos", disse ele.

    Outras pesquisas descobriram que o consumo de álcool altera o cérebro, disse Beiter. Mas, enquanto os pesquisadores não sabem exatamente como as conexões mentais vistas em usuários de maconha afetam suas vidas, o estudo mostra que elas mudam fisicamente o cérebro de maneiras que diferem da maneira como o álcool o faz, disse ele.

    Este último estudo se coaduna com outra pesquisa que mostrou que a maconha tem efeitos significativos sobre os jovens, porque seus cérebros ainda estão em desenvolvimento.

    Autor - Alex Dobuzinskis e Ken Wills
    Fonte - Reuters

    Justiça autoriza remédio derivado da maconha para menina com epilepsia

    Justiça autoriza remédio derivado da maconha para menina com epilepsia
    O juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara Federal de Brasília, liberou nesta quinta-feira (3) que os pais da menina Anny, de 5 anos, importem o medicamento Canabidiol (CBD), que tem substâncias derivadas da maconha e é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. A decisão judicial impede a agência de barrar a importação do produto, que é legalizado nos Estados Unidos.

    A história de Anny foi mostrada pelo "Fantástico" no último fim de semana. Anny tem uma doença rara e epilepsia grave. Após o uso do CBD, a menina apresentou melhoras nas crises, segundo os pais (veja vídeo ao lado).

    Na decisão, o magistrado cita que a criança "vem se utilizando de forma clandestina da substância [...] graças à iniciativa dos seus pais de importar o medicamento dos Estados Unidos e de internalizá-lo no território brasileiro sem o conhecimento das autoridades sanitárias".

    O juiz afirma, porém, que liberar o uso do remédio no caso específico preserva o direito fundamental à saúde e à vida. "Neste momento, pelos progressos que a autora tem apresentado com o uso da substância, com uma sensível melhora da qualidade de vida, seria absolutamente desumano negar-lhe a proteção requerida. [...] Antecipo os efeitos da tutela para determinar à Anvisa que se abstenha de impedir a importação, pela autora, da substância Canabidiol (CBD), sempre que houver requisição médica."
    Para o magistrado, "não se pretende com a presente demanda fazer apologia do uso terapêutico da cannabis sativa, a maconha". Ele citou estudos que mostram que o Canabidiol é extraído da maconha, mas não tem efeitos entorpecentes.

    "A substância revelou-se eficaz na atenuação ou bloqueio das convulsões e, no caso particular da autora, fundamental na debelação das crises recorrentes produzidas pela doença de que está acometida, dando-lhe uma qualidade de vida jamais experimentada", diz o magistrado.

    O juiz acrescentou que, embora a Anvisa esteja fazendo estudos sobre o medicamento, a paciente não pode esperar pelos resultados. "Não há como fazer a autora esperar indefinidamente até a conclusão desses estudos sem que isso lhe traga prejuízos irreversíveis."

    Fonte - G1 - Mariana Oliveira Do G1, em Brasília

    Maconha continua a droga mais consumida no mundo

    Maconha continua a droga mais consumida no mundo
    Com base em estimativas recentes, divulgadas pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Undoc), a maconha continua sendo a droga ilegal mais consumida em todo o mundo, com 180 milhões de usuários. De acordo com o Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp), em Goiás existem cerca de 300 mil usuários de droga, sendo as mais consumidas no Estado a maconha e a cocaína. Só ano passado a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) apreendeu 13 toneladas de maconha e 170 quilos de cocaína.

    Para o delegado titular da Denarc, Odair Soares, a apreensão de maconha se torna mais comum porque é uma droga mais barata, o que facilita sua maior circulação. “A droga mais usada no Estado e em Goiânia é a maconha, pelo preço, pela abundância no mercado, pela facilidade de se encontrar o produto, o preço é mais barato. A segunda é a cocaína”, constata.

    Odair explica que outro fator que facilita a comercialização da maconha no País, é a proximidade do fornecedor que, de acordo com ele, o maior produtor mundial de maconha é o Paraguai que só perde para o México, que ocupa a primeira posição na produção da droga. Consequentemente é a droga que a polícia mais faz apreensão. Só em 2013 foram apreendidas, pela Polícia Civil, em todo o Estado, mais de 3,15 mil toneladas. Sendo só na Capital, entre janeiro a dezembro 3,1 toneladas.

    Já o crack, droga feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio, é a terceira droga mais consumida no Estado. Ela que vem ganhando olhares atenciosos das autoridades responsáveis por seu alto poder destrutivo. “A Denarc é uma delegacia de combate ao tráfico e uso de drogas, nós tentamos impedir ao máximo a entrada de todos os tipos de entorpecentes, mas o crack, por ser uma droga altamente viciante e barata, merece uma atenção maior e é a partir da apreensão dos usuários que nós chegamos aos distribuidores”, avalia.

    Ele explica que foi criado para combater a entrada de drogas e armas no Estado o Comando de Operações de Divisas (COD), que também visa o grande tráfico e é formado por um batalhão que vigia as fronteiras com o intuito de combater a entrada de drogas. “Nas duas frentes, no Estado de Goiás há combate: o COD, com vigilância e fiscalização de fronteiras, e a parte nossa que é fazer ações investigativas atacando aquilo que nós já investigamos, entramos com a repressão e eles previnem, efetuamos a prisão, em caso concreto investigado”, descreve.

    Além de combater a ação do pequeno traficante com as operações pontuais por parte da Polícia Militar mediante a investigação da Polícia Civil, a meta da Secretaria de Segurança Pública para este ano é diminuir também o número de furto e de roubo de veículos em Goiás. “O aumento no número de roubo de veículos no mês de março é reflexo das grandes apreensões de drogas desencadeadas no mês passado pela Denarc”, diz.

    De acordo com a Polícia Civil, usuários de crack estão roubando veículos em assalto à mão armada nas ruas de Goiânia e vendem a preços irrisórios, a mando dos traficantes. Os veículos são repassados a chefes do tráfico de drogas e tem como destino o Paraguai, onde são trocados por maconha, e Colômbia e Bolívia onde são trocados por pasta-base de cocaína, que será transformada em crack.

    Para Odair, o crescente número de roubos coincidiu com o período pós-apreensão de uma grande quantidade de drogas feitas pela polícia em fevereiro deste ano. Em apenas uma operação a Denarc apreendeu 232 quilos de pasta-base de cocaína. Outro grave problema causado pelo uso das drogas na Capital, está no alarmante número de homicídios. Com base em estatística da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) 80% das vítimas de homicídio em Goiânia está relacionada ao uso ou tráfico de drogas ou ainda o desentendimento entre traficantes.

    Visando diminuir os altos índices de homicídio registrados em todo o Estado, principalmente, na Capital onde no ano passado aconteceram 621 assassinatos, a estratégia adotada pelo comando da Polícia Civil e Militar é o combate à ação do pequeno traficante. A PM registra recordes de apreensão de drogas, trabalho resultante principalmente da ação do COD. Desde o início de 2014 a Denarc já fez apreensão de mais de uma tonelada de cocaína a segunda mais consumida na cidade.

    Embora a maconha seja o entorpecente de maior consumo no mundo, ela apresenta um impacto sobre a saúde menor do que outras drogas, particularmente porque está relacionada a um menor índice de dependência: 13 milhões de pessoas, contra 17,2 milhões de dependentes de anfetaminas e 15,5 milhões de opiáceos.

    Público

    Para Soares, hoje não existe mais distinção de idade, raça seja ela branca, negra, amarela, rico ou pobre para definir o público usuário de drogas. “Outro dia, em uma só tarde, nós filmamos todas as gerações comprando drogas desde uma criança de oito anos de idade a um senhor de 60. É claro que há um significativo uso por parte dos jovens, mas hoje é geral”, pontua.

    Quanto ao grupo que mais morre envolvido com drogas, ele define que são os jovens de periferia e da raça negra. “Esse é o perfil de quem mata e está morrendo”, cita também quais os bairros em Goiânia onde há droga, dinheiro, vendedor e comprador, dentre eles, cita Setor Pedro Ludovico, Nova Esperança, Jardim Curitiba, Novo Mundo, Centro de Goiânia, Norte Ferroviário, Setor Universitário, Itatiaia e Crimeia Leste. “Através de investigações chegamos ao traficante pequeno, médio e ao grande”, conclui.

    Como explicar o vício

    De acordo com o psiquiatra e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Unifesp, Ronaldo Laranjeira o mecanismo do corpo humano que explica o processo de dependência da droga está no fato de existir, no cérebro, uma área responsável pelo prazer. A mesma responsável pelo prazer que sentimos ao comer ou fazer sexo.

    Segundo ele, quando sentimos prazer ao fazer sexo à tendência é querer repetir. “Desse modo, evolutivamente, criamos essa área de recompensa e é nela que a ação química de diversas drogas interfere. O cigarro, álcool, maconha, cocaína ou heroína, apesar de cada uma possuir mecanismo de ação e efeitos diferentes, só produzem dependência às drogas que de algum modo atuam nessa área”, explica.

    Ele reconhece que para quem está de fora é difícil entender por que o usuário de cocaína, de crack ou dependente químico não abandona o vício mesmo com a saúde já deteriorada. “Na verdade, essa pessoa está doente”, esclarece, lembrando que, de alguma maneira, as drogas corrompem o sistema de recompensa no cérebro e a pessoa passa a dar preferência quase que absoluta ao vício, mesmo que isso atrapalhe as demais áreas da vida dela.

    “Tal comportamento reflete uma disfunção do cérebro, a atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de prazer”, define.
     
    Uma doença

    Segundo a mestra em Dependência Química e Transtorno Mental, psicoterapeuta e professora do ICG, Vilma Ramos a necessidade da substância é psicológica e física. “A dependência é originariamente uma doença. Esta patologia vem primeiro e as consequências da dependência causam problemas físicos e sociais”, descreve.

    A psicoterapeuta define que a pessoa se torna dependente de substância química como álcool e drogas quando desenvolve o desejo mentalmente incontrolável pelo uso. “O principal objetivo seria o se sentir bem e, ao mesmo tempo, impedir a sensação de mal-estar, incluindo aquela de não usar a substância”, avalia.

    O vício da dependência não prejudica só o dependente, é um problema que atinge toda família. Especialistas avaliam que qualquer tipo de comportamento toxicomaníaco tem uma incidência sobre aqueles que rodeiam a pessoa em causa e, sobretudo, sobre a sua família, tornando-a co-dependente do problema.

    De acordo com psicoterapeuta, Vilma, a co-dependência se caracteriza por um comportamento que leva as pessoas a controlar os outros, visando o próprio benefício, causando problemas a si próprios e ao relacionamento com o dependente. “Elas são muito controladoras e sempre pensam que estão ajudando quando, na verdade, estão causando mais problemas e ressentimentos”, alerta.

    Descreve que o convívio com o dependente faz com que os familiares adoeçam emocionalmente, sendo necessário que o familiar também se trate e ao mesmo tempo, receba orientações a respeito de como lidar com o dependente, como lidar com seus sentimentos em relação ao mesmo. “O diagnóstico da co-dependência é fundamental no tratamento de transtornos e dependência química. Através do tratamento o processo de recuperação se torna mais apropriado”, reconhece ela “tanto de um, quanto de outro, diminuindo o risco de recaídas”.

    Fonte - DM - Diário da Manhã
    Aparecida Andrade