• Maconha faz mal?

    Saiba mais sobre a fundamentação científica acerca dos efeitos da maconha sobre o organismo.

O crack mata mais...pessoas, e neurônios.

O crack mata mais...pessoas, e neurônios.

O crack mata mais...pessoas, e neurônios. - http://www.mais24hrs.blogspot.com.brUm estudo da USP mostra que o aquecimento de dois componentes que formam o crack, o Aeme (éster metilecgonidina) e a cocaína, aumenta em 50% a morte de neurônios em usuários, quando comparado ao consumo isolado das duas substâncias.

O crack é produzido a partir da mistura da pasta de cocaína, bicarbonato de sódio e água, sendo que o Aeme é um produto da queima, ocorrida quando o usuário fuma a pedra de crack, explica a professora do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Tania Marcourakis, responsável pela pesquisa.

Segundo a pesquisadora, o objetivo do estudo era conhecer melhor o Aeme, que é usado no meio médico como marcador biológico do uso do crack. Ela explica que a presença do éster metilecgonidina em um organismo permite, por exemplo, deduzir a causa de uma morte pelo uso da droga.

"A nossa pergunta foi: será que essa substância é só um marcador biológico ou ela também é ativa?", disse. A partir desse questionamento, os cientistas pretendem investigar se o Aeme associado à cocaína, além de provocar um nível maior de morte de neurônios, participa também da dependência química do crack.

"A gente sabe que o crack tem um potencial devastador no usuário, muito maior que a cocaína nas outras formas de administração. Sabemos que [a droga] leva à dependência mais rápido. Mas a gente ainda precisa concluir os trabalhos", disse Marcourakis.

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O que se sabe, por enquanto, é do alto potencial de neurotoxicidade do Aeme associado à cocaína. Embora não haja comprovação, a pesquisadora acredita que o resultado dessa grande morte de neurônios pode ser, no longo prazo, uma predisposição maior à demência e a outros problemas cognitivos.


"Isso pode não se manifestar na idade jovem, porque você tem mecanismos plásticos [facilidade em compensar a perda neuronal] que podem dar conta disso dentro da idade adulta, nos jovens, adolescentes. Mas, na velhice, já tem uma perda neuronal [natural] e esses mecanismos não estão tão eficientes", explica Marcourakis.

Como os estudos foram feitos apenas a partir de cultura de neurônios in vitro, os danos reais provocados pelo crack no cérebro do ser humano ainda são desconhecidos. Marcourakis acrescenta que, por se tratar de uma droga relativamente recente, ainda não é possível estudar as suas consequências no cérebro de viciados ao longo de muitos anos.
 
Fonte - Folha de São Paulo
 
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Comunidade Terapêutica X Recuperação - Como e porque...

Comunidade Terapêutica X Recuperação - Como e porque...


Muitas matérias, vem sendo divulgadas em virtude do caos gerado pela epidemia do crack. O crack, é realmente uma das drogas "apocalípticas" podemos dizer assim, pela: velocidade com que se espalha, pela rápida dependência que instala no usuário, e pela "destruição humana" e social que causa em velocidade igualmente rápida. 

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"Cachimbo" de crack ("mãos do crack"...)
A cocaína, proporciona cenários parecidos, mas não iguais ao crack. Ainda devemos dar graças a Deus, pela ausência quase que total da heroína em nosso país, esta, tão terrível ou mais que o próprio crack, e muito mais devastadora eu diria, sob determinados aspectos. A Rússia, por exemplo, luta há muito contra a heroína, e se não bastasse, vive uma situação parecida como a que aconteceu em relação à cocaína/crack no Brasil. Ou seja, a epidemia do crack se iniciou digamos assim, devido a potencialidade de ação da droga, mas devido ao preço também, há alguns anos atrás. Em equiparação, lá no leste europeu, em substituto à heroína, encontra-se o "krokodil" (AVISO: Imagens Fortes), uma desomorfina, droga obtida através da codeína e dezenas de outros produtos corrosivos.
Um rápido comparativo (Obs: assim como o efeito do crack, se comparado com a cocaína, é de menor duração, o mesmo ocorre entre o krokodil e a heroína):
  • O valor de uma dose de heroína na europa custa em média de 30 a 200 Euros, o equivalente a cerca de 80 a 600 Reais (as diferenças se devem ao tipo da heroína, e do país, na Suécia por exemplo pode chegar a 220 euros, na Eslováquia, 20 Euros (Dados do EMCDDA), enquanto que o valor de uma dose de krokodil, está em uma média de 4 Euros apenas, ou 10 Reais.
  • No Brasil, o valor em média de um grama de cocaína comercial (com um grau de pureza entre 60 e 80%, varia entre 30 e 80 Reais. O valor de uma pedra de crack (cerca de três doses), pode variar de 5 a 15 Reais no máximo.  

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Usuários de crack
Portanto, de leste a oeste, e de norte a sul do Brasil, existem notícias do crack, da epidemia do crack, esta, fruto da natureza humana que busca o prazer, consequência muitas vezes de uma cultura de centenas de anos iniciada errada, e que continua errada. 


Entram aí o uso e abuso do álcool no núcleo familiar, políticas públicas despreparadas, condescendência com a publicidade explícita de bebidas alcoólicas por muitos anos, desinformação da população com respeito à droga de um modo geral, e por aí vai.

Não faz muito tempo, ouvi de um adolescente (que estava ao lado de sua mãe), que preferia que seu filho um dia fumasse maconha, que cigarro, pois maconha não faz mal.  Sendo que a mãe, que não fez nenhum comentário, ainda fez graça, junto com a irmã que estava ao lado dos dois, sugerindo que o mesmo já estaria fumando um "baseadinho".  O guri, disse por sua vez, que não gostava do cheiro, por isso não usava e tal. Este menino tinha creio eu, uns 12/13 anos.

Sei, que este, não é um caso isolado, infelizmente. Ora, totalmente inocente, pessoas jovens e crianças desinformadas, mães desinformadas totalmente sobre questões de drogas, e sobre educação até. Um absurdo, mas, é a realidade. 

Claro que não faço aqui defesa ao cigarro, que também é uma droga (apenas lembrando que o cigarro é uma droga estimulante, mas que não causa alterações perceptivas, visuais ou motoras, a sua maior dependência é no tocante ao "hábito", sendo que há também a dependência física cujos sintomas podem durar de 2 a 4 dias incluindo irritabilidade, e aparente "nervosismo", suportáveis sem maiores consequências), e uma droga poderosa, mas faço referência à inocência com que pessoas desinformadas, tratam a maconha e o seu uso, fazendo comparações desconexas e irrealistas, sem ao menos conhecer o que é a palavra dependência química, ou mesmo o que é o THC (Princípio ativo da maconha) e a sua ação no SNC (Sistema Nervoso Central, onde ocorrem as sinapses) por exemplo, ou sabem ?

Mas, voltando às notícias atuais sobre drogas, crack etc. Estas falam a respeito de tratamento voluntário, involuntário, "bolsa-crack", programa de governo, clínicas, terapias, vacinas, novas descobertas, etc, tudo, girando em torno de um único objetivo ou assunto: DEPENDÊNCIA QUÍMICA, como recuperar, como tratar.

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Terapia Ocupacional - O residente participa do cultivo do próprio alimento
Em um destes temas, e dentro dele, encontram-se diversos questionamentos, de muitos especialistas até, sobre a eficácia, de uma Comunidade Terapêutica, por exemplo. Infelizmente, muitas instituições, não são sérias, e são aquilo que exatamente aparece nas notícias: "Fontes de dinheiro", "Depósitos de gente", etc. Também existem clínicas assim, hospitais, etc. Em todas as áreas, existem "maçãs podres".

Vamos lá. A dependência química, não é apenas uma doença física, ou seja, não é como por exemplo, um braço quebrado, ou uma infecção do apêndice. É uma doença, física e psíquica, basicamente, ou seja, afeta estas duas áreas, cada droga de maneira diferente, mas afeta. Diretamente, ou conjuntamente, podemos também declarar, que é uma doença comportamental (ligado ao lado psíquico, alterando ou reforçando comportamentos sociais deturpados ou desviados) agindo como um alterador e criador também de novos "comportamentos sociais", estes, muitas vezes compulsivos. 

E podemos afirmar, com plena convicção que, é uma doença espiritual. Espiritual em que sentido ? Não há plena recuperação, sem uma profunda mudança espiritual e emocional, ou seja, em minha própria alma, no meu interior, subjugando dentro de mim mesmo o egocentrismo de toda uma vida, pois todo dependente químico, em determinado ponto colocará a droga de sua preferência, como o centro de sua vida, e com maior importância do que qualquer outra coisa na face da terra, inclusive o próprio dependente. O lado espiritual da doença, traduz-se pela ausência de Deus, e pelo egocentrismo. Alguém pode recuperar-se com a ausência da parte espiritual ? Sem dúvida, já vi casos, mas com certeza, as chances de voltar ao uso são 100 vezes maiores, que o contrário.

Recuperação, em resumo, é uma mudança completa, no modo de vida do indivíduo, ou em todas as áreas identificadas como necessárias a serem mudadas.
Não é possível, pela minha experiência, tratar o usuário somente com remédios, ou somente com psicoterapia, ou somente o lado espiritual, ou o físico. É um conjunto. Uns necessitarão mais ou menos, de trabalhar cada área, mas para um efetivo sucesso, todas devem ser contempladas. Partindo é claro, do ponto inicial, que é o desejo de parar de usar do dependente. Deste desejo, desta vontade, é que nascerá o sucesso final.

Definição rápida de Comunidade Terapêutica (no que diz respeito ao tratamento para dependência química) - Um lugar livre de drogas, sexo e violência (sexo claro, que temporariamente), onde uma equipe técnica qualificada e multidisciplinar proporcionará um ambiente favorável à recuperação individual, e coletiva, de corpo, mente, e espírito do indivíduo que busca ajuda para o seu problema com drogas, através da psicoterapia, farmacoterapia, reeducação alimentar e pessoal, aprendizado de técnicas subjetivas e objetivas com o intuito de o manterem longe de locais e situações que possam proporcionar riscos de recaídas, prática espiritual, prática de princípios humanos básicos, práticas educativas e atividades lúdicas, e que tentarão fazer com que o mesmo encontre o equilíbrio físico, e emocional necessários para uma eficaz reinserção social e familiar.

Um Comunidade Terapêutica séria hoje, dispõe de, de acordo com as características da doença D.Q.:

Física: Assistência médica para desintoxicação, medicação, alimentação adequada, acomodações adequadas (não se traduza em luxo), terapia ocupacional (horta, animais, limpeza e manutenção da CT, etc);

Mental ou Psíquica: Medicação se necessário e pelo período necessário (auxiliares no sono, estabilizadores de humor, etc), psico-terapia, horários e disciplina (reorganização e reeducação pessoal), programa terapêutico (12 passos, identificação de problemas e soluções, aprendizado sobre a doença e comportamentos inerentes, cuidados e prevenção à recaída), ajuda mútua inter-grupo;

Comportamental: 12 Passos (Mudança, novos hábitos, novos lugares, novas pessoas), reeducação e disciplina pela prática de horários rígidos, cuidados com a higiene pessoal (que inclui cuidados com seu próprio vestuário -lavação e organização deste), mudanças no vocabulário, leitura, divisão de tarefas, responsabilidades, etc;

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Equilíbrio
Espiritual: Prática de espiritualidade. Aqui, esta palavra não se traduz em religiosidade, trata-se da prática diária, de orações que necessariamente não necessitam ser desta ou daquela religião, mas sim, orações simples, feitas em conjunto, por períodos curtos mas diários, leitura de textos bíblicos, e ensaios de louvores. Exemplo: Em geral, existem nas CT's, dois momentos diários de espiritualidade, 1 pela manhã antes ou depois do café, e outro pela noite, antes ou depois da janta. Estes momentos, em sua maioria, tem a duração de meia hora, e em CT's sérias, não levam nenhuma espácie de "Placa Religiosa", ou seja, não são direcionados pra esta ou aquela religião, como disse, espiritualidade, é muito diferente de religiosidade. Ou seja, a tentativa de um reencontro do indivíduo não só com Deus, mas com ele mesmo, "para onde vai", "o que quer", "o que deseja e sente", "seu lugar no mundo". Praticas de espiritualidade, auxiliam também no retorno o reavivamento da empatia pelo próximo.
Definição de Espiritualidade:
A espiritualidade é uma dimensão da pessoa humana que traduz, segundo diversas religiões e confissões religiosas, o modo de viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da sua relação com o transcendental. Cada uma das referidas religiões comporta uma dimensão específica a esta descrição geral, mas, em todos os casos, se pode dizer que a espiritualidade "traduz uma dimensão do homem, enquanto é visto como ser naturalmente religioso, que constitui, de modo temático ou implícito, a sua mais profunda essência e aspiração".
Estes pontos, são essenciais, e trabalham em conjunto, onde a Equipe Técnica que trabalha em prol ou dentro de uma CT, busca equilibrar da melhor forma possível todos eles, uns necessitam mais disto, outros daquilo, é o tratamento individualizado. 
Leia Mais:
Comunidade Terapêutica
Formas de Tratamento e Recuperação

Fazem parte em geral do corpo técnico de uma CT, os seguintes membros ou funções, presentes diariamente (Plantão), ou de forma semanal:

De forma direta:
  • Psicólogo;
  • Assistente Social;
  • Terapeuta;
  • Coordenadores e Monitores (Plantão dentro da CT, ou seja, estão 24 Horas do dia);

Ainda indiretamente (não necessariamente efetivos):
  • Médico Clínico Geral;
  • Médico - Psiquiatra;
  • Orientadores Religiosos (Pastor, Padre);
  • Voluntários em atividades diversas;
  • Estagiários de Cursos Superiores (em geral Psicologia);
  • Palestrantes. 
  • Grupos de apoio AA/NA (Através de serviço específico destes chamado de H.I., ou, serviço de informação junto de hospitais e instituições.

O tempo de tratamento pode variar em Comunidades Terapêuticas, mais comum são os períodos de 6, e de 9 meses. Pontos importantes: Além dos citados acima, a internação sob forma de residência temporária em uma CT, proporciona um afastamento do indivíduo, do meio em que estava, sem acesso temporário a este. O período de internação, se mostra necessário, em virtude da complexidade da doença, ou seja, não é humanamente possível recuperar, ou aplicar um programa terapêutico, sem este período de afastamento, que dependendo da substância e do tempo de uso, pode variar, mas é necessário. 

Existem programas terapêuticos que podem ser aplicados em três meses, para usuários com grau de dependência inicial, mais especificamente na maconha, ou quando muito cocaína, a avaliação deve ser feita por profissional adequado, porém, estes é de se ressaltar, que seriam usuários com um ano no máximo de uso crônico (de 2 a 3 vezes por semana) de maconha, ou que tenham feito uso por alguns meses da cocaína, em resumo, iniciantes nestas drogas. É possível que um tratamento neste espaço de tempo (3 meses) de resultado, conforme, avaliação prévia, claro. Não perdendo de vista aqui, que quando se fala de uso crônico desta ou daquela droga, não significa que exista um "uso seguro", muito pelo contrário, não há uso seguro, nem redução de danos para qualquer tipo de droga, inclusive o álcool, pois mesmo este e ainda que se trate de pessoas que não possuem dependência, especificar um uso determinado  é tolice sob ponto de vista terapêutico. 

Quando muito, (e uso de bom senso aqui porque não sou obtuso, reacionário, ou fanático) só conheço um tipo de uso saudável (para aqueles que podem e querem) para o álcool, uma taça de vinho, por exemplo, em um jantar especial (2, 3 vezes em 1 ano), onde esta taça é parte integrante do jantar, sob o aspecto culinário, não um mero acompanhamento alcoólico. Mas é claro que isto é uma ilusão, em se tratando da cultura da bebida alcoólica no Brasil e no mundo, talvez 1 em cada 1.000.000 façam uso desta maneira. (A presença do álcool e outras substâncias na cultura brasileira)

Mas, em se falando de períodos de uso maior, de qualquer droga, principalmente do álcool, cocaína, e crack, é sem dúvida alguma que programa terapêuticos de 6 meses no mínimo, terão maior eficácia (nenhum resultado é garantido).

Não é em 30 dias, ou 60, que se fará algo concreto pelo indivíduo, senão apenas a desintoxicação física.

A Comunidade Terapêutica é um meio de tratamento eficaz e comprovadamente traz resultados, levando-se em consideração é claro que, infelizmente, as estatísticas globais (todos os métodos de tratamento) não passam de 15 a 20 % de recuperação até 1 ano após, e descem para 10% de 1 ano a 3 anos. Sendo que estão em uma faixa de 3 a 5% quando chegam a um período de 5 anos. Ou seja, de 30 indivíduos que iniciam um tratamento juntos, daqui a 5 anos, em média, 1 ou 2 estarão "limpos", sem terem sofrido nenhuma recaída no período. Não significa que, todos estarão de volta ao uso crônico, alguns, podem sofrer as chamadas recaídas, e reiniciarem o processo novamente, até mesmo sem a necessidade de nova internação, falo aqui de períodos ininterruptos. (Dados colhidos ao longo do tempo por experiência, em CT's, e com profissionais ligados a área)

Importante é, manter a fé. O problema "drogas" existe, questão de saúde pública, e está à nossa volta, na esquina, nas ruas, fechar os olhos e cruzar os braços, sem ao menos discutir ou opinar buscando soluções, é entregar o futuro a própria sorte. No mínimo, fiscalizar o estado (os eleitos), no cumprimento de sua obrigação para prover educação, infraestrutura, segurança, saúde, e combate efetivo a questão, não só nas consequências (é o mais imediato), mas também nas causas.

Mais 24 Hrs de Paz e Serenidade






Novo relatório do UNODC analisa uso de pasta de cocaína no Peru

Novo relatório do UNODC analisa uso de pasta de cocaína no Peru

Novo relatório do UNODC analisa uso de pasta de cocaína no Peru - http://www.mais24hrs.blogspot.com.br
Lima, 20 de maio de 2013 - Um novo relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) analisou pela primeira vez o problema e o impacto da pasta básica de cocaína no Peru - pasta de cocaína, PBC , pasta, basuco, pitillo ou paco, como é conhecida em partes da América do Sul - desde sua aparição, há mais de quatro décadas. O abuso da PBC leva à dependência grave e tornou-se um problema crescente no Peru e em muitos países sul-americanos.

A PBC é um produto intermediário na produção de cocaína, em que as folhas de coca são misturadas com os produtos químicos industriais e solventes, tais como o ácido sulfúrico e o querosene. Os usuários geralmente fumam PBC, e a droga gera dependência física e psicológica grave dentro de algumas semanas de uso, tornando-se muito mais complexo e difícil de tratar do que o uso de opiáceos. O uso da PBC induz ainda mais a psicose e expõe os usuários a uma série de riscos à saúde, tais como falta de ar, ataque cardíaco, dano cerebral, infecções, bem como compartamento anti-social e até mesmo criminal. Em algumas partes da América do Sul, o uso da PBC criou sérios desafios para os sistemas de saúde pública.

Prontamente disponível e relativamente de baixo custo, o uso da PBC traz o risco de criar uma epidemia de saúde potencialmente explosiva com graves consequências sociais. O relatório, produzido no Peru pelo UNODC e pela Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Vida sem Drogas (DEVIDA) mostra que seis em cada dez usuários de PBC no país desenvolvem problemas de dependência de drogas. Constatou-se que, entre os menores infratores no país, 21,8% declararam alta prevalência de uso da PBC, e com a idade de início de consumo tão baixa quanto 13 anos, o potencial de dependência em grande escala é alta. Além disso, anteriormente considerada "droga do homem pobre" devido a seu baixo custo, o uso da PBC não está mais concentrado entre os usuários de baixa renda, uma vez que durante as duas últimas décadas o número de usuários abastados aumentou.

O relatório foi produzido com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre o uso da PBC e suas implicações para a sociedade peruana, a fim de informar as estratégias para promover políticas de prevenção e tratamento no país. "O uso de drogas ilícitas e de dependência é um problema de saúde pública", disse o representante do UNODC no Peru, Flavio Mirella. "Dada a dimensão do problema da PBC no Peru, nós encorajamos o governo e seus parceiros a desenvolver estratégias de prevenção para desencorajar a sua utilização e disponibilizar opções de tratamento que respeitem os direitos humanos e que sejam projetados de acordo com as necessidades dos viciados", concluiu ele.
 
Fonte - UNODC - Cone Sul

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Espetáculo musical feito por dependentes químicos estreia em SP

Espetáculo musical feito por dependentes químicos estreia em SP

Jovens durante preparação para o projeto em Guaratinguetá. 
(Foto: Divulgação/Santuário Nacional) 

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Apresentações ocorrem neste fim de semana no Ginásio do Ibirapuera.
Projeto tem o objetivo de elevar a autoestima dos dependentes químicos.

 
Do G1 São Paulo

Dependentes químicos em reabilitação na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, são protagonistas de um musical que promete emocionar o público. Após passar por Aparecida, o espetáculo "Streetlight" estreia neste fim de semana em São Paulo e será apresentado no ginásio do Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista. Trazido ao Brasil por Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, o projeto dá oportunidade a vários jovens de serem protagonistas do espetáculo. Dentro do projeto, jovens participaram de várias oficinas onde foram exploradas as diferentes expressões artísticas e técnicas. Nelas, os jovens aprenderam noções técnicas e artísticas, descobrindo e desenvolvendo talentos.

Aparecida foi a primeira cidade a receber o projeto que, posteriormente segue para São Paulo, Belo Horizonte, São Luís, Aracaju, Fortaleza e Rio de Janeiro. No Rio, o espetáculo acontecerá durante a realização da Jornada Mundial da Juventude.

A Fazenda Esperança trata centenas de dependentes químicos. É uma recuperação custeada pela mão de obra deles, por doações e também pela igreja católica. Mas agora os fundadores da fazenda decidiram mostrar a esses jovens uma outra força. "Imagina alguém que ficou na prisão, que ficou na rua, sempre foi ovelha preta, nunca conseguiu nada na vida, não terminou nada e de repente está no palco e descobre: eu posso cantar, eu posso dançar, eu posso. Inacreditável", explica o Frei Hans Stapel.

Ensaios
A rotina do tratamento contra as drogas se transformou em uma sequência vibrante e surpreendente de ensaios. Cerca de cem ex-dependentes químicos viraram artistas e escolheram os próprios desafios.

"Espero que eles possam mostrar no palco o que eles são, essa energia que eles têm, essa vontade de viver, a descoberta que eles fizeram. Eles têm essa energia, uma força e isso vai ter que ser visto pelo público, vai ser uma coisa especial", explica o professor do grupo Adelson de Oliveira.

'Streetlight' na capital
Data: 25 de maio, às 20h; e 26 de maio às 10h e 18h
Preço: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)
Local: Ginásio do Ibirapuera
Endereço: Rua Abílio Soares, 1300, na Vila Mariana

Ingressos: Vendas pela internet e no Andorinha Hipermercado (Av. Parada Pinto, 2.262, das 7h30 às 22h30)

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Leigos

Leigos

Leigos - http://www.mais24hrs.blospot.com.br
RIO DE JANEIRO - Todo mundo no Brasil dá palpite sobre drogas: deputados, advogados, juízes, burocratas, ministros, "técnicos", leigos em geral e até um ex-presidente sem pauta. À menor solicitação empregam palavras que acabaram de aprender e não sabem direito o que significam, como dependência química ou síndrome de abstinência. Problemas como combate ao tráfico, internação, tratamento das vítimas do crack e outros são discutidos por seus aspectos legais, como se estes fossem os únicos que importassem.

Ao mesmo tempo, há duas categorias quase ausentes nessa discussão: os médicos (já que a dependência é uma doença, não um crime) e os dependentes que deixaram de usar drogas e adquiriram enorme tarimba a respeito (e nem por isso admitem ser chamados de ex-dependentes; são apenas dependentes que deixaram de usar drogas). Em algumas clínicas, os próprios médicos são esses dependentes, e quem pode saber mais do que eles?

Outro dia, sete ex-ministros da Justiça vieram a público pregar a descriminalização da maconha. Ótimo, é a visão jurídica. Mas, e a visão médica? Fiquei esperando pela opinião de sete ex-ministros da Saúde. Em vão. Talvez porque sejam igualmente leigos e, quando ministros, não se interessaram em se instruir sobre o assunto. Tivessem feito isto, a situação da droga no país estaria longe do atual descalabro.
 
Leigos - por Ruy Castro - http://www.mais24hrs.blospot.com.brTambém há dias, alguém propôs que o período máximo para a "desintoxicação" em caso de internação involuntária fosse de 60 a 90 dias. Até pelo uso da palavra, vê-se o amadorismo da proposta. A "desintoxicação" é só a base da internação --depois é que o tratamento começa.
 
Um homem quase terminal como Michael Jackson, se chegasse a ser internado, poderia ter se "desintoxicado" em até menos tempo. Mas, se tratado a sério, não passaria menos de dois anos numa instituição. 

Fonte - Folha de São Paulo
Por Ruy Castro
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Maconha faz mal?

Maconha faz mal? - http://www.mais24hrs.blogspot.com.br

Maconha faz mal?


Sou dos que pensam que não cabe a um especialista determinar como uma sociedade deve se comportar frente a este ou àquele tema. Nosso dever é dar informações científicas e permitir que, em posse delas, a própria sociedade decida sobre seus caminhos.

Com a maconha, é isso que deve ocorrer. 
O especialista alerta que seu uso por jovens, comprovadamente, associa-se com posterior queda no rendimento escolar, experimentação de outras drogas, depressão e esquizofrenia. Ainda que jovens que usaram maconha mais do que 100 vezes na vida (ou seja, duas vezes por semana ao menos por um ano), ao chegarem aos 25 anos, terão menos diplomas universitários e estarão menos empregados que seus iguais não usuários.

Outro fato relevante é que maconha, na história natural de um dependente químico, é a segunda droga de experimentação, sendo a primeira o álcool; daí porque se diz que ambas são drogas de entrada para as demais. Igualmente, é de se destacar o fato de que quanto mais uma droga for oficial ou oficiosamente liberada, maior será seu consumo e os problemas decorrentes dele.

 Perguntados sobre por que experimentaram maconha, os jovens respondem que por curiosidade e pressão do grupo. 
Já com os não experimentadores a resposta é que não experimentaram porque é proibido e faz mal.

Tais fatos estão muito bem documentados por uma plêiade de trabalhos científicos de todos os quadrantes. 
 
Em ciência, primeiro fazemos uma observação, depois usamos uma metodologia consistente para verificar se nossa observação procede; depois, ela é compartilhada por outros pesquisadores, até que se transforme num consenso.

Não é o caso desse trabalho, publicado há 11 anos pelo Dr. Dartiu Silveira, citado pelo jornalista Marcos Rolim. Sua amostra foi pequena, seu tempo de seguimento insuficiente, e as demais variáveis não neutralizadas. Tais imprevidências impossibilitaram que a comunidade científica compartilhasse das conclusões do autor e, decorridos todos esses anos, desconheço outro trabalho que tenha chegado aos mesmos resultados; e mais, tampouco tenho informação de que algum serviço de dependência química no mundo esteja se regendo por essa orientação terapêutica, de sugerir que uma porta de saída para o crack seja usar maconha. 
 
Aliás, no passado, cometia-se a ingenuidade de se achar que cachimbo ajudaria o tabagista a parar de fumar ou que calmantes, tipo diazepínicos, ajudariam alguém a parar de beber.

Portanto, a título de resumo, o uso de maconha por jovens é deletério, sua liberação aumentará o consumo e os problemas dele decorrentes. Em posse de tais informações, que a sociedade decida o que quer fazer. Até lá, o debate robusto e elegante ajudará; e que não se tome como atitude antiética lembrar fato verdadeiro e de conhecimento público.

* PSIQUIATRA E PSICANALISTA, COORDENADOR DA UNIDADE DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA DO HOSPITAL MÃE DE DEUS
 
Fonte - ABJT (Associação Brasileira de Justiça Terapêutica)
 
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OEA defende abordagem de saúde pública para drogas ilícitas

OEA defende abordagem de saúde pública para drogas ilícitas

DA REUTERS

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A Organização dos Estados Americanos (OEA) defendeu nesta sexta-feira que os países do continente abordem o consumo de drogas ilícitas como uma questão de saúde pública, e que se abram à despenalização como uma política que ajude a combater o narcotráfico.


A recomendação consta em um relatório entregue pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. A elaboração do texto havia sido solicitada durante a Cúpula das Américas de 2012, em Cartagena.

"A despenalização do consumo de drogas deve ser considerada na base de qualquer estratégia de saúde pública. Um dependente é um doente crônico que não deve ser castigado por sua dependência, e sim tratado adequadamente", diz o relatório, que inclui uma análise sobre o problema das drogas ilegais nas Américas, e uma série de cenários para enfrentá-lo.

"Se não é possível passar da noite para o dia a uma mudança radical no tratamento dos dependentes, pelo menos deveriam ser iniciados métodos de transição, como os tribunais de drogas, a redução substancial das penas e a reabilitação", diz o texto.

Os especialistas citados disseram que as medidas restritivas de liberdade só deveriam ser usadas quando houver risco à vida do dependente ou quando sua conduta constituir um risco para a sociedade.

O relatório estimam que as Américas concentrem 45% do consumo mundial de cocaína, cerca de metade do consumo de heroína e um quarto do consumo de maconha, e disse haver um aumento no consumo de drogas sintéticas. O varejo das drogas ilegais, acrescenta o texto, movimenta US$ 151 bilhões por ano.

Fonte - Folha de São Paulo 
 
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Observatório Europeu da Droga antecipa relatório anual

Observatório Europeu da Droga antecipa relatório anual

Observatório Europeu da Droga antecipa relatório anual - http://www.mais24hrs.blogspot.com.br
O Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência vai lançar o seu relatório dia 28 de maio, seis meses antes do habitual, numa nova estratégia orientada para um aumento da rapidez e da eficácia, confirmou nesta segunda-feira uma responsável da organização.

O relatório anual sobre o panorama das drogas e da toxicodependência nos países da União Europeia, na Noruega, Croácia e Turquia é normalmente divulgado em novembro, mas o Observatório decidiu dar preferência a "informação mais atual", explicou a mesma fonte à agência Lusa.

“O nosso novo programa de trabalho de três anos (2013-2015) dá muito ênfase a ter informação mais rapidamente”, afirmou a mesma fonte, adiantando que a agência adotou uma nova estratégia que visa “acompanhar o fenômeno da droga e a sua rápida transformação, bem como as crescentes necessidades e mudanças nas expectativas do público”.

A nova estratégia da agência “baseia-se nos princípios orientadores da relevância e atualidade, eficácia e valor, comunicação e orientação para o cliente”, referiu, explicando que o novo documento anual vai designar-se "Relatório Europeu sobre Droga 2013: Tendências e evoluções", apresentando resumidamente as informações mais recentes nos 27 Estados-membros, Noruega, Croácia e Turquia.

O documento terá como produto central o relatório “Tendências e Evoluções”, com textos mais curtos e mais dados estatísticos, acompanhado de um capítulo sobre as “Perspetivas sobre Drogas” (POD, na sigla em inglês).

No relatório deste ano, o foco será dado a 12 temas, entre os quais se incluem as abordagens de tratamento da hepatite C, a utilização de alto risco de cannabis, as situações de emergência relacionadas com a cocaína e o controle das novas substâncias psicoativas.

Um destes temas só será, no entanto, apresentado em finais de junho, altura em que se realiza o III Fórum Internacional sobre novas drogas, esclareceu a mesma fonte da agência da UE de informação sobre droga, sediada em Lisboa.

O pacote informativo será completado com o Boletim estatístico ("Statistical bulletin") anual e as Panorâmicas por país ("Country overviews"), que apresentam dados e análises a nível nacional.

No último relatório, apresentado a 15 de novembro passado, o Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (OEDT) concluiu que o clima de austeridade na Europa está a fazer baixar o investimento no tratamento e redução de riscos para os consumidores de droga.

O documento adiantava ainda que o número de novos utilizadores de heroína estava diminuindo, tal como a disponibilidade desta droga na Europa, apesar de um aumento da produção a nível mundial, e que as drogas sintéticas estimulantes são uma das principais preocupações das autoridades.

De acordo com o último relatório anual daquela agência europeia, a cannabis continua a ser a droga mais popular na Europa, onde a produção caseira tem aumentado, além da procura de tratamento para problemas relacionados com o uso.

Fonte - Agência Lusa
 
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Novo e promissor método no tratamento para dependência de maconha, com o uso de medicamento

Novo e promissor método no tratamento para dependência de maconha, com o uso de medicamento

NIDA (National Institute on Drug Abuse)

Novo e promissor tratamento para dependência de maconha - http://www.mais24hrs.blogspot.com.br
Figura1
Pacientes ambulatoriais dependentes de maconha, que foram tratados com gabapentina em um ensaio clínico piloto, reduziram seu consumo de cannabis, e relataram menos sintomas da retirada da droga do que os pacientes que receberam um placebo. Os pesquisadores Dr. Barbara Mason e seus colegas do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, Califórnia, sugerem que seus resultados justificam estudos maiores para testar a eficácia potencial do medicamento na população geral de indivíduos dependentes de cannabis.

Cinqüenta adultos procuraram o tratamento, houve uma avaliação de 12 semanas, e estes preencheram os critérios do DSM-IV para dependência de cannabis. Os pesquisadores designaram aleatoriamente 25 participantes para receber gabapentina, e 25 para receber placebo. Todos os participantes também receberam aconselhamento semanal com realce motivacional e técnicas cognitivo-comportamentais. Um pouco mais de um terço dos pacientes permaneceram em tratamento no final do estudo, e o tempo médio de tratamento de todos os participantes, foi de 6.4 semanas.
A relação da creatinina urinária (teste de THC na urina) significativo para THCCOOH sobre o estudo de 12 semanas diminuiu de 800 para um pouco menos de 100 para o grupo de teste e o placebo de 600 a perto de 0 para o grupo da gabapentina.

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Figura2
No início do estudo, os destinatários da gabapentina relataram ingerir 8 gramas de maconha por semana, em média,e o grupo placebo 6 gramas. Em cada semana subsequente, excepto uma, os destinatários da gabapentina relataram fumar menos do fármaco do que os pacientes que receberam placebo, o que resulta em uma exposição total, significativamente menor. Medidas semanais de THC metabólito na urina foram feitas em paralelo e confirmaram estes auto-relatos, com baixas concentrações encontradas nas amostras do grupo gabapentina em cada visita do tratamento (ver Figura 1). Ambos os grupos iniciaram o estudo utilizando maconha 5 dias por semana, com o grupo da gabapentina usando significativamente mais do que o grupo de placebo, sendo que ao longo do curso do tratamento, houve considerável diminuição. Além disso, apenas os do grupo da gabapentina relataram melhora nos problemas ocasionais de síndrome de abstinência.
O número médio de sintomas relatados sobre a retirada da maconha variou de 8 sobre as primeiras 4 semanas de tratamento para o grupo placebo, e, em seguida, caiu para menos de  6 para 2 semanas, terminando perto de 0,5. Os números médios do grupo de teste da gabapentina foram 3 e 4 inicialmente na semana 1, diminuindo para 2 durante as semanas 3, 4 e 5 e, em seguida, mantendo-se em 1,5 ou inferior para as 1 nas semanas restantes. Os números médios de placebo foram maiores durante as primeiras 6 semanas de estudo, mas semelhantes à da gabapentina, nos níveis finais  das 6 semanas (Figura 2).

A gabapentina reduziu os sintomas da Maconha: 

Em comparação com pacientes que receberam placebo, os pacientes gabapentina experimentaram maiores reduções nos sintomas agudos de abstinência de maconha no decorrer do tratamento. Os sintomas dos pacientes gabapentina diminuiu em 3 semanas, quando os sintomas de abstinência do grupo placebo atingiu o pico.

Dr. Mason e colegas supõem que a gabapentina pode ajudar os usuários de maconha, reduzindo os sintomas de abstinência angustiantes que desencorajam a parar de fumar e dirigir a recaída. O grupo da gabapentina também apresentou significativamente menos perturbações do sono, ansiedade menor, e menos depressão ao longo do estudo.

Os pesquisadores sugerem que a gabapentina pode melhorar as respostas dos usuários de maconha para o tratamento comportamental, melhorando a capacidade cognitiva, devido a diminuição dos sintomas consequentes à retirada. Confirmando  esta sugestão, 10 dos pacientes da gabapentina submetidos a testes cognitivos melhoraram significativamente, enquanto que apenas  sete, dos pacientes do placebo. Testes de funcionamento visual-motor, flexibilidade-cognitiva, e capacidade de inibir as respostas impulsivas (da primeira para a quarta semana de tratamento).

A gabapentina inibe o impacto dos hormônios do estresse sobre a liberação do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA) em amígdala do cérebro. Este efeito pode contribuir para o alívio dos sintomas de abstinência de maconha, que surgem, em parte, porque o abuso crônico de maconha perturba a regulação normal do circuito de estresse no cérebro.

Médicos usam atualmente gabapentina no tratamento da dor neuropática, e epilepsia. O NIDA financiou o estudo-avaliação do Scripps, como parte de sua estratégia para identificar e testar potenciais medicamentos para tratamento do abuso de drogas, que a Food and Drug Administration já tem aprovadas para uso clínico. Se tal medicação prova ser eficaz, ela pode ser implantada rapidamente em ambientes clínicos, enquanto que os compostos recém-desenvolvidos devem passar por anos de testes pré-clínicos e clínicos para estabelecer a segurança e eficácia.

Este estudo foi financiado pelo NIH concede: DA020766, DA024194 e DA020766.
Fonte:Mason, B. J., et ai. A prova de conceito estudo controlado randomizado de gabapentina: Efeitos sobre o uso de maconha, retirada e déficits de função executiva em adultos dependentes de cannabis. Neuropsychopharmacology 37 (7) :1689-1698, 2012.

Fonte - NIDA
Tradução - GT - Adaptação Gramatical Mais 24 Hrs 
 
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Professores dizem que aluno drogado é o principal fator de violência nas escolas. Mandem o resultado para Dilma, FHC, Paulo Texeira e a Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia

Professores dizem que aluno drogado é o principal fator de violência nas escolas. Mandem o resultado para Dilma, FHC, Paulo Texeira e a Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia

Reinaldo Azevedo
A Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual de ensino, que tem um neurônio petista e o outro também, fez uma pesquisa sobre a violência nas escolas. Deve ser parte da sua campanha contra o governo do estado, o PSDB, o capitalismo, a privatização do ensino, a propriedade privada, sei lá eu… De todo modo, existe, é evidente, violência nas escolas país afora. E é coisa grave! O resultado, já falo a respeito, não é nada surpreendente.
Os dados deveriam ser enviados à presidente Dilma Rousseff, cujo governo patrocinou, na semana passada, um seminário em favor da descriminação de todas as drogas; deveriam ser enviados ao deputado Paulo Teixeira (SP), um dos capas-vermelhas do PT, que quer discriminação total das drogas e acha que quem for flagrado com uma quantidade suficiente para até DEZ DIAS de consumo não pode ser incomodado; deveriam ser enviados, claro!, ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele é o principal responsável por ter conferido credibilidade aos liberacionistas: “Se até o FHC é a favor…”. Deveriam ser enviados à tal Comissão Brasileira Sobre Droga e Democracia, com seu incrível nefelibatismo… Aliás, a página dessa entidade na Internet limitava-se, até outro dia, a tratar a questão como matéria de política pública, ligada à segurança e à saúde. Na semana passada, havia lá o texto (sobre um ator) que fazia claramente a apologia da maconha.

Os dados deveriam ser enviados, enfim, a todos os “pensadores” que usam o discurso da medicalização do vício para liberar a droga e, assim, produzir ainda mais viciados… A sistema de saúde no Brasil passaria a girar em torno desse eixo. O que essa turma pretende, na prática, é tornar a droga disponível a cada esquina, a preços bem mais baratos, claro!, e jogar o ônus de sua escolha — CONTRA A VONTADE DO POVO — no sistema público de saúde.

Leiam trecho de reportagem da Folha :
Volto depois.

A presença das drogas no ambiente escolar é o principal motivo apontado por professores da rede estadual de ensino de São Paulo para a criação de situações de violência dentro da escola. A constatação é de pesquisa divulgada ontem pela Apeoesp (sindicato estadual dos professores). Em 42% dos casos, os entrevistados disseram que o aluno sob efeito de drogas foi a razão que motivou a violência. Em seguida, com 29%, estão as ações do tráfico de drogas e alunos sob efeito de álcool como as motivadores.
O levantamento, realizado pelo instituto Datapopular, ouviu 1.400 professores, por telefone, em 167 cidades paulistas entre janeiro e março deste ano e tem margem de erro de 2,61%. A pesquisa indicou também que 84% dos entrevistados disseram ter tido conhecimento de algum caso de agressão dentro da escola onde trabalham, e 44% dos professores pesquisados afirmam ter sofrido algum tipo de agressão (física, verbal ou assédio) no ambiente escolar.
(…)


Voltei
 
Outro dia, um desses que andam com a cabeça nas nuvens, embora tenha se mostrado um empirista empedernido, mandou pra cá um comentário duro, exigindo que eu demonstrasse que a descriminação acarretaria uma elevação do consumo. Ele não quer que eu prove nada. Ele está mentindo — talvez até para si mesmo. Ele é da turma que pretende:
a: acabar com qualquer abordagem repressiva aos consumidores de drogas;
b: diminuir (e, no limite, acabar) com a interdição social que ainda resiste em relação a elas;
c: oferecer tratamento público e gratuito para os que eventualmente se tornaram “dependentes” e quiserem se livrar do vício;

Depois de tudo isso, ele quer que seja eu a provar que haverá elevação do consumo… Santo Deus! Essa gente acha que nas periferias — na pobreza, enfim —, puxa-se um fuminho com a mesma ligeireza, graça e manemolência com que se acende um baseado em Higienópolis, Vila Nova Conceição, Moema, Vila Madalena, Ipanema, Copacabana, Leblon ou Botafogo. O médico que foi detido com um floresta de maconha no apartamento, no Rio, foi tratado em certos veículos quase como um poeta. A cara da pobreza é diferente!

A estupidez militante
Aí a estupidez militante resolve pensar: “Tá vendo? Mesmo com as drogas proibidas, a gente tem esse resultado…”. Sim, é verdade! E aí, então, esses gênios resolvem criar condições para aumentar a circulação das ditas-cujas. A tese é a seguinte: se, com menos drogas circulando, temos isso, quem sabe com mais? É um modo de pensar.

Venham cá: por que se instituiu a tal Lei Seca para motoristas? Por que existe a restrição à venda de álcool para menores? Aqui perto da minha casa mesmo, numa dessas lojas de conveniência de postos de gasolina, já vi a lei sendo fraudada. Um rapaz maior de idade entrou, comprou meia dúzia de latinhas de cerveja e distribuiu depois para os amigos, provavelmente menores. Por que ninguém vem a público, nesses dois casos, para afirmar que as medidas repressivas são ineficazes?

Ineficazes para “resolver” o problema podem ser, mas não inúteis. Elas têm a eficácia possível. Uma coisa é certa: sem elas, a situação seria pior. A existência de uma lei não impede que um crime aconteça ou que um grupo de pessoas deixe de correr riscos e mesmo de pôr terceiros em risco. Mas certamente age como fator de inibição.

Os lobistas da liberação das drogas foram hábeis em inverter, vamos dizer assim, o ônus da prova. Eles é que teriam de provar que elevar a exposição da sociedade brasileira às drogas não acarretará um aumento do consumo; eles é que querem mudar a lei. Eles é que têm de apelar a alguma instância secreta do conhecimento para justificar que, quanto mais droga circulando (e mais barata), menor será o consumo.

A Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia conta com gente sem dúvida sábia em sua área de atuação. Estão lá, por exemplo, o brilhante economista Edmar Bacha e o banqueiro Pedro Moreira Salles. A comissão defende a descriminação, mas, que eu saiba, continua favorável à repressão ao tráfico. Eu continuo a aguardar um ensaio de Bacha e Salles demonstrando que o estímulo à demanda não provocará a) ou uma elevação da oferta b) ou a explosão da inflação no setor. 
Em qualquer caso, o traficante sairia ganhando. Se conseguir suprir a demanda, mantendo sua margem, vai expandir o negócio porque poderá reinvestir o lucro crescente na própria atividade. Se não conseguir, restará elevar os preços, mantendo fixos os custos. Nesse caso, ganhará ainda mais dinheiro vendendo o mesmo. Resta a alternativa improvável de que a lei da oferta e da procura não funcione para o mercado de drogas. Mas eu posso esperar por esse ensaio e a história do pensamento econômico também.

No momento, a Comissão deveria é dar uma resposta aos professores de São Paulo, tentando explicar que a descriminação das drogas minimizaria o problema da violência. Noto, para encerrar mesmo, que os professores apontaram como o maior problema o aluno sob efeito de drogas, não o aluno traficante!

Fonte - Veja - Blog Reinaldo Azevedo

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Cérebro humano: Cuide do seu, afinal é insubstituível...

Exercitar o cérebro é essencial para mantê-lo jovem, ensinam pesquisadores


Chris Bueno
 
A atividade intelectual não se refere ao nível educacional, mas sim a atividade mental como um todo
 

Cérebro humano: Cuide do seu, afinal é insubstituível...- http://www.mais24hrs.blogspot.com.br
Fazer caminhada, praticar exercícios habitualmente, ter uma dieta balanceada e até apelar para cosméticos ou cirurgia plástica. Muito se fala sobre como evitar o envelhecimento do corpo. Mas o cérebro, este complicado órgão que rege nossa vida, também envelhece e precisa de cuidados especiais e exercícios para se manter jovem e ativo.
O cérebro humano desempenha diversas funções: desde controlar a respiração até resolver um intrincado problema matemático. Ele também é responsável pela formação da personalidade e pelos sentimentos. Mesmo quando não percebemos, ele está trabalhando: durante uma caminhada, fazendo compras no supermercado, conversando e até sonhando.

E tudo devido a uma complicada rede de mais de 100 milhões de células nervosas. Por isso que, mesmo pesando pouco mais de um quilo, ele gasta 20% de toda a energia do corpo.


ÁLCOOL E CIGARRO: o tabagismo e o consumo de bebida alcoólica também são fatores que podem acelerar o envelhecimento cerebral e prejudicar seu bom funcionamento. As substâncias químicas do cigarro e das bebidas alcoólicas causam a morte de muitos neurônios, além de trazer outros diversos prejuízos para a saúde que podem se refletir também no envelhecimento cerebral precoce
Cérebro humano: Cuide do seu, afinal é insubstituível...- http://www.mais24hrs.blogspot.com.brMas, assim como todo o nosso organismo, o cérebro também envelhece. Com o passar dos anos, ele passa por uma série de alterações que afetam sua estrutura e suas funções. "O cérebro é um órgão bastante complexo. Com o envelhecimento, estudos com ressonância magnética evidenciaram a ocorrência de redução de seu volume, mas não de forma homogênea. Por outro lado, foram descritas, também, alterações funcionais que comprometeriam a comunicação entre os neurônios", aponta Gisela Tinone, neurologista da Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

A partir dos 25 anos, os neurônios começam a diminuir e o cérebro a "encolher" (ele perde entre 5% e 10% do seu peso). Também ocorrem alterações bioquímicas como deficiência de serotonina, dopamina e glutamato. As consequências dessas alterações são perdas na função cognitiva, como falhas na memória (por exemplo, não se lembrar onde deixou as chaves), e uma certa dificuldade de aprender coisas novas.


"No envelhecimento normal, a maior parte dos idosos apresenta um leve declínio, ou então, uma certa lentificação no processo de planejamento, organização e memória", explica Valéria Bahia, neurologista do Hospital Samaritano de São Paulo.

Sempre jovem


Apesar de seu envelhecimento natural, é importante atentar que o cérebro é um órgão que possui uma alta plasticidade. Ou seja, ele tem uma grande capacidade de se modificar conforme sua interação com o ambiente. Se ele for estimulado e se mantiver ativo, essas alterações causadas pelo envelhecimento serão mínimas – até mesmo imperceptíveis.


O segredo para manter o cérebro jovem é exercitá-lo. Alguns pesquisadores afirmam que o melhor exercício para o cérebro é estudar (pesquisas chegam a apontar que pessoas com nível educacional mais alto apresentam sinais mais leves de envelhecimento cerebral). "No entanto, é importante ressaltar que atividade intelectual não se refere ao nível educacional, mas sim a atividade mental como um todo. É preciso ser ativo mentalmente", ressalta Bahia.

Alguns mitos e verdades:
 
Usar drogas prejudica o funcionamento cerebral. VERDADE: drogas agem negativamente na atividade cerebral. O prejuízo dependerá, obviamente, do tipo de droga, da forma de uso e da quantidade e frequência. "Mas todas, de modo geral, geram alterações imediatas nas redes neurais, provocando perturbação aguda e crônica do funcionamento do órgão e levando à dependência física e psíquica", considera o neurologista Leandro Teles. "A área relacionada ao prazer é ativada de maneira compulsiva. E, uma vez estabelecida a dependência, o mecanismo cerebral será afetado. Além disso, no caso de drogas ilícitas, o paciente apresentará outros sintomas relacionados à dependência química", completa o neurocirurgião Antonio Salles
 
Dor de cabeça tem relação com dor no cérebro. MITO: o cérebro não dói! Ele é capaz, sim, de perceber e localizar desconfortos causados por lesões em praticamente qualquer região do corpo. "Quando sentimos cefaleia, o que incomoda são os músculos, os vasos sanguíneos, as meninges, camadas que revestem o cérebro. Por esse motivo, em alguns procedimentos cirúrgicos o paciente pode até ficar acordado durante a cirurgia, ajudando o neurocirurgião no mapeamento das funções cerebrais a serem preservadas na operação", observa o neurologista Leandro Teles. "Alterações dentro do órgão que levam a modificações no espaço intracraniano (por exemplo, a presença de tumor, sangramento e infecção) causam irritação ou distensão das estruturas cerebrais (vasos, meninges). E é isso que provoca dor. Os músculos em torno da cabeça e pescoço também podem ocasionar a disfunção", completa o neurocirurgião Antonio Salles
 
O uso do cérebro é proporcional ao nível intelectual do indivíduo. VERDADE: sabemos, no entanto, que áreas específicas são encarregadas de funções diferentes, chamadas a participar quando a ação é requisitada - o que acontece com as áreas motora, sensitiva, da emoção e da memória. "Portanto, usamos todo o cérebro, só que em momentos e situações particulares de acordo com nossas atividades. E tem mais, existe uma grande reserva de plasticidade, ou seja, algumas regiões são convocadas a suprir deficiências de outras em casos de doenças. Em outras palavras, o homem tem capacidade para utilizar seu cérebro completamente, dependendo da situação em que está engajado", diz o neurocirurgião Antonio Salles

Exercitar o cérebro nos torna mais inteligentes. VERDADE: o órgão melhora com a prática. Fica mais rápido, erra menos e cria atalhos mentais. "A inteligência é um conjunto complexo de habilidades cognitivas, fruto da genética e do ambiente", diz o neurologista Leandro Teles, acrescentando que pessoas que exercitam a mente no cotidiano, no trabalho ou mesmo com atividades recreacionais estão mais protegidas contra sintomas de desatenção, esquecimentos e baixa do rendimento intelectual. "Nossa cabeça surpreende muito com a prática: dominamos idiomas e instrumentos musicais, revelamos habilidades artísticas e outras particularidades", diz. Para o neurocirurgião Antonio Salles, o constante exercício cerebral significa somar conhecimento, usar funções estabelecidas e até desenvolver capacidades antes não presentes, como falar uma nova língua.
 
A prática de exercícios físicos favorecerá o cérebro na velhice. VERDADE: trabalhos internacionais e nacionais mostraram relação entre atividade física regular durante a vida e melhores índices cognitivos na terceira idade. De acordo com o neurologista Leandro Teles, tal ligação se dá mesmo entre pessoas que começam a mexer o corpo em idade avançada e em pacientes com esquecimentos e formas iniciais de doença de Alzheimer. "Portanto, ginástica ou esporte feito com seriedade protege o cérebro e retarda e ameniza os sintomas de doenças degenerativas", conclui o médico. Antonio Salles complementa informando que o órgão emprega 15% do fluxo sanguíneo corporal e 20% do consumo de oxigênio do corpo. "Quando nos exercitamos, aumentamos o fluxo sanguíneo cerebral, o que leva a vários efeitos positivos: integridade dos pequenos vasos, demanda sanguínea adequada para a área motora do cérebro, suprimento de micronutrientes para o bom metabolismo de neurotransmissores e estímulo para liberação de endorfinas responsáveis pelo bem-estar". E tem mais: segundo a neurocientista Alessandra Gorgulho, estudo recente com jovens estudantes irlandeses mostrou que, após o exercício, houve melhora em tarefas relacionadas à memória. "Ficou evidente o aumento celular no hipocampo, região do cérebro importante na manutenção da memória. Porém, tal incremento parece ser efêmero, desaparecendo quando a ginástica é abandonada. Portanto, os benefícios parecem ser semelhantes ao que se observam nos músculos: eles são eficazes se regulares, realizados habitualmente".

O cérebro regula a razão, e o coração regula a emoção. MITO: razão e emoção são habilidades exclusivas do cérebro. "O coração é uma bomba muscular que leva o sangue oxigenado aos tecidos, inclusive ao cérebro, mas não detém nenhuma capacidade cognitiva ou de percepção do mundo", explica o neurologista Leandro Teles. Tal afirmação tem origem no fato de que o coração reage à resposta do cérebro à emoção com o aumento do batimento cardíaco, levando ao mito de que o coração é o órgão que "sente as emoções". "Mas, na verdade, o cérebro assimila e interpreta as emoções, transmitindo suas consequências para o resto do organismo por meio do sistema nervoso. Afeta, assim, o coração e outros órgãos, levando não apenas ao incremento cardíaco mas também à sudorese nas mãos, face vermelha, sorriso ou lágrima", completa a neurocientista Alessandra Gorgulho.
 
Só utilizamos 10% da nossa capacidade cerebral. MITO: tal número é frequentemente citado sem nenhum embasamento científico. "O potencial do órgão é incomensurável e ainda desconhecido em termos de quão longe a inteligência humana pode chegar. Onde está o limite do que podemos conquistar" Não há resposta para esta questão. Mas dizer que as pessoas não utilizam o cérebro humano em sua totalidade não é verídico, e isso está confirmado por todos os estudos científicos existentes", defende a neurocientista Alessandra Gorgulho. Já o neurologista Leandro Teles observa que o percentual ativado depende diretamente da atividade que estamos realizando. "Durante um dia ou uma dinâmica complexa, certamente acionamos praticamente todas as áreas cerebrais".

O cérebro do homem é diferente do cérebro da mulher. VERDADE: isso acontece por questões anatômicas, hormonais e culturais. O do homem é maior, mais pesado e mais capacitado, de modo geral, para soluções pragmáticas, raciocínio lógico e habilidades motoras. Já o feminino se destaca em criatividade, intuição e questões sociais. "Não existe superioridade global de um modelo sobre o outro, mas tendências e limitações que os tornam diferentes", assegura o neurologista Leandro Teles. Antonio de Salles, chefe do Centro de Neurociências do Hospital do Coração, este é um tema controverso. "Do ponto de vista leigo, podemos dizer que homens e mulheres processam algumas informações de maneira distinta: elas são notórias por terem maior percepção de detalhes e desenvoltura com a linguagem, enquanto eles são menos detalhistas, porém mais diretos e sistemáticos na tomada de decisões, com facilidade para o raciocínio geométrico e abstrato. E claro que, mesmo com tais prevalências, há exceções. É bom deixar claro que essas particularidades, além de não implicarem em superioridade de um sexo sobre o outro, são necessárias na natureza para assegurar a sobrevivência da espécie".
 
Beber demais causa danos ao órgão porque destrói neurônios. VERDADE: inicialmente, o consumo exagerado de álcool leva a uma alteração funcional sem perda de neurônios, iniciando um quadro clínico de desatenção, desequilíbrio e confusão mental que, felizmente, é reversível. "Com o passar dos anos e uso frequente e excessivo mantido, ocorre diminuição da capacidade mental e atrofia cerebral, causada por perda de neurônios e simplificação de suas cognições. Pode haver, ainda, prejuízo indireto com carência vitamínica, traumas e outras complicações relacionadas indiretamente ao vício", destaca o neurologista Leandro Teles. A neurocientista Alessandra Gorgulho salienta que a bebida promove a progressiva atrofia cerebral devido à morte celular em áreas específicas, causando demência alcoólica, doença também conhecida como Síndrome ou Psicose de Korsakoff. "Ela também está associada a deficiências nutricionais. O sintoma mais proeminente é a confabulação, ou seja, criação de histórias para compensar ou minimizar a falta de memória".

Fonte - UOL Saúde