Uso de álcool na adolescência está ligado a comportamento de risco na idade adulta

Uso de álcool na adolescência está ligado a comportamento de risco na idade adulta
Um novo estudo realizado em ratos fornece indícios sobre como o uso de álcool na adolescência altera a química do cérebro, sugerindo que o uso precoce de álcool tem efeitos a longo prazo na tomada de decisões.

”Experiências de vida precoces podem alterar o cérebro no longo prazo, com profundas implicações para o comportamento na idade adulta”, disse Abigail Schindler, Ph.D., pós-doutoranda na Universidade de Washington, que conduziu a pesquisa. "Este estudo aponta para os potenciais efeitos do álcool no desenvolvimento do cérebro na adolescência, um período de exploração, quando os jovens são muitas vezes levados a experimentar álcool pela primeira vez”.

Os pesquisadores serviram doses de álcool a um grupo de ratos de 30 a 50 dias de idade, o equivalente à adolescência em humanos. Durante esse período, os ratos tiveram acesso aos às doses 24 por dia. Quando os ratos atingiram a idade adulta, eles passaram por testes que ofereciam a oportunidade de assumir baixos riscos para obter recompensas menores ou assumir riscos muito maiores para obter recompensaas muito maiores.

Os ratos expostos ao álcool durante a adolescência ficaram consistentemente mais inclinados a optar pelo alto risco/recompensa elevada, mesmo quando a opção mais segura teria dado mais recompensas no geral. “Este aumento adaptativo na tomada de risco sugere que a exposição ao álcool mudou a maneira como os animais tomam decisões”, disse Schindler.

Para explicar o fenômeno, a equipe de pesquisa observou mais atentamente a química do cérebro dos ratos. Eles rastrearam o efeito de alterações na dopamina, uma substância química do cérebro que contribui para a experiência de recompensa, e possíveis alterações nos receptores de GABA, que pode atuar como um sistema de freios para manter a dopamina em cheque.

Os ratos expostos ao álcool apresentaram maiores picos de dopamina e mudanças em certos tipos de receptores GABA, o que sugere que a exposição precoce ao álcool pode tirar os freios do sistema de dopamina.

As descobertas podem lançar luz sobre o desenvolvimento da dependência do álcool e das drogas. “Nos seres humanos, quanto mais jovem você é quando você experimenta álcool pela primeira vez, mais provável é que você venha a ter problemas com o álcool na vida adulta. Mas é um tipo de problema da galinha e do ovo, porque não tem ficado claro se algumas pessoas têm uma tendência natural para o abuso de álcool, ou se o próprio álcool tem um efeito sobre o cérebro”, disse Schindler .

O estudo reforça a evidência de que a exposição ao álcool no início da vida pode ter efeitos a longo prazo sobre a tomada de riscos e a tomada de decisão, o que pode aumentar o risco de uma pessoa a desenvolver problemas de abuso de substâncias.

O abuso de álcool representa um problema de saúde social, econômica e pública. Cerca de 18 milhões de pessoas nos Estados Unidos têm um transtorno por uso de álcool.

O álcool é a droga mais abusada entre os adolescentes. Setenta por cento dos adolescentes do 12 º ano de escolaridade norte-americano e um terço dos da oitava série do ensino fundamental sofreram alguma exposição ao álcool durante suas vidas, de acordo com um estudo de 2011.

Fonte - Traduzido e adaptado de Science Daily
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