• Maconha faz mal?

    Saiba mais sobre a fundamentação científica acerca dos efeitos da maconha sobre o organismo.

80% dos usuários de outras drogas começam pela maconha

'80% começam pela maconha', diz psicólogo que atende viciados no AM


80% dos usuários de outras drogas começam pela maconha
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que cerca de 1,5 milhão de brasileiros consomem maconha diariamente no Brasil. No Amazonas, não há números exatos sobre o problema, mas as instiutições que cuidam de dependentes vivem cheias. Só em 2011, cerca de 1.100 pessoas pessoas passaram pelo Serviço de Atendimento Psicossocial às Famílias (Sapif) voltado para problemas envolvendo o consumo de drogas.


A pesquisa da Unifesp, publicada nesta quarta-feira (1) pelo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), indica também que oito milhões de pessoas no Brasil já experimentaram a droga pelo menos uma vez na vida, e cerca de dois milhões a consomem diariamente.

  • Tida como a substância ilícita mais consumida no mundo, a maconha também é considerada, segundo psicólogos, o meio de acesso aos entorpecentes mais pesados, como cocaína, crack, heroína, entre outros. De acordo com informações da Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Amazonas (Seas), mais de 1.100 pessoas passaram pelo Serviço de Atendimento Psicossocial às Famílias (Sapif) no ano de 2011, que atende em média 15 com quadro de dependência química por dia na capital amazonense.


    Com investimento de R$ 1,6 milhão ao ano, o serviço oferece aos dependentes atendimentos clínicos, ambulatoriais e, dependendo da situação, internações em uma das unidades conveniadas, como a Fazenda da Esperança, o Desafio Jovem, o Serviço Missionário do Amazonas (Recanto da Paz e Sítio Feminino de Apoio Ester), o Núcleo de Tratamento Ambulatorial e Atenção às Famílias (NAF Brasil), o Instituto Novo Mundo e a Sociedade Beneficente Cristã do Amazonas.

    Localizada no Km 14 da BR-174, a Fazenda da Esperança, dirigida por religiosos, abriga em média cem jovens do sexo masculino. “Infelizmente sempre estamos com a casa cheia”, afirmou o psicólogo da instituição, Péricles de Miranda Ribeiro. Ainda segundo ele, cerca de 80% dos jovens internados na Fazenda da Esperança iniciaram no mundo das drogas através da maconha.

  • De acordo com a pesquisa publicada pelo Lenad, mais de 60% dos usuários de maconha experimentaram a droga pela primeira vez antes do 18 anos. Desses 62%, cerca de 35% dos usuários usaram pela primeira vez aos 16 anos. “A grande maioria dos usuários internados aqui são jovens na faixa dos 18 aos 25 anos. No caso dos mais velhos, a partir dos 35 anos, o problema se torna o álcool”, completou Péricles.


    Além dos serviços de internação e ambulatorial, o Sapif promove encontros trimestrais com as famílias e mesa redonda com as entidades conveniadas. Já o Projeto Ame a Vida, que funciona nos Distritos Integrados de Polícia (DIPs), também realiza reuniões com as famílias nos bairros e promove rodadas de discussões sobre o combate e prevenção às drogas. O projeto Ame a Vida foi criado em 2008 e até hoje já atendeu mais de 600 mil pessoas em Manaus.

    Ainda de acordo com o estudo da Unifesp, 75% dos entrevistados (cerca de 111 milhões de pessoas) é contra a legalização da maconha no país; 11% (cerca de 16,3 milhões) é a favor da legalização; enquanto 14% (cerca de 20,9 milhões) não tem uma opinião formada sobre a questão.

    Fonte - G1

    6º Passo - Prontificar-se

    Trabalhando a boa vontade e comprometimento



    Após os 5 primeiros passos, se os trabalhamos com minúcia e boa vontade, estamos agora aptos a desenvolver e por em prática essencialmente alguma humildade. Somos capazes de ver a nós mesmos, mais claramente.



    6º Passo "Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter."




    Este, é um dos passos que não "funciona" de forma imediata, ou seja, nada vai acontecer de uma hora pra outra, como num estalar de dedos. É um longo processo, que frequentemente pode durar toda uma vida. Estar completamente pronto, é atingir um estado espiritual onde nós estamos não só conscientes de nossos defeitos, mas cansados deles, e confiantes de que o Deus da nossa compreensão removerá o que for preciso.

    Ao iniciar este processo, alguns destes nossos defeitos, são tão claros e gritantes, que aparece uma reação imediata diante deles, pela qual queremos que eles sumam, hoje mesmo. Estamos vendo-os pela primeira vez em toda a sua "glória", mas, ao passar esta primeira reação, na verdade estamos prestes a encarar nossos "medos" e inseguranças, diante da "falta" desses defeitos em nossas vidas. Alguns, nem bem defeitos chegam a ser, mais parecendo técnicas de sobrevivência, construídas ao longo de toda uma vida, construção esta, norteada pela adicção.

    "A adicção para alguns, criou uma espécie de imagem, e pensamos que nos tornamos com o tempo, "pessoas bacanas apesar de...", e se nos tornarmo-nos agora "cidadãos respeitáveis", ou pessoas "normais", não vamos saber como conviver com isso. É aquela história: "Existem partes de mim, que ainda gosto como são...", ou, "sou assim mesmo...é o meu jeito de fazer as coisas". Vem inevitavelmente certo medo, e insegurança diante daquilo que é novo para nós, daquilo que até agora, desconhecíamos. Isso é normal. Importante salientar, que, todos nós somos pessoas "normais". A adicção não torna as pessoas anormais, a adicção, ou dependência química é uma doença, tratável, e se estagnada, o portador pode viver uma vida plena e completa, melhor até quem sabe, do que aqueles que não possuem a doença.

    Nossos defeitos, ou falhas de caráter, em sua maioria não surgiram do dia pra noite, em grande parte estas falhas já existiam antes mesmo do uso de substâncias propriamente dito, pois que temos que lembrar que, o uso de drogas, é somente a ponta do iceberg, é a bem dizer, uma consequência da doença, e não o principal dela.

    Somos ainda inseguros? Ainda tentamos provar aos outros o quanto somos melhores? Usamos de subterfúgios e pequenas mentiras? Ainda somos desonestos? Não nos colocamos na situação do outro, entendendo que todos tem necessidades? Estes são alguns exemplos óbvios de comportamentos e por que não "sentimentos" que estão enraizados em nós...


    A droga agora, deixou de ser o "problema", pois, paramos de usar. Iniciamos o processo dos passos, e começamos a limpeza interna, o foco agora então, inevitavelmente aponta para nós mesmos. Nesse momento é necessário deixar que esta luz, revele quem somos de verdade, e que nossa confiança no Poder Superior, alimente a boa vontade em querer caminhar para aquilo que gostaríamos de nos tornar, pessoas melhores.

    Precisamos manter a confiança e a esperança que o processo de recuperação funciona, mesmo no caso dos defeitos mais enraizados.

    Que Deus removesse...

    O sexto passo deixa claro que somente um poder maior do que nós mesmos, pode remover nossos defeitos de caráter, isso requer um nível de compreensão tal acerca deste passo, que nos permita efetivamente levar a bom termo uma rendição verdadeira.

    A primeira coisa que fazemos, como foi dito anteriormente, e decidir  que não queremos mais nossos defeitos de caráter. Infelizmente, isso se torna tão inútil, quanto nossas tentativas fracassadas de controlar nossa doença. Podemos até ter sucesso durante algum tempo, mas iremos constatar, que alguns destes defeitos são parte de nós, e estaremos sujeitos a repetir nossos piores defeitos, em situações estressantes.

    O trabalho do sexto passo então, é muito parecido com o trabalho dos dois primeiros passos. Requer uma RENDIÇÃO, um olhar no sentido de que, fomos DERROTADOS por uma força interna, que só nos trouxe dor e degradação. Precisamos assim, aceitar o fato de que não podemos remover por nós mesmos, nossas própria imperfeições, e nos prepara então para pedir, no sétimo passo, que o Deus de nossa compreensão remova-as para nós.

    Nossos defeitos

    Porque temos certas atitudes? É culpa de alguém? Quando foi que nos sentimos assim pela primeira vez? Porque? Como? Onde?. Há um cuidado essencial, em evitar a obsessão neste passo, pois esta nos levará a perder o foco real do sexto passo. O objetivo, é aumentar  a CONSCIÊNCIA a respeito das nossas falhas e defeitos de caráter, para nos prontificarmos inteiramente a tê-los removidos, e não analisar sua origem ou causa.

    Veja um exemplo, temos necessidades, todo ser humano as tem. Por exemplo, precisamos de amor. Nossos defeitos entram em ação então, na maneira como buscamos este amor, e esta é a chave. tendo consciência de quem realmente nos tornamos, teremos consciência para analisar se nossas ações estõa sendo norteadas por antigos defeitos de caráter, ou seja, forçamos situações usando meios e mecanismos falhos e deturpados, ou realmente estamos agindo naturalmente e de maneira normal em uma situação?

    Uma medida prática, é por exemplo, ao verificar os defeitos, saber qual o principio espiritual oposto a ele, e fazer uma comparação em nossas ações.

    Princípios Espirituais

    Agora de fato, podemos perceber claramente nossas imperfeições, no cotidiano de nossas vidas. Podem existir momentos, em que nossa consciência enfraquece, e deixamos de vigiar nossos atos nas mais variadas situações. Para aqueles que estão pela primeira vez experimentando o trabalho com o sexto passo, pode parecer que realmente teremos que, muitas vezes, despender uma energia enorme para não deixar que as circunstâncias nos levem a velhos hábitos, comportamentos, e falhas. Mas, a confiança e a PERSEVERANÇA nos fará, a cada dia de esforço, e a cada situação SUPERADA, deixar as coisas cada vez mais leves, com o passar do tempo. Quando nos posicionamos como "fortes", eis que estaremos fracos...ao sempre lembrar de nossas fraquezas, seremos "fortes. Ao contrário do que possa parecer, a dependência de um Poder Superior em nossas vidas, e o firme propósito de mudança com confiança e perseverança, nos tornarão cada vez mais livres.
    6º Passo - Prontificar-se
    Palavra Chave deste Passo - Ação Necessária

    6º Passo - Prontificar-se
    Imprescindível
    6º Passo - Prontificar-se
    Posicionamento
    Estamos em busca, de uma melhora gradual, mas constante, e não uma perfeição instantânea.

    O princípio espiritual da BOA VONTADE, indica que estamos dispostos a uma mudança, e nos esforçaremos para isso. Se fomos desonestos, vamos nos esforçar em busca da honestidade, seja em palavras, atos, pensamentos, ações, ou atitudes.

    Veja um exemplo de algo que pode corroer a recuperação neste passo: Temos a consciência de que, em determinado momento, não estamos sendo totalmente honestos, mas, essa desonestidade, não terá grandes consequências, e ficamos tentados a deixar como está e seguir em frente. Esse tipo de situação, que parece pequena, é a que vai realmente por a perder o trabalho deste passo. Não existe meia honestidade, meia-verdade, ou meia-mentira. 

    Existe diferença entre mentir, e ou calar. Por exemplo, não precisamos falar do nosso passado em uma entrevista de emprego, se o entrevistador não perguntar, isso não é omitir, ou mentir, apenas, o entrevistador não perguntou. Se algum dia vier a perguntar, a honestidade de fato diz então, que se for o caso, se responda as perguntas com franqueza, e serenidade, confiando no Poder Superior. Isso é CONFIANÇA e AUTO-ACEITAÇÃO.
    6º Passo - Prontificar-se
    Atitude

    6º Passo - Prontificar-se
    Traduz-se em leveza
    6º Passo - Prontificar-se
    Sempre necessária
    ACEITAMOS nosso passado, mas nos posicionamos com COMPROMETIMENTO para modificar o presente. O grau de boa vontade que teremos que desenvolver neste passo, requer um grau correspondente de fé e confiança. Devemos acreditar que nosso Poder Superior, vai trabalhar em nossas vidas, no tempo certo, na medida do nosso esforço, e da maneira que precisamos.

    Não seremos perfeitos hoje, nem nunca. Mas temos a consciência das nossas falhas, e a natureza delas, e agora com nossa melhor boa vontade prontificamo-nos INTEIRAMENTE  e não em partes, a permitir que Deus trabalha em nossas vidas, por meio desta boa vontade.

    Só por hoje, isso funciona.

    Mais 24 Hrs

    Fonte de Consultas - Guia para Trabalhar os Passos de NA

    Como acabar com a cracolândia

    Quem quer acabar com a cracolândia



    Alguém já deve ter escutado o ditado que diz: "O mundo é perfeito, os seres humanos é que são complicados...". Bom, conforme o tempo passa, eu pessoalmente acredito cada vez mais nessa máxima.
    O mundo, na verdade, anda complicado. Uma coisa que aprendi na vida, é que quando se trata de algo que envolve pessoas diferentes entre si, seja uma empresa, uma associação, etc, se nós colocarmos nossas "personalidades" acima dos "princípios", problemas com certeza vão acontecer. Então, hoje vivemos em um mundo polarizado, como algumas pessoas chamam, ou seja, pontos de vista opostos, opiniões opostas, e conflitantes entre si pela intolerância pessoal de cada um, e aí, entra a parte "personalidades acima de princípios". Mas, então não devemos ter uma opinião firme, ou posicionamento sobre os mais variados assuntos? Lógico que sim, a questão é não radicalizar estas opiniões, ou seja, respeitar o contraditório, respeitar os divergentes.

    Eu pessoalmente tenho uma posição política, defendo esta posição com os argumentos que entendo serem coerentes, e tenho uma opção por regime econômico. Não se deve confundir regime de governo (presidencialismo, parlamentarismo, ditadura, etc), com regime econômico (basicamente socialismo, e capitalismo), apesar de que, alguns regimes de governo também o são econômicos, mas há outros distintamente separados. 

    A Cracolândia
    Como acabar com a cracolândia
    Cracolândia antes da "remoção"
    O que é a cracolândia? É de direita? De esquerda? De centro? Ou liberal? É pois capitalista, ou socialista? Pois é...nenhuma das opções. A cracolândia, também não é um "problema" por assim dizer, mas sim, um RESULTADO, uma consequência, um reflexo.


    Cracolândia, terra do crack

    Porque é chamado de cracolândia? Bom, não é só porque lá, neste local, tem, ou havia o "crack" a vontade, que é a droga em questão. (Veja: O que é droga?) Chamou-se de cracolândia, pois o local faz uma referência a permissividade, a liberalidade, ou seja, uma espécie de área livre para o uso desta substância, e de outras...Sem lei, sem ordem, sem condições de vida, sem alimentação regular, sem assistência, sem nada. Sob este ponto de vista, o Brasil então, ou algumas áreas do Brasil, poderia ser chamado de uma grande cracolândia, não? Lógico, o único detalhe é que naquela cracolândia de São Paulo, e em outras similares por capitais do país, a CONCENTRAÇÃO é destacada. 

    No caso da CRACOLÂNDIA BRASIL, tudo fica mais "espalhado"...A CRACOLÂNDIA BRASIL, é o resultado de, ou igual a: falta de emprego, falta de qualificação, estrutura em saúde e saneamento, segurança, falta de moradias, falta de investimento, falta de opções.

    A CRACOLÂNDIA SÃO PAULO, é o resultado de: 

    1 - Uma droga muito "eficaz" no que tange a destruição do ser humano;
    2 - Negligenciamento público quanto a estruturação de locais adequados para tratamento de dependentes químicos;
    3 - E os pontos restantes são inerentes à CRACOLÂNDIA BRASIL.

    Nas redes sociais, pode-se acompanhar os mais diversos pontos de vista:


    • Existem os defensores da cracolândia (acredite, existem e não são usuários...);
    • Existem aqueles que simplesmente opinam em "matar" todos e ponto;
    • Outros dão soluções religiosas, médicas, ou policiais;
    • Outros realmente gostariam de fazer algo, mas não sabem o que fazer.

    A realidade é que, essa situação, e outras iguais no país e no mundo até, não se resolvem do dia pra noite, elas são um "RESULTADO", não um acontecimento. E resultados vem de ações ou omissões, resultados podem ser POSITIVOS, OU NEGATIVOS, e logicamente no caso da cracolândia, são negativos.

    Agora, importa menos a questão: Como chegamos nesse ponto?, do que a questão: O que faremos? Num caso desses, não importa mais, ao menos para estas pessoas que estão "presas" a essa dependência, como é que a cracolândia surgiu, mas sim, qual a solução não só para por fim a cracolândia, mas a solução para as vidas destas pessoas.

    Um aparte 
    Como acabar com a cracolândia
    Usuário de crack
    Na época da escravidão, ou melhor, na época em que o fim da escravidão ganhou espaço nos países, um questionamento era feito (e inclusive pelos próprios escravos), na sociedade daquela época: "O que faremos com nossa liberdade". Sim, pois que, um indivíduo que até ontem, era considerado por muitos um mero "animal", não um ser humano, perguntava-se quais perspectivas teria para o futuro. Emprego, casa, condições de vida, alimento, etc...E realmente, é inegável o quanto a sociedade, em boa parte uns mais outros menos, pelejou no que diz respeito ao racismo, e isso até os dias atuais.

    Bom, nesse aparte, vale a mesma pergunta para os "escravos" da cracolândia: "O que eles farão com a liberdade?", ou melhor dizendo, "O que farão após serem libertados da cracolândia?". Logicamente, continuam escravos de uma doença, do vício, do crack, e sob este aspecto, qual perspectiva de vida e/ou de sobrevida? Ainda há um porém, diferentemente do aparte apresentado, a escravidão dos tempos antigos, era uma condição mais externa (imposta) do que interna. Já, a escravidão do crack, se impõe basicamente por uma escravidão interna, é essa, é mil vezes pior, nesse sentido já disse Mahatma Gandhi:


    "A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." 
    Como acabar com "as cracolândias"

    Então, o que fazer? Já sabemos, que acabar simplesmente com a cracolândia, não vai resolver a questão dos indivíduos que estão lá, é o primeiro passo, sim pois, o primeiro passo é a ordem, a presença de "sociedade civilizada", lei, sem isso, nada ocorre. Naquela situação, agora recente em São Paulo, em minha opinião o poder público agiu corretamente em sua postura firme, devolvendo aparentemente ao local, a presença de "sociedade civilizada", com lei, e ordem, mas, infelizmente, não tinha um plano preparado para o "The day after". Volta-se a questão: o que o "escravo" vai fazer, após "libertado" do "local de cativeiro", sim, porque em verdade, CONTINUA ESCRAVO do crack...

    É complicado. Certamente, ainda mais do jeito que o nosso país anda (quebrado e corroído pela política em todos os níveis), não vai ser da noite pro dia, que a solução vai ser realizada. Planos, vontade e ideias, tem dezenas, centenas...mas o que falta é o OBJETIVO, o CONCRETO, o real e possível a FAZER. 


    NÃO SE RECUPERA NINGUÉM, ainda mais um dependente de crack, com: bolsa crack, pensão paga pra morar, ou até mesmo trabalho (ainda que essencial após o processo de tratamento). Um dependente de uma droga tal qual o crack, "desaprende" a viver, perde a estrutura interna, ou seja, é impraticável querer (salvo 1 em 1 milhão) retirar o indivíduo de uma condição de rua, e total dependência de uma droga, e querer imediatamente REINSERI-LO na sociedade. É um absurdo, porque não dizer, uma perca de tempo. Esse cidadão, deve passar obrigatoriamente por um TRATAMENTO, quer seja, internação, ou ambulatorial, e na maioria dos casos em se tratando de crack, ambulatorial não surte efeito. A pessoa deve ser "afastada" do meio social comum, para REAPRENDER hábitos, receber assistência médica, psicológica, e ter conhecimento de um tratamento psicoterapêutico que vá nortear sua vida no pós internação, além de, acima de tudo, buscar a Deus. Com a devida licença a ateus e etc, a crença em um Poder Superior (da forma e maneira como a pessoa concebe, seja evangélico, católico, luterano, etc) e o auxílio Deste, é FUNDAMENTAL na recuperação, logicamente na vida de cada um de nós, mas daí vai da crença pessoal de cada indivíduo. E porque? A Dependência Química é uma doença, com características: sociais(comportamentos), físicas(tolerância), psicológicas(compulsão e dependência) e espirituais. A questão do lado espiritual da doença DQ, é de que entre outras coisas, somente algo MAIOR que nós mesmos, ou que o próprio dependente, pode suprir, e substituir, e ajudar, e devolver a SANIDADE à ele, pois que, se sugere que seja um Deus, ONIPOTENTE, AMOROSO, E MISERICORDIOSO.
    (Veja: Tratamento para DQ, Biologia da Toxicodependencia)
    Muito importante, agora sob o aspecto do usuário, é que: é necessário QUERER..não há recuperação possível e eficaz, se a pessoa não quer. Em estando disponíveis os meios, sejam eles quais forem e de que tipo forem, de nada vão adiantar se o indivíduo não quiser.

    Discordo que, a internação compulsória, se devidamente organizada, e supervisionada, não seja indicada. Não sou médico, mas ver um médico dizer simplesmente que não deve se internar a força um dependente grave de crack, por questões vazias, e sem sentido, embrulha o estômago. 

    Veja, é uma condição quase que essencial, que o indivíduo queira se recuperar. Mas, por outro lado, quando e se, a pessoa chega em um extremo de um condição tal, que não tem mais capacidade de se auto-governar, vivendo exclusivamente para a droga, nesse caso, ainda que a pessoa não queira, é válido a internação "forçada". É uma OPORTUNIDADE, e existe a possibilidade, que mesmo de maneira forçosa, o indivíduo possa desenvolver a vontade pela recuperação. Porque senão, qual a outra opção? Se não vejamos, se a pessoa não quer: Tratar-se, trabalhar, não quer ajuda, então ok, fica nas ruas por conta, mas então formam-se aí, as cracolândias da vida, em São Paulo, no Rio, em Porto Alegre, e por aí vai. E aí? Ficam ali, sustentando parasitas humanos (traficantes) por intermédio de furtos, roubos, e mortes? Qual a opção, criar guetos? Lógico que não.


    Nesse sentido então, o país, o nosso país demanda de logicamente o básico para todos os cidadãos, veja, se pessoas que não tem nenhuma dependência, que vivem e trabalham etc, já não tem a estrutura adequada por parte do governo, sejam, escolas de qualidade e inteiras, hospitais públicos, programas de financiamento a moradias(honestos e que funcionem), rede social, rede viária, estrutura de segurança, etc, ainda mais nessa situação, os dependentes de drogas. Ou devem ser construídos centros de recuperação, ou e acredito ser o melhor, aumentar recursos para Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Reabilitação. Porque é melhor a segunda opção? Porque no Brasil, já é tradição o governo "não funcionar direito", tudo fica bonito somente no papel, então, terceirizar estas ações, seria mais barato, e teria um serviço de melhor qualidade. Ao governo, caberia simplesmente fiscalizar, só.


    Como acabar com a cracolândia
    Traficante na cracolândia
    O fim da cracolândia em São Paulo, é ótimo, excelente, e necessário...mas faltou um planejamento anterior, e isso não é somente responsabilidade deste governo que lá está, e sim, de todos os governos anteriores, pois a bem da verdade, existem governos, que tem sim é interesse que a cracolândia continue, a cracolândia é "boa" para eles no sentido em que: cria certo caos, cria dependência do governo, desvia a atenção.Essa é a mais pura verdade. Afora é claro, que a "estrutura" definida como cracolândia, é também do interesse e dirigida por criminosos do tráfico, que tem nos usuários, verdadeiros soldados que vão defender "esse território", por apenas uma pedra, matarão em alguns casos, se preciso for.

    Não é humanamente possível admitir, que seja aceitável uma situação destas. Não há justificativa. A "força" policial é totalmente justificada porque existia, nesse caso, uma situação de crime, de direito das pessoas circunvizinhas ao local, de segurança, e de saúde pública, então, lógico que os usuários vão "resistir", pois estão apoiados pelos traficantes do local, dessa maneira, não há outro meio senão a intervenção pelo uso da força necessária, para desimpedir a rua, prender os criminosos, e promover a ordem.

    Sabemos que, o "problema" é bem maior, o "buraco é bem mais em baixo". O Brasil, de norte a sul, sofre com suas "cracolândias" espalhadas por todas as cidades, dizimando vidas, famílias, e recursos sociais. O país sofre com a miséria humana da corrupção, da indecência humana governamental, milhões de desempregados, ingerências de toda sorte em todos os níveis (hospitais, escolas, habitação, etc), o país, parece que nunca vai "funcionar" de verdade. 

    Legalizar, não é solução, como no caso da maconha. Drogas, não são a solução pra nada, já chega as lícitas como o álcool, pra que aumentar este Rool? É preciso educar, informar, fazer por exemplo o meu filho saber (na idade certa e com a informação correta) que ninguém precisa de drogas para viver, para trabalhar, ou estudar, e etc, etc, etc e tal. O foco nessa informação adequada, e evitar primordialmente a experimentação, isso diminui drasticamente os riscos.


    A fé em dias melhores, é que mantém muitas pessoas neste mundo, de pé e confiantes.


    Mais 24Hrs

    Mortes por overdose de heroína se elevam nos EUA

    Heroína adulterada é a causa da crescente onda de ovedoses fatais


    Mortes por overdose de heroína se elevam nos EUA
    Liz Highleyman
    Produzido em colaboração com hivandhepatitis.com
    Publicado: 24 de Maio de 2017

    Novas fontes de heroína e adulteração crescente com fentanil e outros análogos mais fortes estão contribuindo para uma crescente epidemia de mortes por overdose de opióides em várias regiões dos EUA, relataram pesquisadores na 25ª Conferência Internacional de Redução de Danos (RH17) na semana passada, em Montreal.

    Nacionalmente, as overdoses relacionadas à heroína subiram 8% anualmente de 2006 a 2013, de acordo com Dan Ciccarone, da Universidade da Califórnia em San Francisco. Mas o aumento foi de até 50% em alguns estados do Appalachia e Sudeste, e de 30 a 40% nas regiões Nordeste e Atlântico.

    Durante a década passada, os EUA estiveram em estado de epidemia de opiáceos, concentrados em áreas suburbanas e rurais. Em janeiro, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relataram que as mortes por overdose de drogas, principalmente devido aos analgésicos prescritos e heroína, representaram mais de 28.000 mortes em 2014, superando as mortes por acidentes de veículos e homicídios combinados. Além das mortes por overdose, a epidemia também levou a surtos de HIV e hepatite C.

    Para o estudo da heroína em transição (HIT), Ciccarone e Jay Unick, da Universidade de Maryland, analisaram dados do governo da DEA (Drug Enforcement Administration) e do National Forensic Laboratory Information System, que mostram mudanças no fornecimento de heroína, formulações e contaminação. Eles também analisaram as bases de dados de saúde para avaliar as tendências nacionais e regionais em overdoses, hospitalizações e mortes relacionadas à heroína.

    As apreensões de heroína misturada com fentanyl, se elevaram em 134% de 2009 a 2014, segundo Ciccarone. Em contraste com o aumento dramático ao leste do rio Mississippi, a taxa de overdose tem sido praticamente estável na costa oeste, porque não tem visto um grande afluxo de fentanil como outras partes do país, disse ele.

    Este fentanilo é geralmente produzido clandestinamente utilizando precursores da China, não desviado fentanil farmacêutico, de acordo com a DEA. As agências também estão vendo cada vez mais outros opióides sintéticos relacionados - alguns dos quais são ainda mais fortes - incluindo acetil fentanil, furanil fentanil e o tranquilizante animal carfentanil.


    Normalmente, os usuários de drogas pretendem comprar heroína e, sem saber, obter produtos misturados com fentanil, disse Ciccarone. Porque o fentanil é muito mais forte do que a heroína pura - cerca de 30 a 40% mais forte em peso - e as pessoas injetando o que pensam que é a sua dose habitual ficam em risco de uma overdose fatal. Outro estudo apresentado na conferência mostrou que cerca de 80% das amostras de drogas testadas num local de uso supervisionado em Vancouver, continham fentanil.

    Estudos de "assinatura" de drogas revelaram que o México deslocou a Colômbia como a principal fonte de heroína que flui para estados no Centro-Oeste, na Nova Inglaterra e no Sudeste. A heroína sólida negra ou marrom do México tem sido comum na Costa Oeste, mas a nova heroína mexicana é um pó de cor clara similar ao produto colombiano que predominou no leste. Além disso, uma proporção crescente de heroína apreendida vem de fontes desconhecidas, disse Ciccarone.

    A nova heroína de origem mexicana, novas formulações com provável adulteração eo aumento de fentanil e outros análogos de heroína mais fortes "tornam o uso da heroína mais imprevisível e mortal do que nunca", concluíram os pesquisadores.

    Ciccarone argumentou que a epidemia de opióides deve ser menos tratada como uma epidemia de drogas e mais como uma epidemia de envenenamento, garantindo uma vigilância mais proativa e testes de drogas em si - não apenas as pessoas que usam drogas. Ele também pediu uma resposta mais rápida à overdose, tornando naloxona amplamente disponível para as pessoas que usam drogas e seus entes queridos, mais serviços de redução de danos e mais baseado em evidências tratamento para dependência de drogas.

    "Se opióides sintéticos estão se tornando a nova norma em termos de distribuição e consumo, então a verificação de drogas e locais de injeção supervisionados também devem se tornar as novas normas de saúde pública", disse Rick Lines, diretor executivo da Harm Reduction International.

    "Assim como a crise da Aids produziu inovação em estratégias de saúde pública, como preservativos e troca de seringas estéreis, também a crise de opiáceos que estamos vivenciando atualmente tem o potencial de ser uma mudança de jogo", concluiu Ciccarone. "Esta é uma epidemia de proporções de crise, mas como o HIV é uma crise de oportunidades, o HIV caiu dramaticamente por causa do tratamento e prevenção e ativismo, e a mesma coisa vai virar a epidemia de overdose de drogas nos Estados Unidos".


    Referência
    Ciccarone D et al. US heroína em transição: mudanças na oferta, adulteração e conseqüências. 25ª Conferência Internacional de Redução de Danos, Montréal, resumo 1403, 2017.

    Fonte - aidsmap.com

    STJ - Lei de Drogas é discutida

    Lei de Drogas é discutida em seminário com a participação de várias autoridades 

    Lei de Drogas é discutida em seminário com a participação de várias autoridades
    “Quase 30% do total de habeas corpus e recursos em habeas corpus recebidos no Superior Tribunal de Justiça referem-se ao tráfico de drogas”, afirmou a ministra Laurita Vaz, presidente do STJ, na abertura do seminário: 10 anos da Lei de Drogas – resultados e perspectivas em uma visão multidisciplinar, que ocorre na sede do tribunal, em Brasília, nesta terça e quarta-feira. 


    O evento, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) em parceria com o STJ e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), tem a coordenação científica do ministro do STJ Rogerio Schietti Cruz.
    O objetivo é discutir a questão das drogas no contexto nacional, de forma interdisciplinar, estimulando reflexões sobre o panorama vivenciado no Brasil após dez anos de vigência da Lei 11.343/06. Para a presidente do STJ, já se pode fazer uma boa análise da aplicação e eficiência da Lei de Drogas, notadamente considerando as interpretações restritivas oriundas do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ela. “O tráfico e o uso de drogas ilícitas são males que têm afligido nossa sociedade de forma crescente nos últimos anos e trazem, por arrasto, outros tantos problemas. Ao meu sentir, é preciso pensar o problema de forma mais ampla, buscando identificar sua verdadeira origem, e trabalhar na prevenção, que é melhor do que remediar o malfeito”, afirmou a ministra Laurita Vaz. 

    Reflexões oportunas 

    A advogada-geral da União, Grace Mendonça, assinalou que reflexões sobre a Lei de Drogas são permanentemente oportunas na agenda da sociedade brasileira, uma vez que um terço da população encarcerada deve suas condenações à aplicação da Lei 11.343/06 e que 75% dos jovens infratores de hoje são usuários de drogas (dados do Conselho Nacional de Justiça). “Esse tema exige uma abordagem multidisciplinar, porque envolve a atuação qualificada de diversos profissionais, não somente juristas, como também profissionais da área de saúde, da ciência política e da sociologia”, avaliou Grace Mendonça. 

    Também participando da abertura do seminário, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, destacou que o enfrentamento ao uso e tráfico de drogas é uma questão dinâmica, sempre em movimento, e que é preciso estar sempre discutindo os efeitos das atitudes tomadas e dos resultados obtidos nesse campo. Janot provocou o público e os palestrantes presentes com questões referentes à prevenção e à reinserção previstas na lei e que, segundo o procurador-geral, são muito ruins; distinção entre usuário (questão de saúde pública) e traficante (questão de política criminal); e o reflexo da política criminal de combate às drogas no sistema penitenciário brasileiro. 

    Participaram da abertura do seminário a diretora-geral da Enfam, ministra Maria Thereza de Assis Moura, o coordenador científico do evento, ministro Rogerio Schietti Cruz, o ministro aposentado do STF Ayres Britto, o vice-presidente da 4ª Região da Ajufe, juiz federal Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves, e o secretário nacional de Políticas Públicas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Humberto de Azevedo Viana Filho. Também compareceram à abertura o vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins e os ministros Villas Bôas Cueva, Sebastião Reis Júnior e Antonio Saldanha Palheiro.

    Fonte - STJ

    Pesquisa americana revela aumento do uso ilícito de maconha em estados onde a maconha foi legalizada

    Aumento de uso ilícito em estados onde a maconha foi legalizada


    Estados Unidos
    Uma análise dos dados de inquéritos nacionais indica que as leis que legalizam o consumo de maconha medicinal estão associadas a aumentos no consumo ilícito de cannabis e nos distúrbios do consumo de cannabis entre os adultos. A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas (NIDA) eo Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA), ambos parte dos Institutos Nacionais de Saúde.

    Pesquisa americana revela aumento do uso ilícito de maconha em estados onde a maconha foi legalizada

    Comparando tendências globais em estados com leis de maconha medicinal para estados sem essas leis, os autores examinaram dados de três pesquisas apoiadas pelo NIAAA realizadas em 1991-1992, 2001-2002 e 2012-2013. Além disso, a definição de desordem de uso de cannabis foi baseada na definição do DSM-IV de abuso de cannabis ou dependência nos últimos 12 meses. Os autores estimam que um adicional de 1,1 milhões de adultos usuários de cannabis ilícitos e um adicional de 500.000 adultos com um transtorno de cannabis DSM-IV pode ser atribuível a passagem de lei de maconha medicinal. No entanto, os investigadores também nota que poderia haver outros fatores contribuintes.

    Esses achados enfatizam a importância de examinar como as leis mais permissivas sobre a maconha estadual podem aumentar o risco de consequências para a saúde relacionadas à cannabis. Um comentário acompanhante sobre o artigo por NIDA cientistas destaca os potenciais efeitos negativos da cannabis sobre a saúde mental.

    Tradução Mais 24Hrs

    Artigo original 

    Fonte - NIDA

    Nos dias de hoje

    Nos dias de hoje 

    Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) calcula que cerca de 5% da população adulta, ou 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos, usou pelo menos algum tipo de droga em 2014. Transtornos relacionados ao consumo registraram crescimento preocupante.
    Cerca de 5% da população adulta, ou 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos, usou pelo menos uma droga em 2014, de acordo com o último Relatório Mundial sobre Drogas divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
    Embora substancial, esse número não sofreu elevação, ao longo dos últimos quatro anos, na mesma proporção da população mundial. O relatório, contudo, sugere que o número de pessoas que apresentam transtornos relacionados ao consumo de drogas aumentou desproporcionalmente pela primeira vez em seis anos.
    A publicação do Relatório Mundial sobre Drogas acontece em um momento marcante, após uma Sessão Especial da Assembléia Geral da ONU sobre o problema mundial das drogas e a primeira após a adoção dos novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
    Neste ano, a Assembléia Geral da ONU adotou um conjunto abrangente de recomendações para lidar com a questão das drogas. Este relatório resultou em uma série de recomendações operacionais concretas. Coletivamente, esse olhar promove políticas e programas de controle de drogas sustentáveis, equilibradas e orientadas para o desenvolvimento.
    Como observa o diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov, é fundamental que a comunidade internacional se una para garantir que os compromissos assumidos na Sessão Especial da Assembleia Geral sejam atingidos — e o Relatório Mundial sobre Drogas oferece uma ferramenta importante para ajudar nessa tarefa.
    “Ao fornecer uma visão abrangente dos principais desenvolvimentos nos mercados de drogas, rotas de tráfico e o impacto do uso de drogas na saúde, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2016 realça o suporte às abordagens abrangentes, balanceadas e baseadas nos direitos, como refletido no documento final preparado pela Sessão Especial da Assembleia Geral.”

    Uso de drogas e suas consequências para a saúde

    De acordo com os dados apresentados no relatório, uma a cada 20 pessoas entre 15 e 64 anos fez uso de pelo menos algum tipo de droga no mundo em 2014. Embora substancial, esse número não sofreu elevação ao longo dos últimos quatro anos, na mesma proporção da população mundial.
    O relatório, contudo, sugere que o número de pessoas que apresentam transtornos relacionados ao consumo de drogas aumentou desproporcionalmente pela primeira vez em seis anos. Existem hoje mais de 29 milhões de pessoas dentro dessa categoria — em comparação aos 27 milhões divulgados anteriormente.
    Além disso, cerca de 12 milhões de pessoas usam drogas injetáveis e 14% destes vivem com HIV. Esses dados revelam que o impacto do uso de drogas na saúde continua preocupante.
    Enquanto a mortalidade relacionada ao uso de drogas manteve-se estável em todo o mundo, em 2014 ainda havia cerca de 207 mil mortes relatadas: um número inaceitavelmente elevado de mortes que teriam sido evitadas se intervenções adequadas fossem tomadas.
    Cerca de um terço destas mortes ocorreram por overdose. A taxa de mortalidade por overdose é bem mais alta entre egressos que recentemente saíram do sistema prisional, se comparada com a população em geral.
    O sistema prisional continua representando um grande desafio em relação às políticas de drogas e agravos associados ao uso de drogas. Em grande parte dos países, as prisões representam ambientes de grande vulnerabilidade para doenças infecciosas. O uso de drogas no sistema prisional continua elevado, assim como a prevalência de HIV, hepatites e tuberculose, principalmente se comparado com a população em geral. Mesmo com esses dados alarmantes, serviços de prevenção e tratamento continuam escassos e de difícil acesso nas prisões ao redor do mundo.
    O consumo de heroína — e as mortes por overdose relacionadas — parece ter aumentado drasticamente nos últimos dois anos em alguns países da América do Norte e Europa Ocidental e Central.
    Fedotov observou que, embora os desafios colocados pelas novas substâncias psicoativas continuem sendo uma séria preocupação, “a heroína permanece como a droga que mata mais pessoas e esse ressurgimento deve ser abordado com urgência”.
    No geral, os opióides continuam a apresentar os maiores riscos de danos à saúde entre as principais drogas.
    A maconha, por sua vez, continua a ser a droga mais usada ao redor do mundo. Dados de 2014 mostram que cerca de 183 milhões de pessoas fizeram uso da droga nesse ano, enquanto anfetaminas ocupam o segundo lugar.
    Os efeitos de opioides e o aumento do uso de heroína, entretanto, mostram que essas duas drogas continuam preocupantes para os serviços de saúde. Ao se analisar as tendências ao longo de vários anos, o relatório mostra que, com a mudança das normas sociais no tocante à cannabis — predominantemente no Ocidente — ,seu consumo subiu em paralelo à maior aceitabilidade em relação à droga. Em muitas regiões, mais pessoas iniciaram tratamentos para transtornos relacionados ao uso de cannabis, ao longo da última década.
    O acesso a serviços de tratamento, com base em evidência, representa outro grande desafio apontado pelo relatório, pois somente uma em cada seis pessoas que necessitam de atendimento tem acesso aos serviços. O relatório também destaca a associação entre o uso de drogas e uma maior vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis. Por exemplo, a ligação entre o uso de estimulantes —entre eles, as novas substâncias psicoativas que não estão sob controle internacional — por via injetável e não injetável e sexo desprotegido, o que pode resultar em uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV.
    Estima-se que 29 milhões de pessoas que fazem uso de drogas sofram de algum transtorno relacionado a esse uso. Entre elas, 12 milhões usam drogas injetáveis. Destas, 1,6 milhão vivem com HIV e 6 milhões vivem com hepatite C. Esses dados revelam que o impacto do uso de drogas na saúde continua preocupante.
    Na América do Sul, é importante destacar que, após um período de estabilidade em relação ao uso da cocaína, desde 2010 houve um aumento no uso droga. O consumo de anfetaminas se mostra estável. O relatório chama a atenção para o fato de que pessoas que fazem o uso de drogas, de forma regular ou ocasional, têm feito o uso de mais de um tipo de substância ao mesmo tempo, de forma combinada ou sequencial, dificultando a distinção entre os tipos de droga utilizados.
    Em geral, homens são três vezes mais propensos a usar maconha, cocaína ou anfetaminas, enquanto mulheres estão mais inclinadas a fazer uso de opioides e tranquilizantes não receitados. Diferenças de gênero no uso de drogas são mais atribuídas a oportunidades sociais de uso e menos a homens ou mulheres serem mais ou menos suscetíveis ou vulneráveis ao seu uso. Apesar de mais homens usarem drogas do que mulheres, o impacto do uso é maior nas mulheres do que nos homens, porque as mulheres tendem à falta de acesso à prestação de cuidados continuados na dependência do uso de drogas.
    No contexto familiar, parceiras e filhos de usuários de drogas são também mais propensos a serem vítimas de violência relacionada ao uso de droga. Ainda que muitos estudos mostrem uma maior prevalência do uso de drogas entre pessoas jovens do que em adultos, a divisão de gênero não se mostra mais tão presente.

    O problema mundial de drogas e o desenvolvimento sustentável

    Por ser 2016 o primeiro ano de adoção dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o relatório foca em especial no problema mundial da droga dentro deste contexto. Ao analisar essas ligações, os ODS foram divididos em cinco grandes áreas: Desenvolvimento Social; Desenvolvimento Econômico; Sustentabilidade Ambiental; Sociedades Pacíficas, Justas e Inclusivas; e Parcerias.
    O relatório destaca uma forte ligação entre pobreza e vários aspectos do problema de drogas. Na verdade, o impacto do problema do uso de drogas é corroborado por pessoas que são pobres em relação às sociedades em que vivem, como pode ser visto em termos austeros nos países mais ricos.
    A forte associação entre desvantagem social e econômica e transtornos devido ao uso de drogas, pode ser vista quando se analisam diferentes aspectos da marginalização e exclusão social, como desemprego e baixo nível educacional.
    O relatório também esclarece um pouco as diferentes formas em que o problema mundial de drogas resulta em diferentes manifestações de violência. Embora a intensidade da violência relacionada ao uso de droga seja maior quando associada ao tráfico e à produção, estes não produzem necessariamente violência, como ilustram os baixos níveis de homicídio em países de trânsito afetados pelas rotas de tráfico de opiáceos na Ásia.
    O tráfico de drogas geralmente prospera onde a presença do Estado é fraca, onde o Estado de direito é desigualmente aplicado e onde existem oportunidades de corrupção.
    O relatório analisa a influência do sistema de justiça criminal nos mercados de tráfico de drogas e medicamentos, bem como no uso de drogas e nas pessoas que usam drogas. Por exemplo, ele observa que, globalmente, 30% da população prisional é composta de prisioneiros não-condenados ou em pré-julgamento. Entre os presos condenados, 18% estão na prisão por delitos relacionados à droga.
    O uso excessivo da pena de prisão por crimes relacionados às drogas de natureza menor é ineficaz na redução da reincidência e sobrecarrega os sistemas de justiça penal, impedindo-os de lidar de forma eficiente com crimes mais graves. Prestação de serviços de tratamento e cuidados baseados em evidências para os infratores consumidores de drogas, como alternativa ao encarceramento, demonstrou aumentar consideravelmente a recuperação e reduzir a reincidência.

    Sobre o Relatório Mundial de Drogas 2016

    O Relatório Mundial de Drogas 2016 fornece uma visão global sobre a oferta e a demanda de opioides, cocaína, cannabis, estimulantes do tipo anfetamina e novas substâncias psicoativas, bem como sobre o seu impacto na saúde. Ele também analisa as evidências científicas sobre o consumo múltiplo de drogas, sobre a demanda por tratamento por uso de cannabis e sobre outras tendências , como a legalização da cannabis para uso recreativo em algumas partes do mundo.
    Além disso, as relações entre o problema mundial das drogas e todos os aspectos do desenvolvimento sustentável tendo em vista os ODS são levantados e analisados de maneira aprofundada.
    Para o relatório completo e conteúdo de mídia, acesse: www.unodc.org/wdr2016
    Para mais informações, por favor entre em contato: comunicacao@unodc.org
    Fonte - ONU/BR