Quem quer acabar com a cracolândia
Alguém já deve ter escutado o ditado que diz: "O mundo é perfeito, os seres humanos é que são complicados...". Bom, conforme o tempo passa, eu pessoalmente acredito cada vez mais nessa máxima.
O mundo, na verdade, anda complicado. Uma coisa que aprendi na vida, é que quando se trata de algo que envolve pessoas diferentes entre si, seja uma empresa, uma associação, etc, se nós colocarmos nossas "personalidades" acima dos "princípios", problemas com certeza vão acontecer. Então, hoje vivemos em um mundo polarizado, como algumas pessoas chamam, ou seja, pontos de vista opostos, opiniões opostas, e conflitantes entre si pela intolerância pessoal de cada um, e aí, entra a parte "personalidades acima de princípios". Mas, então não devemos ter uma opinião firme, ou posicionamento sobre os mais variados assuntos? Lógico que sim, a questão é não radicalizar estas opiniões, ou seja, respeitar o contraditório, respeitar os divergentes.Eu pessoalmente tenho uma posição política, defendo esta posição com os argumentos que entendo serem coerentes, e tenho uma opção por regime econômico. Não se deve confundir regime de governo (presidencialismo, parlamentarismo, ditadura, etc), com regime econômico (basicamente socialismo, e capitalismo), apesar de que, alguns regimes de governo também o são econômicos, mas há outros distintamente separados.
A Cracolândia
Cracolândia antes da "remoção" |
Cracolândia, terra do crack
Porque é chamado de cracolândia? Bom, não é só porque lá, neste local, tem, ou havia o "crack" a vontade, que é a droga em questão. (Veja: O que é droga?) Chamou-se de cracolândia, pois o local faz uma referência a permissividade, a liberalidade, ou seja, uma espécie de área livre para o uso desta substância, e de outras...Sem lei, sem ordem, sem condições de vida, sem alimentação regular, sem assistência, sem nada. Sob este ponto de vista, o Brasil então, ou algumas áreas do Brasil, poderia ser chamado de uma grande cracolândia, não? Lógico, o único detalhe é que naquela cracolândia de São Paulo, e em outras similares por capitais do país, a CONCENTRAÇÃO é destacada.No caso da CRACOLÂNDIA BRASIL, tudo fica mais "espalhado"...A CRACOLÂNDIA BRASIL, é o resultado de, ou igual a: falta de emprego, falta de qualificação, estrutura em saúde e saneamento, segurança, falta de moradias, falta de investimento, falta de opções.
A CRACOLÂNDIA SÃO PAULO, é o resultado de:
1 - Uma droga muito "eficaz" no que tange a destruição do ser humano;
2 - Negligenciamento público quanto a estruturação de locais adequados para tratamento de dependentes químicos;
3 - E os pontos restantes são inerentes à CRACOLÂNDIA BRASIL.
Nas redes sociais, pode-se acompanhar os mais diversos pontos de vista:
- Existem os defensores da cracolândia (acredite, existem e não são usuários...);
- Existem aqueles que simplesmente opinam em "matar" todos e ponto;
- Outros dão soluções religiosas, médicas, ou policiais;
- Outros realmente gostariam de fazer algo, mas não sabem o que fazer.
A realidade é que, essa situação, e outras iguais no país e no mundo até, não se resolvem do dia pra noite, elas são um "RESULTADO", não um acontecimento. E resultados vem de ações ou omissões, resultados podem ser POSITIVOS, OU NEGATIVOS, e logicamente no caso da cracolândia, são negativos.
Agora, importa menos a questão: Como chegamos nesse ponto?, do que a questão: O que faremos? Num caso desses, não importa mais, ao menos para estas pessoas que estão "presas" a essa dependência, como é que a cracolândia surgiu, mas sim, qual a solução não só para por fim a cracolândia, mas a solução para as vidas destas pessoas.
Um aparte
Usuário de crack |
Bom, nesse aparte, vale a mesma pergunta para os "escravos" da cracolândia: "O que eles farão com a liberdade?", ou melhor dizendo, "O que farão após serem libertados da cracolândia?". Logicamente, continuam escravos de uma doença, do vício, do crack, e sob este aspecto, qual perspectiva de vida e/ou de sobrevida? Ainda há um porém, diferentemente do aparte apresentado, a escravidão dos tempos antigos, era uma condição mais externa (imposta) do que interna. Já, a escravidão do crack, se impõe basicamente por uma escravidão interna, é essa, é mil vezes pior, nesse sentido já disse Mahatma Gandhi:
"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."Como acabar com "as cracolândias"
Então, o que fazer? Já sabemos, que acabar simplesmente com a cracolândia, não vai resolver a questão dos indivíduos que estão lá, é o primeiro passo, sim pois, o primeiro passo é a ordem, a presença de "sociedade civilizada", lei, sem isso, nada ocorre. Naquela situação, agora recente em São Paulo, em minha opinião o poder público agiu corretamente em sua postura firme, devolvendo aparentemente ao local, a presença de "sociedade civilizada", com lei, e ordem, mas, infelizmente, não tinha um plano preparado para o "The day after". Volta-se a questão: o que o "escravo" vai fazer, após "libertado" do "local de cativeiro", sim, porque em verdade, CONTINUA ESCRAVO do crack...
É complicado. Certamente, ainda mais do jeito que o nosso país anda (quebrado e corroído pela política em todos os níveis), não vai ser da noite pro dia, que a solução vai ser realizada. Planos, vontade e ideias, tem dezenas, centenas...mas o que falta é o OBJETIVO, o CONCRETO, o real e possível a FAZER.
NÃO SE RECUPERA NINGUÉM, ainda mais um dependente de crack, com: bolsa crack, pensão paga pra morar, ou até mesmo trabalho (ainda que essencial após o processo de tratamento). Um dependente de uma droga tal qual o crack, "desaprende" a viver, perde a estrutura interna, ou seja, é impraticável querer (salvo 1 em 1 milhão) retirar o indivíduo de uma condição de rua, e total dependência de uma droga, e querer imediatamente REINSERI-LO na sociedade. É um absurdo, porque não dizer, uma perca de tempo. Esse cidadão, deve passar obrigatoriamente por um TRATAMENTO, quer seja, internação, ou ambulatorial, e na maioria dos casos em se tratando de crack, ambulatorial não surte efeito. A pessoa deve ser "afastada" do meio social comum, para REAPRENDER hábitos, receber assistência médica, psicológica, e ter conhecimento de um tratamento psicoterapêutico que vá nortear sua vida no pós internação, além de, acima de tudo, buscar a Deus. Com a devida licença a ateus e etc, a crença em um Poder Superior (da forma e maneira como a pessoa concebe, seja evangélico, católico, luterano, etc) e o auxílio Deste, é FUNDAMENTAL na recuperação, logicamente na vida de cada um de nós, mas daí vai da crença pessoal de cada indivíduo. E porque? A Dependência Química é uma doença, com características: sociais(comportamentos), físicas(tolerância), psicológicas(compulsão e dependência) e espirituais. A questão do lado espiritual da doença DQ, é de que entre outras coisas, somente algo MAIOR que nós mesmos, ou que o próprio dependente, pode suprir, e substituir, e ajudar, e devolver a SANIDADE à ele, pois que, se sugere que seja um Deus, ONIPOTENTE, AMOROSO, E MISERICORDIOSO.
(Veja: Tratamento para DQ, Biologia da Toxicodependencia)Muito importante, agora sob o aspecto do usuário, é que: é necessário QUERER..não há recuperação possível e eficaz, se a pessoa não quer. Em estando disponíveis os meios, sejam eles quais forem e de que tipo forem, de nada vão adiantar se o indivíduo não quiser.
Discordo que, a internação compulsória, se devidamente organizada, e supervisionada, não seja indicada. Não sou médico, mas ver um médico dizer simplesmente que não deve se internar a força um dependente grave de crack, por questões vazias, e sem sentido, embrulha o estômago.
Veja, é uma condição quase que essencial, que o indivíduo queira se recuperar. Mas, por outro lado, quando e se, a pessoa chega em um extremo de um condição tal, que não tem mais capacidade de se auto-governar, vivendo exclusivamente para a droga, nesse caso, ainda que a pessoa não queira, é válido a internação "forçada". É uma OPORTUNIDADE, e existe a possibilidade, que mesmo de maneira forçosa, o indivíduo possa desenvolver a vontade pela recuperação. Porque senão, qual a outra opção? Se não vejamos, se a pessoa não quer: Tratar-se, trabalhar, não quer ajuda, então ok, fica nas ruas por conta, mas então formam-se aí, as cracolândias da vida, em São Paulo, no Rio, em Porto Alegre, e por aí vai. E aí? Ficam ali, sustentando parasitas humanos (traficantes) por intermédio de furtos, roubos, e mortes? Qual a opção, criar guetos? Lógico que não.
Nesse sentido então, o país, o nosso país demanda de logicamente o básico para todos os cidadãos, veja, se pessoas que não tem nenhuma dependência, que vivem e trabalham etc, já não tem a estrutura adequada por parte do governo, sejam, escolas de qualidade e inteiras, hospitais públicos, programas de financiamento a moradias(honestos e que funcionem), rede social, rede viária, estrutura de segurança, etc, ainda mais nessa situação, os dependentes de drogas. Ou devem ser construídos centros de recuperação, ou e acredito ser o melhor, aumentar recursos para Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Reabilitação. Porque é melhor a segunda opção? Porque no Brasil, já é tradição o governo "não funcionar direito", tudo fica bonito somente no papel, então, terceirizar estas ações, seria mais barato, e teria um serviço de melhor qualidade. Ao governo, caberia simplesmente fiscalizar, só.
Traficante na cracolândia |
Não é humanamente possível admitir, que seja aceitável uma situação destas. Não há justificativa. A "força" policial é totalmente justificada porque existia, nesse caso, uma situação de crime, de direito das pessoas circunvizinhas ao local, de segurança, e de saúde pública, então, lógico que os usuários vão "resistir", pois estão apoiados pelos traficantes do local, dessa maneira, não há outro meio senão a intervenção pelo uso da força necessária, para desimpedir a rua, prender os criminosos, e promover a ordem.
Sabemos que, o "problema" é bem maior, o "buraco é bem mais em baixo". O Brasil, de norte a sul, sofre com suas "cracolândias" espalhadas por todas as cidades, dizimando vidas, famílias, e recursos sociais. O país sofre com a miséria humana da corrupção, da indecência humana governamental, milhões de desempregados, ingerências de toda sorte em todos os níveis (hospitais, escolas, habitação, etc), o país, parece que nunca vai "funcionar" de verdade.
Legalizar, não é solução, como no caso da maconha. Drogas, não são a solução pra nada, já chega as lícitas como o álcool, pra que aumentar este Rool? É preciso educar, informar, fazer por exemplo o meu filho saber (na idade certa e com a informação correta) que ninguém precisa de drogas para viver, para trabalhar, ou estudar, e etc, etc, etc e tal. O foco nessa informação adequada, e evitar primordialmente a experimentação, isso diminui drasticamente os riscos.
A fé em dias melhores, é que mantém muitas pessoas neste mundo, de pé e confiantes.
Mais 24Hrs
Infelizmente, a cocaína é hoje uma droga bastante comum, sendo usada constantemente em festas e baladas, por grupos de pessoas ou isoladamente. É comum que o usuário de cocaína se utilize de substâncias com efeitos totalmente contrários ao da cocaína pra tentar controlar os efeitos desagradáveis provocados pela droga, sendo também de conhecimento público a automedicação com ansiolíticos e antidepressivos.
ResponderExcluirA combinação de substâncias tão diferentes, no entanto, podem provocar sérios danos à saúde física e mental. Para ter como parar de usar cocaína, o usuário deve valer-se de muita força de vontade, precisando, em grande parte dos casos, do apoio de uma clínica de reabilitação.
As consequências físicas e psicológicas e a mudança do comportamento social relacionadas aos efeitos da cocaína são logo percebidas pela família. Ao notar mudança no comportamento de um familiar, é necessário buscar as causas, saber identificar os sinais e sintomas apresentados e procurar ajuda, mesmo que o usuário de cocaína não admita estar usando ou quando não demonstra qualquer vontade de ser ajudado.