Considerações Sobre a Maconha II - Maconha, qual é o risco?

Considerações Sobre a Maconha II - Maconha, qual é o risco?

Por Fernando Falabella T. de Lima


Nos últimos meses, muito se tem falado a respeito do uso de drogas. Esta discussão pode ser muito esclarecedora e, portanto, importante para a comunidade, servindo como um alerta. Contudo, a maconha vem sendo colocada de maneira comparativa a outras drogas (inclusive lícitas) como menos grave. Este texto tem como objetivo aprofundar esse assunto, de forma clara e sem preconceitos.
Toda a discussão que está sendo ventilada pela mídia compara tipos diferentes de drogas psicotrópicas, que nem ao menos pertencem ao mesmo grupo. Por exemplo: enquanto a maconha é uma droga perturbadora do sistema nervoso central, o álcool é uma depressora, e a nicotina, contida nos cigarros, é estimulante. Será que podemos comparar coisas que causam efeitos tão diferentes sobre o organismo? A resposta é difícil: podemos estabelecer as comparações, mas temos que estar atentos para todas as nuances desta discussão. Não estamos falando da mesma "família" de drogas, cada uma possui as suas especificidades.
Maconha, qual é o risco? http://www.projetovidaitapema.org.br/
Sendo a maconha uma droga perturbadora do sistema nervoso central, conforme a quantidade e pureza, podemos observar efeitos alucinatórios em seus usuários. Neste ponto, temos que avaliar que, quando fumada em cigarros, os ditos baseados, a droga é obtida a partir de uma planta, a "cannabis". É lógico que sua concentração será diferente de uma planta para outra. A substância química que tem o "poder" de causar alucinações, presente na maconha, chama-se THC (Tetra-Hidro-Canabinol), e nem sempre tem o mesmo efeito em todas as pessoas. Parte dos usuários não apresentam fortes alucinações, como ocorre por exemplo, com outros alucinógenos, como o LSD.

Porém, os debates nacionais não vêm discutindo com seriedade o uso de drogas, ante a importância do papel que representa em nossa cultura. Estamos vivendo numa sociedade bastante permissiva ao uso da maconha. Essa "cultura pró-maconha", muitas vezes justifica-se sob o argumento de que há drogas legalizadas que são "piores", como o álcool. Isso pode ser verdade, contudo, não podemos achar que o uso contínuo deste alucinógeno não cause problemas.
Um dos efeitos mais sérios e comuns do uso da maconha é a desorientação espaço-temporal. A pessoa, sob efeito da droga, pode perder a noção de tempo e espaço, confundindo por exemplo, uma hora com dez minutos, ou dez metros com dois. Este fato é extremamente perigoso, se pensarmos que se pode estar operando uma máquina perigosa ou dirigindo um automóvel, logo colocando em risco a própria saúde e a dos outros.
Outro detalhe, não menos importante, é a dificuldade de concentração e memória que o usuário pode sofrer. Evidentemente, este efeito vai interferir no rendimento escolar e na produtividade deste indivíduo. Assim, um dos modos de se observar se um parente ou alguém próximo está usando drogas, é estar atento para as bruscas alterações de padrão de produtividade nos estudos ou no trabalho. É verdade que muitos conseguem permanecer longos anos usando maconha, sem ter nenhum tipo de "perda".
Há ainda um aspecto que poucos conhecem sobre as drogas alucinógenas. Como o nome diz, elas podem induzir estados de alucinações, muito próximos dos estados considerados, vulgarmente, como "loucura". Caso a pessoa tenha um predisposição para algum tipo de distúrbio psicótico, o uso de maconha pode "empurrar" a pessoa para esta "loucura" e não ter a oportunidade de volta, passado o efeito. Assim, algumas pessoas podem entrar num quadro de "psicose canábica".
A maconha, por ser "fumada", pode causar, desde irritações das vias aéreas até, em alguns casos, risco de tumores. O "cigarro" de maconha, o baseado, não possui filtro, como os cigarros comuns; além disso, a droga não recebe nenhum tipo de tratamento químico, tendo assim muitas impurezas, como fungos, que facilitam estas complicações...
Não há dúvida de que o usuário de maconha não seja necessariamente um marginal. Assim, mais do que ser preso, ele pode estar precisando de tratamento e orientação. Antes de discutirmos a legalização, nosso País precisa ter um sistema de saúde que tenha condições de auxiliar os dependentes de drogas. Precisamos de leitos para internação em casos extremos, por exemplo. Enfim, o debate é fundamental, para que a sociedade esteja informada sobre os riscos da maconha e passe a tratá-la com a seriedade que necessita. Certamente, não estamos falando de uma "bomba nuclear" mas, não podemos perder o "respeito", pois os problemas decorrentes de seu uso são evidentes e comprovados.
Certamente, as questões relacionadas ao uso de entorpecentes são polêmicas. Não há dúvida de que fazem mal à saúde. Para superarmos a "cultura pró-maconha", é preciso discutir, informar. Essa é uma tarefa que deve ser feita, claro, pela família; assim como pelas empresas, pelas escolas (públicas e particulares), pois certamente, a desinformação tem que ser combatida. É fundamental trabalharmos na prevenção, que ainda é, sem sombra de dúvida, o melhor caminho!!!
Esse artigo foi gentilmente cedido pelo Dr. Fernando Falabella Tavares de Lima
Contato:
Fernando Falabella Tavares de Lima
Fone/fax: (011) 30223058 30231192
São Paulo/SP
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fernando@drogas.psc.br


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