Comunidades Terapêuticas integrarão rede pública para tratar dependentes químicos
Presidenta Dilma Rousseff reuniu integrantes de comunidades terapêuticas no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A
presidenta Dilma Roussef determinou a constituição de um grupo de
trabalho sob liderança da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
para preparar legislação que permita a inclusão de comunidades
terapêuticas no atendimento aos cidadãos dependentes de substâncias
químicas.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (22/6), durante
reunião com representantes destas entidades ocorrida no Palácio do
Planalto. De acordo com pastor Wellington Vieira, que preside a
Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb),
existem no país cerca de 3 mil comunidades que cuidam de aproximadamente
60 mil dependentes químicos.
“Estas entidades atendem atualmente cerca de 80% das pessoas que estão em tratamento”, disse o pastor Vieira.
A
titular da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD),
Paulina Duarte, informou que a reunião atende pedido da presidenta Dilma
com o objetivo de conhecer o trabalho desenvolvido pelas comunidades. A
partir deste momento será estabelecido programa que vai incluir as
entidades na rede pública para tratamento de dependentes químicos. Assim
estas comunidades passam a receber recursos públicos para prestar o
serviço.
Numa outra frente, segundo a secretária, o grupo de
trabalho vai reformular uma resolução da Anvisa, editada em 2002, para
incluir mecanismos permitindo esta participação das comunidades
terapêuticas. “A resolução será revista e revisada integralmente”, disse
Paulina.
Experiência pioneira
Integrante
do grupo de representantes de comunidades terapêuticas recebido pela
presidenta Dilma Rousseff, o prefeito de Cachoeirinha (RS), Vicente da
Cunha, classificou como “muito elogiável” a iniciativa da presidenta de
convocar a reunião. Ex-dependente químico e há 15 anos de “cara limpa”,
como define, Vicente acredita que o interesse da presidenta em incluir
as comunidades terapêuticas em um programa nacional de saúde que será
lançado em breve demonstra que o governo federal “chama para si” a
responsabilidade pelo tratamento das pessoas dependentes de drogas.
Cachoeirinha,
integrante da região metropolitana de Porto Alegre (RS), é o primeiro
município a contar com uma comunidade terapêutica pública (CTP), a
Reviver. Administrada pela prefeitura da cidade, a CTP começou a
funcionar em abril deste ano e atende 30 homens dependentes de drogas.
“A
iniciativa da presidente é muito elogiável ao ponto de que chama para
si a responsabilidade, para o governo federal, na sua presença, com os
ministros da Casa Civil, da Saúde e da Justiça (…), de combater essa
grande chaga social, que é o álcool e as drogas.”
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