Consumo de drogas no meio universitário preocupa as autoridades e as famílias

Consumo de drogas no meio universitário preocupa as autoridades e as famílias

Consumo de drogas no meio universitário preocupa as autoridades e as famílias
Quase metade, (49%) dos universitários brasileiros já experimentaram algum tipo de droga ilícita pelo menos uma vez na vida, segundo relatório do governo federal sobre o consumo de drogas, álcool e tabaco entre alunos de universidades brasileiras, divulgado nesta quarta-feira (23). O estudo também revela que, entre os jovens menores de 18 anos, 80% já consumiram bebidas alcoólicas. 

O levantamento feito pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) ouviu 18 mil jovens matriculados no ano letivo de 2012 em 100 instituições de Ensino Superior, nas 27 capitais do país. A pesquisa também revela que 86% dos universitários já consumiram álcool em algum momento da vida e 47% já utilizaram produtos derivados de tabaco. Já consumiram bebida em excesso são 36% (cinco doses ou mais dentro de duas horas para homens e quatro doses ou mais no mesmo período para mulheres) no último ano e 25% nos 30 dias anteriores à pesquisa.

Além disso, 22% dos alunos de universidades estão sob risco de desenvolver dependência de álcool. Já 8% estão sob risco de desenvolver dependência de maconha. 
Nos últimos doze meses, 40% dos universitários usaram duas ou mais drogas – 43% confessaram o uso múltiplo e simultâneo de drogas em algum momento da vida. O motivo para 47,8% é “porque gostavam”.

O levantamento traz também dados sobre o consumo de álcool na direção de veículos: 18% dos universitários já dirigiram sob efeito de bebidas alcoólicas e 27% já estiveram em um carro com um motorista embriagado. O consumo de álcool é mais comum entre os estudantes de universidades do que entre a população em geral, segundo o estudo. O uso de drogas ilícitas é mais comum entre alunos com mais de 35 anos, das regiões Sul e Sudeste, de instituições privadas, da área de Humanas e do período noturno. A pesquisa também mostrou que 9% dos universitários não costumam usar métodos anticoncepcionais, mas 41% deles já fizeram teste de detecção do vírus HIV – 3% afirmaram que já forçaram ou foram forçados a fazer sexo e 8% que já fizeram ou induziram aborto. 

Uma das maiores especialistas em drogas da atualidade esteve em São Paulo na semana passada, e foi enfática ao caracterizar a dependência de substâncias químicas como a cocaína, o cigarro e a bebida: “A dependência é uma doença crônica no cérebro humano.” Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (Nida) dos EUA, afirma que o vício em substâncias químicas afeta uma região do cérebro chamada córtex orbito frontal, responsável pela tomada de decisões. “Essas pessoas perdem o livre arbítrio para dizer ‘não’”. A médica, que estuda nos EUA como a dependência química pode alterar as funções cerebrais, deu uma palestra para cerca de 400 profissionais da saúde na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo Nora, há muitas pessoas que julgam os dependentes como pessoas moralmente fracas, e ignoram que elas perderam o controle de suas ações. 

De acordo com a especialista, os jovens correm um risco maior de se tornar dependentes químicos. “Na infância e na adolescência, o cérebro é muito plástico [fácil de ser ‘modelado’], isso é bom para o aprendizado, mas ao mesmo tempo ajuda a pessoa a se tornar dependente de drogas.” Nora aponta que correm mais riscos aqueles que têm predisposição genética para a dependência ou os que vivem sob condições estressantes, como os que não se dão bem com os pais ou com os amigos. Por isso, segundo ela, um dos métodos que funcionam melhor para a prevenção são os programas que estimulam a auto-estima dos adolescentes, como a prática de esportes. Medicamentos A diretora do Nida, que é psiquiatra, defende também maior uso de medicamentos para o controle da dependência. Segundo ela, os remédios conseguem ajudar as pessoas a romper o ciclo vicioso que as leva usarem drogas compulsivamente. Para o governo, e para todos nós, estes dados levantados, é muito preocupante.


Paulo Nogueira é jornalista e membro da Associação Brasiliera de Jornalismo Científico

Autor - Paulo Nogueira
Fonte - Jornal de Uberaba

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