Uma pesquisa realizada no Canadá revelou que as drogas tornaram-se mais baratas e mais puras ao redor do mundo nos últimos 20 anos, sugerindo um "fracasso" dos esforços para conter a produção, consumo e tráfico de entorpecentes.
O estudo do International Centre for Science in 
Drug Policy (Centro Internacional para a Ciência em Políticas de Drogas)
 foi publicado na revista científica British Medical Journal Open e avaliou programas de contenção e vigilância de governos de diferentes países.
                     
De acordo com os responsáveis pela 
pesquisa, os governos deveriam passar a considerar o uso de drogas um 
aspecto de saúde pública, e não um assunto para a Justiça.
"Nós deveríamos procurar implementar políticas 
que colocam a saúde e a segurança no topo das nossas prioridades, e 
considerar o uso de drogas como um aspecto de saúde pública, ao invés de
 um problema para a Justiça criminal", diz Evan Wood, um dos 
responsáveis pelo estudo.
"Com o reconhecimento do improvável sucesso dos 
esforços para reduzir o fornecimento de drogas há uma necessidade clara 
para aumentar o tratamento do vício e de outras estratégias para 
diminuir de forma efetiva os danos relacionados ao uso de drogas", 
complementa.
Preços, pureza e disponibilidade
De forma geral, os números compilados pelo 
centro canadense mostram que entre 1990 e 2010 os preços das drogas 
caíram, enquanto a pureza e a potência aumentaram.
Na região andina (Peru, Bolívia e Colômbia) a 
apreensão de folhas de coca aumentou em quase 200% entre 1990 e 2007, 
mas isso não levou a uma grande redução do consumo de cocaína em pó nos 
Estados Unidos, colocando em xeque as políticas públicas focadas na 
contenção do fornecimento de entorpecentes.
Na Europa, o preço médio das drogas à base de 
ópio e da cocaína, reajustados de acordo com a inflação e o grau de 
pureza, diminuíram em 74% e 51% respectivamente entre 1990 e 2010.
Além disso, as drogas estão mais puras e mais disponíveis ao redor do mundo.
Os números do relatório mostram que houve um 
aumento significativo em diversos países com relação à apreensão de 
cocaína, heroína e maconha, conforme os registros governamentais desde 
1990.
Para o centro baseado em Vancouver, a análise 
mostra que o foco baseado na contenção do fornecimento e criminalização 
tem falhado, e que outras estratégias, como a descriminalização, 
deveriam ser apreciadas.
Polêmica
A divulgação do estudo ocorre dois dias após um 
policial britânico de alto escalão ter dito que drogas como cocaína, 
crack, ecstasy, LSD e metadona deveriam ser descriminalizadas, e que os 
usuários deveriam receber cuidado e tratamento, ao invés de serem vistos
 como criminosos.
Para Mike Barton, a descriminalização eliminaria
 os rendimentos dos traficantes, destruindo seu poder. Outro aspecto 
positivo seria a criação de um "ambiente controlado", em que medidas 
para lidar com o assunto poderiam ser mais bem sucedidas.
Em resposta, o governo britânico disse que as 
drogas eram ilegais por serem perigosas. "Nós devemos ajudar os 
indivíduos que são dependentes com tratamento, ao mesmo tempo em que 
devemos garantir que a lei proteja a sociedade através da interrupção do
 fornecimento e do combate ao crime organizado que está associado ao 
comércio de drogas".
Entre os especialistas ouvidos pelo 
International Centre for Science in Drug Policy está o ex-presidente 
Fernando Henrique Cardoso, que nos últimos anos vem defendendo novas 
estratégias para lidar com o assunto.
"Em resposta a um estudo como este, os governos 
em geral dizem que ‘as drogas são perigosas e por isso devem ser 
mantidas ilegais", diz.
"O que eles não consideram é que assim como esta
 e outras pesquisas já sugeriram, as drogas são mais danosas à 
sociedade, aos indivíduos e aos contribuintes – precisamente pelo fato 
de serem ilegais. Alguns países europeus já tomaram passos para 
descriminalizar várias drogas, e estes tipos de políticas também 
deveriam ser exploradas na América Latina e na América do Norte", 
avalia.
Fonte - BBC 
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