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1º Passo - A Rendição !

1º Passo - A Rendição !


O 1º dos 12 Passos, de Narcóticos Anônimos. De maneira alguma, este post vem a ser uma espécie de tratado, ou um trabalho exato, são apenas "caminhos", ou "óticas", para que você possa entender, um pouco, do que se trata e como se aplicam, no programa de recuperação pessoal de um dependente químico, ou adicto.

O enunciado :


1-"Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas."


1-"Admitimos que éramos impotentes perante os efeitos de nossa separação de Deus, que tinhamos perdido o domínio sobre nossas vidas."



1-"Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, e que nossa vidas tinham se tornado incontroláveis" 

Notem, que inseri propositalmente, os enunciados do 1º passo, segundo AA (Alcoólicos Anônimos), segundo os "Doze Passos para os Cristãos", e o enunciado segundo NA (Narcóticos Anônimos). Os três, tem basicamente a mesma essência, sendo que o de AA, foi o original. Os três, são espirituais, ou seja, seus princípios, são encontrados na palavra de Deus. Há apenas algumas diferenças, importantes até, em Narcóticos Anônimos, o programa abrange todas as drogas, legais ou ilegais, excetuando o tabaco sobre o qual, NA não tem opinião. Em Alcoólicos Anônimos, o programa abrange de forma mais específica, o álcool apenas. E nos Doze Passos para os Cristãos, o passo, fala dos efeitos causados, pela separação do Poder Superior, Deus, da impotência diante destes efeitos, e do descontrole consequente.

Bem, o primeiro passo, tem princípios espirituais e palavras chave, inerentes à ele.


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Derrota
As palavras chave são: 
  
Admissão - Impotência - Rendição - Perca do Controle

Ninguém, poderá admitir, somente o adicto, ele próprio terá de admitir a sua própria impotência, diante das drogas/álcool, o que leva também a uma rendição. A negação, já não existe mais. O que vem a ser negação ? É a negativa diante da impotência, é a relutância em admitir a derrota, é a tentativa repetida de controlar o uso, é a negação de que temos uma doença, e de que nossos comportamentos insanos, estão nos prejudicando e a outros. Negar o problema, é uma defesa da doença, e do nosso egocentrismo e auto-suficiência.
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O que diz a rendição neste caso ? Pense desta forma: Seria como uma luta, de um lado o lutador invencível, (a droga), e do outro o adicto, que por muito tempo insistiu em lutar com ele. Explico, a luta vem, após a constatação, ou pressão, em virtude do caos gerado pelo uso da substância, então, a pessoa devido a principalmente sua negação diante dos fatos, quer travar uma luta, já perdida na vã esperança e desejo até, de controlar o uso. No começo, aparenta-se ter vitória, mas era só uma aparência, uma ilusão, visto que cada vez, que o confrontava (a droga), perdia exemplarmente a luta. A insanidade de tentar controlar o uso: Por repetidas vezes, novamente o adicto iria tentar combater, tentar vencer (obter o controle). Sem sucesso. Até que por fim, chega a rendição. A droga só pode ser vencida, quando não há confronto direto.  Render-se, é não mais lutar, não significa não ter ação (que é fundamental), mas simplesmente não mais lutar. Aí, inicia-se o processo da vitória, e é desta maneira, que a luta será vencida, mas de outra forma. Muitos adictos, infelizmente, não tem esta rendição, e acabam por morrer nas garras da doença, sem ter encontrado a recuperação, ou por não ter tido tempo, ou por não querer a rendição. Não há ilusão, a morte é uma certeza. Existem três caminhos: PRISÃO, INSTITUIÇÕES E MORTE. A morte, chega na maioria das vezes, de forma consequente: overdose, doenças, acidentes, violência. 

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Falta de controle, impotência...
A impotência, é o resultado direto da compulsão, e da falta de controle diante da droga de preferência, e da perda do poder de escolha. Finalmente, a vida, as relações familiares, sociais, trabalho, amigos, estudo, casamento, tudo, E ABSOLUTAMENTE tudo é atingido de uma forma ou de outra, pela doença, pela ingovernabilidade da própria vida, após o "mergulho", no mundo da adicção ativa. Não há, outra opção...a  cada manhã, a cada dia, o único pensamento, é o de como conseguir e obter a droga de preferência. Entram nesta fase, a dependência física (muito notada no caso do álcool por exemplo), e a psíquica (acentuada no caso do crack por exemplo). Existe, um desejo de poder sair, de parar, mas não há forças para tal...Porquê ? Justamente porque não se trata apenas da droga. Trata-se da doença da adicção, que a esta altura está no auge e em plena atividade, todos os pensamentos e comportamentos, voltam-se para o uso, e a inabilidade de lidar com a situação e com o problema, leva a usar mais e mais.

Como é que este ciclo mortal se interrompe ? Não há uma resposta única. Um choque emocional (morte de um familiar), uma súbita tomada de consciência diante da destruição (perdas seguidas em todas as áreas da vida), a constatação da própria realidade e do extremo (estado de mendicância, furtos, fome), uma repentina oferta de ajuda na hora certa, a prisão por crimes cometidos em virtude do uso e das consequências da doença, enfim...vários podem ser os motivos, e para cada um, é diferente. O também chamado "despertar", ocorre de maneiras diferentes. Infelizmente, na grande maioria dos casos segundo experiências, dificilmente esta "tomada de cosciência" ocorre no início. Mais frequentemente após experimentar um período significativo de uso, e em boa parte, após uma devastação total, na própria vida. A droga, é uma "roleta russa", muitos, não terão a oportunidade de experimentar o "despertar", a morte chegará antes. É um fato.

Segundo estudos, cada adicto causa codependência a um círculo de 30 pessoas em média, desde familiares, amigos, sociedade, vizinhos. Uns em maior, outros em menor grau. 

O Primeiro Passo, É INEGOCIÁVEL, é o único na verdade, que deve ser praticado 100%, e com absoluta consciência. O início do ingresso em um programa de recuperação, é o 1º Passo. Parar de usar, em primeiro lugar. Muitos praticam este passo todos os dias, as vezes incoscientemente. As irmandades de AA/NA, e as reuniões de auto ajuda, são a base sólida, onde os ingressantes, reavivarão este passo, a cada reunião. Por 12 Horas, por 20 Horas, por 24 Horas...Só por hoje, só por uma hora, se um dia for muito. Pequenos propósitos para si próprio, este é o começo. Com o passar do tempo, a vida e a reestruturação, com a ajuda primordial do Poder Superior, Deus, darão ao adicto sustentabilidade, e a consequente recuperação da vontade própria, do poder de escolha. Não confunde-se com força, na verdade, há um paradoxo importante: "Quando se é fraco, é aí então que se está forte. Pois se estiver se sentindo forte, eis aí a fraqueza, e o perigo."

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O único pensamento, é obter meios e maneiras de conseguir mais...
Neste passo, entregamos a auto-suficiência, e o egocentrismo, já derrotados. 
Com a humildade, a aceitação, a boa vontade, a honestidade e a rendição, inicia-se o processo para o passo seguinte, para a volta da sanidade. Descobre-se, após a prática deste passo, um grande vazio interior, que era preenchido com o auto-engano, ilusão, e com a droga de  preferência, que anestesiava os sentidos, as frustrações, as mágoas, os fracassos, as desilusões...e toda a sorte de sentimentos parecidos, inerentes ao ser humano. Descobre-se que, o uso é a pricípio, o grande problema a ser confrontado, a ser vencido, mas que, na verdade, o problema não está somente na droga de preferência, e sim no próprio adicto, em si mesmo. O confronto maior então, será consigo mesmo. Encarar a realidade, conhecer-se por inteiro, as limitações, os desvios de caráter (que todos tem, mais ou menos), e as qualidades também. Aliás, aprender a cultivar e reconhecer as próprias qualidades, é fundamental. O "outro", é importante em recuperação, na medida de que, não se pode ver com perfeição, "as próprias costas", ou seja, o outro irá, se a pessoa tiver mente aberta para tal, poder auxiliar pois vê você "de fora", da "arquibancada". Erram aqueles, e já ouvi isto muito, erram em minha opinião, todos os bacharéis em psicologia, e doutores de toda sorte, que apregoam a tese de que "desvios de caráter, não tem conserto". Tem sim, com toda certeza. 
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Em recuperação, rompemos as correntes
Todos os seres humanos tem defeitos, sem excessão, quem não os tiver, deveria já, estar no paraíso... o caso é que, na dependência química, estes defeitos, e outros mais que aparecerão, se sobressairão às qualidades. A doença da adicção, utiliza destes defeitos naturais e inerentes, e desenvolve outros mais, para sobreviver. A honestidade dará lugar a desonestidade seja em que sentido for, a verdade à mentira, e assim por diante. Mas, a recuperação individual, tem, com a ajuda de Deus, o poder de inverter os níveis, extinguir e remover estes desvios, retornando a pessoa a ser o que era quando nasceu: um ser humano normal, como tantos outros. Um exemplo simples, Paulo, sim o apóstolo maior, era antes de sua conversão, um assassino, um matador de judeus, culto, rico, e romano também. Há, poderiam dizer, mas Deus o transformou e tal. Claro, óbvio que Deus o transformou, mas eu creio nisto: ele, Paulo, poderia, mesmo cego (a situação da cegueira pre-conversão), negar, e escolher ficar cego, morrer...ou algo assim. Mas, ele escolheu mudar, aceitar, ter fé, converter-se, e cumprir a missão...porque sua essência, assim como a de todos nós, era boa, faltava-lhe creio eu, oportunidade, e boa vontade, com um empurrão misericordioso de Deus. Longe de mim aqui, querer tratar de assuntos bíblicos, é somente um exemplo, e baseado na maneira em que concebo, e Deus, tem seus desígnios...isto basta.

Acerca disto acima, há um ditado que diz, "errar uma vez é humano, duas é burrice...". Em recuperação, se diz que, "COMETER OS MESMOS ERROS, ESPERANDO UM RESULTADO DIFERENTE, É INSANIDADE..."

Princípios Espirituais:

 Honestidade - Mente-Aberta - Boa Vontade - Humildade - Aceitação 

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Estes são os princípios básicos deste passo. Mente-aberta: Nada, pode entrar, em uma mente fechada, em um copo cheio. Necessário é esvaziar o copo, abrir a mente, pois o adicto irá reparar que, da sua maneira, nunca funcionou, portanto, os passos e o programa, seja de qual irmandade for, são sugestões, são princípios, mas que se seguidos, funcionam. Todos as pessoas, independentemente de serem ou não portadoras da adicção, tem que esvaziar-se, de suas pre-disposições e conhecimentos, se querem aprender e/ou absorver algo novo, se achamos que o que temos nos basta, nada entrará. A boa vontade, se fará presente e necessária, no dia a dia, no esforço pessoal, em seus próprios cuidados, ou quando após um dia cansativo, se sentir desmotivado para ir a uma reunião, em reconhecer os limites, em "fazer algo mais" por si ou por outro, então será preciso boa vontade. A humildade em aceitar ajuda, em pedir ajuda, quando for preciso, em reconhecer os próprios limites, defeitos, e sentimentos nem sempre tão elevados. Honestidade, se requer de uma forma liquida, clara, e transparente. A honestidade é um princípio espiritual básico, neste programa de recuperação, e deveria ser presente em todos nós enquanto pessoas. Você pode se perguntar: - Mas nunca roubei, nem fraudei...Sim, mas existem outras formas de honestidade, e desonestidade, para consigo mesmo e para com os outros, tão importantes quanto atos, ou comportamentos. Ser honesto para com os sentimentos, desejos, e pensamentos, é um exemplo.

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Nada, virá sem algum sacrifício. No início, terá dor até, e é um processo doloroso, porque a mudança muitas vezes é dolorosa. Mas, se praticados os princípios, e os passos, com o passar do tempo e com a ajuda de Deus, esta nova maneira de viver, será algo maravilhoso, muitos adictos, nunca experimentaram uma vida sem drogas, portanto, será um aprendizado de uma nova vida.



Literatura citada para elaboração do artigo - 12 Passos de Narcóticos Anônimos (Livro Azul) e Guia para Trabalhar os Passos de Narcóticos Anônimos
Nota - Este artigo contém também a opinião pessoal e particular do autor. 
Mais 24 Hrs de Paz e Serenidade



2º Passo, viemos a acreditar...

2º Passo, viemos a acreditar...


Os três primeiros passos, como já dito anteriormente, são por muitos, chamados de desobsessores, ou seja, "iniciam" (1ºPasso), "limpam" (2ºPasso), e "preparam" (3º Passo) a caminhada que vai se seguir, dentro do Programa de Recuperação Pessoal, removendo a obsessão pelas drogas, e pelos comportamentos e sentimentos inerentes à ela.

Segundo passo de Narcóticos Anônimos:
"Viemos a acreditar que um Poder maior do que nós poderia devolver-nos à sanidade."

O segundo passo, trará luz, e direção.
Com o decorrer do tempo, no uso de drogas, os comportamentos, e ações, são voltados cada vez mais, para obter, proporcionar situações, ambientes, e meios de uso. Procura-se priorizar, na vida pessoal, o uso da substância preferida, inicialmente, por pouco espaço de tempo, conforme o avanço da doença (lembrando que é uma doença progressiva incurável e fatal), o uso vai tornando-se mais regular, em intervalos menores, e ela (a doença), vai exigindo mais e mais, mais tempo, mais dinheiro, maiores doses, não importando, ao final, a que preço, material, ou emocional.
Atos insanos, começam a aparecer. Pergunte a alguém na rua, ou pergunte-se a si mesmo, seria natural se você pedisse a alguém: -Por favor, me dê um ataque cardíaco !? Pois bem, isto é feito, em cada tragada, em cada dose, em cada carreira ou fumada de cachimbo ou lata, porque ainda que possa ser vagarosa pra uns, e rápida pra outros,  a morte, é certa, e certamente virá, muito antes da data naturalmente prevista, ou seja, o usuário, "corre" atrás da própria morte, e paga um preço alto por ela.

Palavras Chave deste passo:

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Princípio básico deste passo
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Objetivo

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Advinda da Fé

Neste passo, aprende-se e é necessário acreditar, que um poder maior do que nós mesmos, poderá, devolver-nos a sanidade  perdida. Após a admissão e rendição do primeiro passo, é neste passo seguinte que encontraremos luz, luz para nos reconduzir à sanidade dos nossos atos. Com a estagnação do uso, um grande "buraco", um grande vazio interno, irá tornar-se explícito. No uso, na ativa, não havia nada, nada maior do que nós, maior que a busca pela droga. O adicto na ativa, torna-se o centro do universo, e as coisas giram em torno dele. Neste passo, para que ele realmente dê resultado, sugere-se ser necessário que este Poder Superior, seja : 1-Maior do que nós mesmos, 2-Amoroso, 3-Misericordioso. Maior, porque somente algo mais forte e superior ao que pensávamos que éramos, será capaz de superar nossas expectativas através da fé, Misericordioso, porque o arrependimento, ressentimento, mágoa e dores de inúmeras perdas, se tornarão um peso no início, peso este que somente tal característica inerente a Deus, poderá nos aliviar, e perdoar, e Amoroso, porque nos suprirá o "vazio" interno, com paz, assim que iniciarmos o exercício diário da fé. Faltava a maioria de nós um relacionamento prático com um Poder Superior. Nosso conhecimento, acerca de Deus, era pobre, e fraco. Ainda que possa se pensar, que idas a igrejas, ou missas, ou uma vida aparentemente normal, garantam ou venham a sugerir  o contrário. Na verdade, não existe intimidade com Deus, pelo adicto, quando inicia-se a busca pela satisfação, por um simples, ineficaz, e rápido prazer, que com o tempo revelará uma dor tão profunda, que nunca haverá bastante para amortecer a realidade, a realidade de que se está, e esta realidade é um grande pesadelo, um sonho, o qual não terá fim, a menos que exista uma determinação interior, que busque pela mudança.

Caso você seja um adicto, faça a si mesmo algumas perguntas, para correlacionar melhor o assunto:


Como você veio a acreditar num Poder Superior?

Dê cinco exemplos de como a insanidade se manifestou na sua adicção ativa?

Como um Poder Superior pode ajudar a devolver a sua sanidade?

Quais as características de um Poder Superior para você?

Como você define insanidade?

De que forma a insanidade se manifesta na sua recuperação dentro de seu tratamento?

Dê cinco exemplos de como um Poder Superior lhe ajudou ao longo de sua vida?

Como você entende a frase: “poderá devolver-nos a sanidade” ?

Exemplos de atos, pensamentos, ou situações insanas:



Ações insanas, situações insanas.

Vender objetos, descuidar-se de proteção em atos sexuais, prostituir-se por drogas, roubar, mentir, ameaçar, acordar pela manhã onde o primeiro pensamento é a droga, abandonar trabalho, priorizar o uso antes de necessidades e obrigações básicas, descuidar-se do seu asseio e higiene pessoais, dentre muitos outros...


E se tratando de uma doença deve-se estar atento a questão da auto estima. Não houve falha nenhuma, não houve erro nenhum (não obstante qualquer desestrutura familiar, ou pessoal), e sim uma predisposição orgânica em desenvolver a tolerância pela droga / álcool que culminou com a instalação da dependência. Esse processo é um processo seletivo. Existem estudos científicos que comprovam a existência de um componente genético nesse processo. Portanto, não devemos nos auto condenar, aliás nenhum ser humano o deve. Todos somos falhos, o que pode nos diferenciar uns dos ourtros, é a maneira como encaramos as situações, e o que fazemos a respeito.


Princípios Espirituais deste passo:

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A , será o "motor", neste, e em outros passo durante o processo, ela é um ingrediente primordial. A confiança, em um resultado, não no resultado que imaginamos ou desejamos, mas em um resultado positivo, o que não significa que este resultado virá sem alguma dor (a dor aliás, na vida, é inevitável, o sofrimento, é opcional). É necessária, por meio da fé, e da esperança que surge junto desta, a confiança que nos trará a boa vontade necessária, para exercitar uma nova maneira de viver, boa vontade de aceitar algumas situações e não provocar outras, tendo humildade para reconhecer, que não somos gigantes, mas sim seres humanos falíveis. Em um momento inicial de recuperação, a ajuda de outros é fundamental, assim como por toda a vida, iremos perceber, que não queremos mais viver no isolamento, mas sim construir laços de amizade, e da mesma forma, que ajudamos outras pessoas no decorrer da vida, seremos ajudados, tendo em mente, que nem sempre a ajuda virá da maneira como nós a queremos. Mente Aberta, para aceitar sugestões de companheiros, de familiares, de profissionais, mente aberta para entender, a necessidade de ter de volta a própria sanidade.

O segundo passo, não é somente praticado uma vez, aliás, todos os passos, são praticados, e rê-praticados diariamente para o resto de nossas vidas, sendo que muitas vezes, nem percebemos esta prática. Torna-se automático, e simples...A dor, é substituída pelo amor que renasce, o desespero, pela esperança, a morte pela vida, a destruição pela recuperação. Isto não significa, que tudo será um "mar de rosas", que os problemas acabarão...pelo contrário, muitas vezes, após um período inicial, é hora de encarar alguns fatos, dos quais vivíamos fugindo. O único milagre, a princípio, é o da vida, da liberdade de escolha. A partir daí, reescreve-se a história, com a ajuda de Deus.

Então para isso, eu preciso voltar a acreditar em um Deus, acreditar em mim, e quando falamos deste Deus (na forma como cada um concebe), necessariamente sugere-se ser um poder superior a nós, porque aí entram também os papéis que nós vivemos dentro da dependência. 

Alguns companheiros, talvez procuraram por algum tempo, ter seu Poder Superior em; NA, outros em Buda, outros na sala de NA, outros no universo, enfim, com o passar do tempo, a razão (sim, a razão) trará a tona o fato de que, NA não poderá nos aliviar e trazer sanidade (não no sentido deste passo), Buda está morto, a sala pode fechar (ou seja, é algo físico e que pode mudar), o "universo" é "grande demais" sendo inatingível aos propósitos do passo...
A fé desenvolvida neste Poder Superior, Deus, que podemos desenvolver, é que Ele pode nos ajudar, pois criou os homens (NA), criou Buda (um homem), e criou o universo, e é perfeitamente acessível, à nós.

 
A destruição pessoal, na palma da mão.
Nós vivemos um papel muito comum a muitas pessoas, nós não vivemos o papel de filho de Deus, mas, nós vivemos o papel de "irmão" de Deus, ou "chapa", ou "camarada", tanto o D.Q. quanto o familiar; o familiar "chega perto de Deus e bate no ombro de Deus e diz" : - Deus tira ele do meio daquelas companhias que está levando ele para o buraco; dando conselhos e fazendo mil pedidos a Deus na cara dura, ou não?  
O "pedido" a Deus aliás, antes que haja má compreensão, é justo. Mas muitas vezes, 1-A vontade de Deus para nós é perfeita, porém temos o livre arbítrio, 2-O familiar pode muitas vezes fazer sua parte e não o faz (e fazer sua parte pode incluir causar "certa dor" ao ente por meio afastamento necessário, corte de coisas e meios que possam estar indiretamente proporcionando, no fim, a destruição deste, etc), 3-O adicto não quer Deus, rejeita todas as "portas abertas".  

O dependente por sua vez, é a mesma coisa, chega perto de Deus e diz: - Deus modifica minha mãe, meu pai, modifica fulano, Deus me ajuda arrumar dinheiro, eu estou sem dinheiro para pagar o bar, o traficante; sempre pedindo ou dando conselhos a Deus de como fazer as coisas. É esse o papel que nós temos que abandonar para podermos caminhar com nossas próprias pernas e aí entrará o terceiro passo. Deus, na verdade, não é nosso fiador, não é banco, ou o "cara" que sempre te livra das enrascadas...Não encobrirá nossos erros...Deus sim, a partir do momento que nós nos posicionarmos corretamente com respeito ao que queremos de nossas próprias vidas, este Deus, nos concederá força, discernimento, e paz, para prosseguir na vida, deixando os erros para trás, na busca de algo novo e maior, que não é mais a droga, mas sim, a própria vida. Não precisamos, nem podemos, modificar ninguém, mas sim, somente à nós mesmos.

Literatura citada para elaboração do artigo - 12 Passos de Narcóticos Anônimos (Livro Azul) e Guia para Trabalhar os Passos de Narcóticos Anônimos

Nota - Este artigo contém também a opinião pessoal e particular do autor. 

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3º Passo - Decidimos

3º Passo - Decidimos

3º Passo de Narcóticos Anônimos: "Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós O compreendíamos."
 
Na evolução da recuperação pessoal, este é o 3º, dos três primeiros passos, que irão abrir um caminho na obsessão pelas substâncias, sobre nossos comportamentos e emoções, e sobre nós mesmos.
 

Tomar uma decisão

3º Passo - Decidimos
Palavras Chave do 3º Passo
Nossas vontades até então nos conduziram, além do ilusório prazer da droga, à todas as situações com as quais nunca sonhávamos viver. A ação central, do passo três, é a DECISÃO. Nossa vontade própria até então, nos fazia excluir qualquer consideração diferente da qual nós queríamos. Ignorávamos as necessidades e sentimentos dos outros, e atropelávamos qualquer um que questionasse o nosso direito de fazer o que queríamos.

O terceiro passo, pode nos trazer de volta a segurança, de poder viver sem a tudo querer governar, ou manipular. Na verdade, nunca tivemos o controle real sobre nada daquilo que supúnhamos ter, desde o uso, passando pelos relacionamentos, e por fim nossas próprias vidas. Até nossas necessidades mais básicas, como higiene pessoal, foram substituídas, ou relegadas a segundo plano, em detrimento de nossa droga de preferência.

3º Passo - Decidimos
Palavras Chave do 3º Passo
Entregar, nossas vontades e vidas, não significa, que não faremos mais escolhas, muito pelo contrário. Através da ajuda de um Poder Superior,  saberemos com o tempo, distinguir a diferença entre a vontade destrutiva, e a escolha e ação construtiva. Também não significa aceitar passivamente injustiças contra nós, ou contra as pessoas pelas quais somos responsáveis. Começamos pelo pensamento de que, tudo que não é "prático", a princípio, é fruto de uma vontade, e não é espiritual.
 Exemplo:

*Lovato, recebe R$ 900,00 por mês, de salário. Tem suas despesas pessoais, mais as contas de casa, em conjunto de sua esposa. Está estudando, e se aperfeiçoando, para conseguir uma colocação melhor, e melhorar o salário. Surge a vontade, de comprar um celular, e todos temos desejos pessoais, é normal. Optar pela compra de um celular de R$ 1500,00 neste momento, não é nada prático. Portanto, comprar um celular mais barato, seria a opção correta, até que, após algum tempo *Lovato venha a melhorar o salário, permitindo-lhe mais "folga" para fazer esta compra. Priorizar neste caso, talvez seja uma das palavras chave.
Os relacionamentos, também são fonte constante de questionamentos pessoais e introspectivos. Existem banners, nas salas, e a literatura também fala a respeito, sobre hábitos, lugares, e pessoas. Muito bem. 

Então, *Hermógenes entra em recuperação, ou seja, está em abstinência, frequentando salas, estudando a literatura, praticando os passos. Mas, está já há 2, 3 anos sem ter nenhum tipo de relacionamento. Levaremos em consideração 3 anos: 2 anos na adicção ativa (mesmo que o adicto tenha uma esposa, qualquer situação conjugal ou de namoro, torna-se artificial) e mais 1 ano em recuperação. A vontade vem, é natural, o desejo por uma companhia, o carinho, sexo enfim. Pois muito bem, -Ora se não tenho namorada ainda (pensa *Hermógenes) vou pagar por isso e resolvo meu problema... Será ? Vamos ver, o programa de recuperação, é espiritual, os passos são a princípio espirituais, praticamos a fé, em um Poder Superior, então analisamos, isto (pagar por sexo), faz parte da doutrina, ou dos ensinamentos deste Poder Superior ? Será que Ele aprovaria ? Nós, não havíamos entregado à Ele (3º Passo) nossas vontades e vidas ? Então, Ele não estaria também cuidando desta situação ? Ele, falhou alguma vez ? Claro que não...Todas as respostas são óbvias. Neste caso, pagar pelo sexo, é em primeira instância, pagar para novamente preencher um vazio. Se Deus, é nosso Poder Superior, nada consta em seu manual (Bíblia Sagrada) a respeito destas situações, na verdade, se nós formos ler, é totalmente contrário aos ensinamentos do mestre. Portanto, é nosso desejo e vontade destrutiva que está gritando em nós. Ainda, existe outra consideração a respeito: "Pessoas, Hábitos, e Lugares da ativa", ora é bem claro. Arriscaremos tudo que foi conquistado por 2 horas de sexo ? Ou, estamos inconscientemente, com vontade de fazer uso novamente ? Em sua grande maioria, todos os adictos na ativa tinham o sexo pago diretamente relacionado ao uso de substâncias.

3º Passo
Palavras Chave do 3º Passo
Ainda, a literatura nos sugere que façamos a seguinte análise sobre um relacionamento: "Se em um relacionamento, tentamos transformar nosso possível parceiro em algo que ele não é, estaremos agindo por capricho. Se por outro lado, já determinamos o que queremos de um parceiro e a pessoa que conhecemos parece ter o perfil que desejamos, sem nossa intervenção, estamos provavelmente vivendo a vontade de Deus." (Guia para Trabalhar os Passos, pág. 125)

*Nomes fictícios

Há uma linha tênue que separa a humilde e honesta busca de objetivos, da manipulação sutil para obter resultados forçados.

3º Passo - Decidimos
Princípios Espirituais deste Passo
Há de que se estabelecer confiança, com nosso Poder Superior, e por mais importante que seja descobrir o que Ele significa para nós, mais ainda é desenvolver um relacionamento com Ele, qualquer que seja a nossa compreensão a seu respeito. Nesta linha, estaremos abertos para receber e estabelecer uma comunicação com este nosso Deus amoroso.

Entrega

Após estabelecer uma confiança, e tomar a decisão, com a compreensão sobre a necessidade e finalidade deste passo, passamos a entrega. Muitos iniciarão pelas vontades, em seguida pela própria vida. Pode ser difícil no começo, mas o importante, é não desistir, ou desanimar.
3º Passo - Decidimos
Princípios Espirituais deste Passo
Podemos por medo, querer negociar com nós mesmos, a entrega de apenas partes, da nossa vida, ou de nossa vontade. Isto, não funcionará. Este passo somente terá o resultado que buscamos, se a entrega for total, e isto, talvez tenhamos que fazer por repetidas vezes.

Determinadas situações, irão requerer dose extra de determinação, e decisão. Renovar a entrega, todos os dias, em contato com nosso Poder Superior, e desenvolver ações para que algumas destas situações, tenham resultado. A ação, a princípio é nossa, o resultado, vem de Deus. A confiança surgirá, depois da fé ter sido praticada, é um processo, e dará resultado.

O resultado

3º Passo - Decidimos
Neste processo e busca, a princípio poderemos focalizar uma complexidade, acerca dos passos e  das sugestões da literatura. Isto, na verdade pode ser desanimador, se persistirmos nesta linha de pensamento, então tudo se tornará pesado. Certamente, no início, teremos de desenvolver, por meio da boa vontade, um esforço extra em muitas situações, afinal, anos de adicção ativa e destruição em nossa vidas, não são facilmente resolvidos. O milagre acontecerá, mas exige certo "sacrifício" de nossa parte. A mudança, neste sentido, não é simples, nos habituamos a comportamentos, sentimentos, e situações. Mas uma coisa é certa, a mudança é absolutamente necessária.
3º Passo - Decidimos
Princípios Espirituais deste Passo

Poderemos pensar, que se deixarmos algumas pequenas coisas de lado, ou deixarmos de praticar outras, ou mesmo se por exemplo, usarmos de meias verdades vez por outra, e alguma desonestidade rotineira como aceitar um troco que foi dado a mais por engano do caixa, nada disso influenciará realmente na nossa recuperação. Grande engano. Se realmente não houver uma mudança, em todos os sentidos, estas pequenas "brechas" poderão desencadear, mais ou menos tempo, um processo que irá nos conduzir de volta aos antigos "padrões" de comportamento. E estes antigos padrões, por sua vez, poderão iniciar o processo de recaída para as drogas, cedo ou tarde. Isto, é fato.

Com o passar do tempo, após a superação dos primeiros "obstáculos", e "dificuldades", tudo parecerá, aos poucos, mais simples. Na verdade, talvez a mudança, seja uma regressão a uma condição nunca antes vivenciada: a de sermos quem realmente somos, e vivermos a vida de uma forma verdadeiramente real. O bom senso, a paciência, a razão, a serenidade, a aceitação, o esforço, a dedicação, o amor, serão os pensamentos e sentimentos, que irão substituir nossa antiga condição, e farão parte desta nova vida. Jamais deixaremos de ser adictos, a doença, ainda não tem cura, e praticaremos se assim quizermos, os passos até o fim de nossas vidas. Hoje, além do poder de escolha recuperado, podemos talvez desenvolver a grata satisfação de perceber que, não temos necessidade de nenhuma, absolutamente nenhuma substância lícita ou ilícita para viver, e sermos felizes. SPH

Literatura citada para elaboração do artigo - 12 Passos de Narcóticos Anônimos (Livro Azul) e Guia para Trabalhar os Passos de Narcóticos Anônimos
Nota - Este artigo contém também a opinião pessoal e particular do autor. 

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