Estudo investiga relação entre consumo de maconha e desevolvimento de psicoses na juventude

Estudo investiga relação entre consumo de maconha e desevolvimento de psicoses na juventude

O Dr. Philip Tibbo, psiquiatra da cidade canadense de Halifax, lidera o Programa de Psicose Precoce da Nova Escócia, província do Canadá, e está pesquisando a conexão entre a cannabis e o desenvolvimento do cérebro.




Pesquisadores de drogas acreditam que a cannabis pode desencadear psicose no cérebro ainda em desenvolvimento, especialmente em pessoas com menos de 25 anos.
Mais especificamente, naqueles que estão predispostos a desenvolver esquizofrenia e outras doenças mentais.
Isso é algo que vem sendo comprovado por estudos, ainda que não se tenha uma idéia clara de como se dá esse processo.

“Agora, nós estamos investigando a biologia por trás disso”, diz o psiquiatra, professor e pesquisador. Tibbo e um pequeno time de pesquisadores estão pesquisando cérebros de jovens para ver como a cannabis interrompe o circuito cerebral e impede conexões vitais necessárias para o pensamento, o raciocínio e a memória.

Segundo o pesquisador, o estudo é único, porque está usando três técnicas de neuroimagiologia baseadas em MRI, que ele acredita que poderão fornecer um mapa mais claro de como a cannabis age sobre a substância branca, os neuroquímicos e a microestrutura do cérebro ainda em formação.

 

O estudo conta com 180 participantes, divididos em dois grupos principais: um grupo de controle saudável e um grupo de pacientes. Cada um inclui pessoas que já haviam usado cannabis antes dos dezessete antes, que começaram a usá-la mais tarde, ou que nunca a utilizaram.
Tibbo lidera o Programa de Psicose Precoce da Nova Escócia, e seus próprios estudos e experiência clínica já apontam para uma clara ligação entre o uso da cannabis entre os jovens e a diagnose de esquizofrenia ou outros distúrbios psicóticos.

 
A pesquisa também mostra que o uso pode piorar os sintomas como ilusões e alucinações.

Psicoses geralmente se desenvolvem entre as idades de 18 a 25 anos, geralmente o período – ou até mesmo mais cedo – em que as pessoas começam a usar maconha, Tibbo diz. É também um período em que o lobo frontal do cérebro ainda está se desenvolvendo. “Então o que a pesquisa tem mostrado é que, nesse período, se há um uso da maconha, ele pode interromper esse processo”.

Isso é especialmente verdade para aqueles predispostos a desenvolver psicoses, talvez até mesmo desencadeando o seu início, diz o Dr. Paul Janssen, responsável por Distúrbios Psicóticos da Universidade de Dalhousie. “Você vai aumentar o seu risco de desenvolver uma psicose em até quatro vezes. Se forem observados muitos estudos epidemiológicos, pode-se verificar esse processo”.

O seu centro ajudou a desenvolver um estudo nacional da Sociedade de Esquizofrenia do Canadá, chamado “Cannabis e psicose: explorando a ligação”, que descobriu que há mais indícios de uma forte conexão.

Ele treinou 28 jovens com psicose para se tornarem assistentes de pesquisa em três centros canadenses: Halifax, Londres e Vancouver. Eles ajudaram a recrutar outros jovens para entrevistas individuais ou em grupos, e investigar suas experiências com a droga.

Nós estávamos tentando descobrir por que eles estavam fumando e de que maneira eles sentiam que a cannabis estava relacionada com a sua doença”, diz o Dr. Tibbo. “E a maioria deles disse que sim, que eles sentiam que a maconha, se não havia ao menos desencadeado sua doença, tinha deixado seus sintomas piores e afetava sua recuperação. Definitivamente eles viam essa conexão”.

“Mesmo nos estudos com a cannabis na população em geral, nós podemos mostrar que ela afeta como você pensa e suas capacidades cognitivas de longo prazo. Então adicione psicose a isso e você terá ainda mais efeitos sobre o cérebro. Como um médico, nós estamos tentando ter certeza de que todos estejam o mais saudáveis o possível, e nós sabemos que a maconha pode prejudicar tudo isso”.


Uso da maconha entre os jovens universitários no Brasil

O I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, publicado em 2010 pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD), apontou que 26,1% desse público já havia feito uso na vida da droga (contra 8,8% da população em geral); 13,8% haviam-na utilizado nos últimos 12 meses (em comparação com 2,6%); e 9,1% (contra 1,9%) nos 30 dias anteriores.

Nas idades de 18 a 24 anos, apontadas como críticas pelo estudo desenvolvido no Canadá, o levantamento brasileiro indica que 26,9% dos universitários já fizeram uso na vida da droga, enquanto 17% da população em geral já a havia experimentado.


Para acessar o I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, clique aqui.

Para acessar o Relatório Brasileiro sobre Drogas, clique aqui.

Fonte -OBID - Traduzido e adaptado de The Chronicle Herald
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