O governo da Holanda confirma: maconha faz mal à saúde | 
      
Blog de Milton Corrêa da Costa
A chamada “corrente progressista”, 
encabeçada no Brasil pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que 
objetiva a descriminalização e legalização de drogas, a começar pela 
maconha, inclusive com direito a cultivo para uso próprio, acaba de 
sofrer um duro revés. A Holanda anunciou, nesta sexta-feira, uma 
política de menor tolerância com a maconha.
O governo holandês declarou que vai nivelar a chamada "maconha de 
alta concentração", vendida no país, na mesma classificação de tóxicos 
como a cocaína e o êxtase, drogas consideradas pesadas. O ministro da 
Economia da Holanda, Maxime Verhagen, afirmou que a droga, com mais de 
15% na composição de sua substância psicoativa, o tetrahidrocanabinol 
(THC), tem uma potência muito maior do que a forma mais leve da erva. 
Segundo ele, o tóxico "causa um prejuízo crescente na saúde pública do 
país". A medida é o passo mais recente do governo holandês para tentar 
reverter a notória política de tolerância da Holanda com as drogas.
Assim chega-se á conclusão, após diferentes estudos e pesquisas 
empreendidas aqui citadas, que a cannabis não é tão inofensiva e 
recreativa como alguns imaginam. O hábito de fumar maconha, mesmo em 
pouca quantidade, pode danificar a memória, segundo recente estudo 
elaborado pela Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP). Quando o uso é
 crônico e se inicia antes dos 15 anos de idade, o risco é ainda maior, 
devido ao efeito tóxico e cumulativo do tetrahidrocanabinol  (hoje mais 
potente pelas mutações genéticas), no desempenho cerebral.
Ficou constatado, por exemplo, que no exame toxicológico efetuado no jovem Carlos Eduardo Sandfeld Nunes, de 24 anos, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do seu filho Raoni, fato ocorrido, no ano de 2009, em São Paulo, que ele se encontrava sob o efeito de maconha no momento do crime. Ressalte-se que Cadu, apelido do homicida, fumava cannabis desde os 15 anos, não estudava nem trabalhava , passando a traficar a droga e apresentava surtos psicóticos (alucinações e delírios).
 
Ficou constatado, por exemplo, que no exame toxicológico efetuado no jovem Carlos Eduardo Sandfeld Nunes, de 24 anos, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do seu filho Raoni, fato ocorrido, no ano de 2009, em São Paulo, que ele se encontrava sob o efeito de maconha no momento do crime. Ressalte-se que Cadu, apelido do homicida, fumava cannabis desde os 15 anos, não estudava nem trabalhava , passando a traficar a droga e apresentava surtos psicóticos (alucinações e delírios).
Tal fato remete-nos a uma pesquisa - foi publicada tempos atrás nas 
páginas da Internet com notícia originária de Londres - onde mostrou que
 jovens que fumam maconha por seis anos ou mais têm o dobro de 
possibilidade de sofrer de episódios psicóticos do que pessoas que nunca
 fumaram a droga. As descobertas fortalecem uma pesquisa anterior que 
relacionam psicose à droga, particularmente em sua forma mais potente, o
 skunk. Apesar da lei que proíbe, em alguns países, o consumo da 
cannabis e outras formas, cerca de 190 milhões de pessoas são usuárias 
de maconha no mundo, segundo estimativa da ONU, o que envolve 4% da 
população ativa. O país com o maior número de consumidores é a França.
    
John McGrath, do Instituto Neurológico de Queensland, na Austrália, 
estudou mais de 3.800 homens e mulheres nascidos entre 1981e 1984 e 
comparou seus comportamentos, após completarem 21 anos de idade, para 
perguntar-lhes (já eram pacientes) sobre o uso da maconha em suas vidas,
 avaliando os entrevistados para episódios psíquicos. Cerca de 18% 
relataram uso de maconha três anos ou mais, cerca de 16% de quatro a 
cinco anos e 14% durante seis ou mais anos.. Comparados aos que nunca 
haviam usado cannabis, jovens adultos, que tinham seis ou mais anos 
desde o primeiro uso da droga, tinham duas vezes mais chances de 
desenvolverem psicose não afetiva, como esquizofrenia, disse McGrath, 
conforme estudo publicado na revista de psiquiatria "Archives of General
 Psychiatry.
Mais uma voz responsável surge para acabar com essa ideia de que a 
maconha é uma droga inofensiva. A diretora do Instituto Nacional sobre 
Abuso de Drogas (Nida, em inglês), a mexicana Nora Volkow, jogou mais 
uma pá de cal nessa falácia: “ Há quem veja a maconha como uma droga 
inofensiva. Trata-se de um erro. Comprovadamente, a maconha tem efeitos 
bastante danosos. Ela pode bloquear receptores neurais muito 
importantes. Estudos feitos em animais mostraram que, expostos ao 
componente ativo da maconha, o tetrahidrocanabinol (THC), eles deixam de
 produzir seus próprios canabinoides naturais (associados ao controle do
 apetite, memória e humor). Isso causa desde aumento da ansiedade até 
perda de memória e depressão. Claro que há pessoas que fumam maconha 
diariamente por toda a vida sem que sofram consequências negativas, 
assim como há quem fume cigarros até os 100 anos de idade e não 
desenvolva câncer de pulmão. Mas até agora não temos como saber quem é 
tolerante à droga e quem não é. Então, a maconha é, sim, perigosa" - 
afirmou a psiquiatra que conduziu na década de 80 os estudos comprovando
 que a cocaína causa dependência química, além de graves danos ao 
cérebro.
Assim sendo, ainda que conclusões científicas precisem ser 
relativizadas mormente quanto a um tema tão polêmico - cada caso é um 
caso - não se pode desconsiderar tais estudos. A busca de estados 
alterados de consciência, através do uso de drogas ilícitas -não estamos
 falando das drogas livres sob o ponto de vista legal e jurídico nem das
 controladas por receita médica- é própria da espécie humana desde a 
antiguidade e os progressistas vem afirmando, cada vez com mais ênfase, 
que o mundo definitivamente perdeu a guerra contra as drogas ilícitas. 
Ou seja, a política atual seria um verdadeiro fracasso e o caminho do 
bom senso seria a descriminalização do uso de drogas.  O estado não 
teria inclusive o direito de proibir o uso. A grande vantagem seria o 
enfraquecimento do crime organizado, sem falar na redução da corrupção 
policial que a ilegalidade da droga sempre proporciona.
Tais argumentos são válidos não resta dúvida, até porque abstinência 
total de substâncias entorpecentes ilegais seria utopismo imaginado 
pelos conservadores. Obviamente que o mundo sem drogas não existe. As 
drogas sintéticas e as 'legal highs', fabricadas em geral nos  países 
mais ricos, são inclusive as que tiveram maior aumento de consumo nos 
últimos anos. A questão é saber- não há certeza sobre tal dúvida- se uma
 política de enfrentamento ao problema com a descriminalização seria de 
fato o cerne da estratégia que propiciaria o efetivo controle do estado e
 a consistente redução de danos. Há que saber também quanto se gastaria 
com despesas de recuperação de dependentes numa política mais 
permissiva.
Registre-se que apesar do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack o
 país não está conseguindo conter a epidemia do uso da chamada 'droga da
 morte'. Tal plano não tem sido capaz de atender a 1/3 dos 95% dos 
municípios envolvidos com a gravíssima questão que põe em risco toda a 
juventude. As cracolândias espalham-se rapidamente pelo país. O oxi,  
droga mais devastadora ainda que o crack, também já está presente em 13 
estados brasileiros, fazendo crescer  a ameaça aos mais jovens.
Por outro lado, num recente debate, na Comissão de Assuntos Sociais 
do Senado, concluiu-se que a venda indiscriminada de bebidas a jovens, 
sem o devido controle, além de funcionar como uma espécie de porta de 
entrada para o consumo de outras drogas, seria argumento suficiente para
 derrubar qualquer inciativa de liberação do consumo de drogas no país. 
Sobre o perigo do crack. O médico psiquiatra Emanuel Fortes Silveira 
Cavalcanti, representante da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP),
 presente ao debate da comissão do Senado, lembrou que o consumo da 
droga tem aumentado no país e que, em Goiás, por exemplo, 60% dos 
julgamentos de crimes têm como réus usuários da droga. Ele não poupou 
críticas à “falta de controle” do governo sobre as indústrias químicas 
que fabricam éter e acetona, insumos fundamentais para o refino da 
cocaína e, por consequência, do crack, que é um derivado da droga.
A realidade é que descriminalizar e legalizar drogas no país pode ser
 um verdadeiro tiro no pé. Neste caso a emenda poderá ser pior que o 
soneto. À sociedade e ao governo fica bem claro que o melhor caminho 
continua sendo a prevenção e o tratamento para recuperação dos 
dependentes e os “usuários recreacionais”, ainda que também estes 
financiem os fuzis do tráfico e a violêncis. A Holanda acaba de 
constatar e mostrar ao mundo que quando o assunto é drogas não há 
verdades absolutas e acabadas. Por enquanto, no Brasil, a guerra às 
drogas tem que prosseguir. O país não pode virar palco permissivo de uma
 legião de jovens drogados, amotivados e sem rumo.
                        
                                    Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio
Fonte-Uniad 
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