Ex-usuários contam histórias de vitória contra o crack

Ex-usuários contam histórias de vitória contra o crack

A assistente social Vera Lucia ajudou a ex-dependente química Terezinha Andrade (à esquerda), que hoje trabalha e deixou o vício para trás. (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)  

O crack é conhecido por ser uma droga que provoca forte dependência, mas apesar da dificuldade de se livrar do vício, há casos de usuários que conseguem vencer o problema. Em Mogi das Cruzes, Região Metropolitana de São Paulo, a ex-dependente Terezinha Andrade Freitas, de 55 anos, hoje trabalha como faxineira e comemora a nova vida. “Fiquei oito anos morando na rua, bebendo pinga e fumando crack. Agora que a gente está fora é que vê a feiúra que a gente fazia”, afirma. Terezinha conta que perambulava nas ruas de Mogi das Cruzes ao lado do marido, também dependente químico. 'Eu tomava dois banhos por semana, às vezes um só e tinha vezes que eu ficava semanas sem tomar banho”. Ela deixou as ruas há cinco anos e diz que deve a mudança à assistente social Vera Lúcia de Freitas.


“Fizemos um trabalho de insistência. Ela começou a ficar muito enfraquecida, doente mesmo. A Terezinha e o esposo perceberam que tinham que parar. Hoje eles ainda são acompanhados pela Secretaria de Assistência Social e participam de programas de transferência de renda”, explica a assistente Vera. A ex-moradora de rua diz estar feliz. “Hoje tenho meu barraquinho e trabalho, tenho outra vida”.

De usuária a monitora
Outra história de superação é a de Vanderli Pereira Duarte, de 44 anos. Ela conta que morou nas ruas por 20 anos e foi usuária de crack. “Perdi família, casa, fui presa... Vi muita coisa e ainda vejo pessoas que estavam na rua na minha época”. Vanderli deixou as ruas há 13 anos e hoje trabalha como monitora da Secretaria de Assistência Social, recebendo os usuários de drogas e moradores de rua que chegam ao Centro Pop, órgão da Prefeitura que faz uma espécie de cadastramento destas pessoas. “Quem me ajudou foram meus filhos e Deus. Já ajudei bastante gente, levei pessoas de volta para a família”, se orgulha.
 
Hoje Vanderli avalia os estragos provocados pela droga. “O crack na vida da gente acaba com o corpo e acaba psicologicamente. As pessoas não sabem como lidar com a gente, mas o que a gente precisa é de um desabafo”.


Internação
O governador Geraldo Alckmin assinou termos de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Ministério Público e Ordem dos Advogados de Brasil (OAB) no dia 11 de janeiro para apressar a internação de dependentes de crack.

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Segundo o governo, os viciados serão avaliados por médicos, que vão oferecer tratamento adequado. Se for atestado que o usuário não tem domínio da sua própria saúde e condição física e este se negar a receber tratamento, o juiz poderá determinar sua internação imediata. A medida deverá ser tomada sempre em conjunto com a família do viciado.

A Secretaria de Assistência Social de Mogi das Cruzes afirmou que houve aumento no número de abordagens no município depois que um posto foi estruturado na região central da capital para agilizar as interdições.
 
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