60% das detentas do Ceará foram condenadas por tráfico de drogas

No Presídio Feminino Auri Moura Costa, única unidade prisional para mulheres no Ceará, 60% das detentas foram condenadas por tráfico de drogas, seja para alimentar o próprio vício ou por influência do companheiro. Estes são dados da pesquisa da Secretaria de Justiça (Sejus-CE), que revela ainda que 57% das presas não têm antecedentes criminais; 53% são solteiras; 78% têm filhos; 27% não concluíram o ensino fundamental; e 62% delas não querem mais estudar.
“Se arrependimento matasse, eu não estaria aqui hoje, porque eu me arrependo de ter feito isso, de estar longe do meu filho”, diz a detenta Ivoneide do Nascimento, condenada a 13 anos por tráfico de drogas. Ela afirma ainda que até agora só cumpriu dois anos e meio. O arrependimento de Ivoneide é compartilhado por muitas detentas, inclusive pelas reincidentes que acreditam ter prejudicado os próprios filhos por causa do tráfico.
“Eu vi filha minha crescer, e não vi filha minha crescer. Eu presa. E tenho dois filhos que deram para malandro, tenho essa culpa porque acho que foi por minha causa”, conta a presa Maria de Fátima Melo. “Não vejo eles [quatro filhos] porque meu irmão é muito preconceituoso, ele não deixa meus filhos virem aqui”, afirma a detenta Eliane de Lima Oliveira que cumpre a segunda condenação também por tráfico por influência do companheiro.
O Presídio Feminino Auri Moura Costa, atualmente tem 459 detentas, 85 a mais que sua capacidade. Com três anos de funcionamento, a diretora Mônica Damasceno afirma que o principal desafio é a ressocialização das mulheres. “Saindo daqui, elas já saem com uma profissionalização  na parte de costura ou de panificação. Mas é necessário que também as pessoas lá fora vejam isso e possam oportunizar”, destaca.

Fonte - G1

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