Remédio para déficit de atenção pode combater dependência em cocaína, diz estudo

Remédio para déficit de atenção pode combater dependência em cocaína, diz estudo


Remédio para déficit de atenção pode combater dependência em cocaína, diz estudo
Uma pesquisa conduzida por cientistas americanos sugere que o remédio ritalina, cuja substância ativa é o cloridrato de metilfenidato, pode ajudar a combater a dependência em cocaína e melhorar as funções cerebrais de pessoas afetadas pela droga. A medicação em geral é indicada para tratar transtornos de déficit de atenção, principalmente em crianças.

Publicada na edição online da revista científica "Jama Psychiatry" desta semana, a pesquisa foi realizada por cientistas da Escola de Medicina Icahn do Hospital Monte Sinai, em Nova York.


O estudo indica que a ritalina alterou conexões em certas áreas cerebrais que determinam o auto-controle e o desejo em pessoas usuárias de cocaína. "Administrada oralmente, a medicação aumenta a dopamina no cérebro de maneira similar à cocaína, mas sem as propriedades altamente dependentes", disse a professra de psiquiatria Rita Goldstein ao site do hospital.


Foram recrutados 18 voluntários usuários de cocaína que receberam doses de ritalina ou de placebo sem que soubessem quais deles estariam tomando o remédio. Os pesquisadores usaram ressonância magnética para monitorar conexões em certas regiões cerebrais conhecidas por atuarem na dependência da droga.


A ressonância foi realizada antes e durante o pico do efeito do medicamento. A gravidade do uso de cada voluntário também foi levada em conta, para ver se isso teria alguma implicação nos resultados.

A ritalina diminuiu a atividade cerebral entre áreas do cérebro que são conhecidas por terem ligação com a formação do comportamento compulsivo pela busca das drogas e pelo desejo. A ressonância também mostrou que a ritalina fortaleceu as conexões cerebrais entre regiões envolvidas com o controle das emoções e de certos tipos de comportamento - ligações cerebrais que em geral são identificadas como "rompidas" em casos de dependência em cocaína.

"Os benefícios da ritalina foram identificados após a aplicação de apenas uma dose", disse Rita. "Este é um estudo preliminar, mas as descobertas animam a continuar com mais pesquisas no tema."

Fonte - Globo.com

Ritalina, Défict de atenção, e tratamento farmacológico relacionado - Tratamento Farmacológico

 

Estimulantes


A partir da década de 80, ao contrário do que se pode pensar, estudos comprovaram a eficácia de estimulantes (efeito paradoxal em crianças) no tratamento do TDAH.

As drogas psicoestimulantes são utilizadas no tratamento de crianças e adolescentes desde 1930. Seu mecanismo de ação é a estimulação de receptores alfa e beta-adrenérgicos diretamente, ou a liberação de dopamina e noradrenalina dos terminais sinápticos, indiretamente. O início de ação ocorre após 30 minutos da ingestão do fármaco, com pico em 1 ou 2 horas e meia-vida de 2 a 3 horas.

Um dos estimulantes mais avaliados foi o Metilfenidato (Ritalina®), em dosagens que variam entre 0.3 a 1 mg/kg/dia. A d-anfetamina (Biphetamine®- EUA) nas dosagens entre 0.15 a 0.5 mg/kg/dia e a Pemolina (Cylert® - EUA) em dosagens de 18 a 56 mg/kg/dia. Apenas a Ritalina® se encontra disponível no Brasil.

O metilfenidato (Ritalina®) foi sintetizado em 1955 e ainda hoje é considerado a primeira escolha no tratamento do TDAH. Essa é a conduta da Associação Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência, enfatizando que essa substância deve ser utilizada em qualquer caso de TDAH.

Há uma nova apresentação do metilfenidato no Brasil chamada Concerta©, ou Ritalina RD© Em outros países existem outros medicamentos pertencentes ao grupo desses estimulantes, tais como a dextroanfetamina e uma mistura de quatro diferentes estimulantes denominada Aderall©.

Segundo alguns autores, uma das vantagens da nova apresentação do metilfenidato (Concerta® ou Ritalina RD©) em relação à atualmente existente (Ritalina®) é que, embora ambos produtos utilizem o mesmo metilfenidato, a nova apresentação permite a comodidade de dose única diária (cujo efeito dura cerca de 12 horas).

Os efeitos colaterais mais encontrados são a insônia, diminuição de apetite, dor abdominal e cefaléia. Em relação ao apetite, os pais devem estar cientes do fato e estimular a ingestão de alimentos mais calóricos. Para amenizar a dor abdominal os pais devem oferecer a medicação junto as refeições. Em caso de cefaléia a criança poderá usar analgésicos simples. A administração da medicação não deve ser feita perto do horário de dormir para evitar a insônia.
 

Antidepressivos Tricíclicos


Para as crianças que por algum motivo não possam fazer uso do metilfenidato outras medicações podem ser tentadas, mas a eficácia delas é menor. Os antidepressivos podem diminuir a agressividade, melhorando também os sintomas de ansiedade e depressão habitualmente presentes em portadores de TDAH.

A Imipramina (Tofranil®, Imipra®) parece ser, dos tricíclicos, um dos que apresenta ótima resposta terapêutica para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. É usado na dose de 1 e 3 mg/kg/dia.

A Nortriptilina (Pamelor®) vem sendo empregada também para o tratamento desse transtorno. A dose de Nortriptilina varia entre 0.4 e 4.5 mg/kg/dia (média de 1.7mg/kg/dia), entretanto, não foram encontrados estudos prospectivos controlados avaliando seu uso no tratamento de TDAH.
 

Antidepressivos ISRS


Exite ainda pouca experiência com os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, entretanto as perspectivas são bastante otimistas. A Fluoxetina (Prozac®, Verotina®, Daforim®, Fluxene®, Eufor®, Nortec®, Deprax®) tem sido usada com sucesso na dose de 0,5 a 1mg/Kg/dia.
 

Neurolépticos


Os Neurolépticos: devem ser reservados apenas para casos muito especiais, em geral quando existe, junto com a hiperatividade e déficit de atenção, também retardo mental associado.

Embora os neurolépticos (Neuleptil®, Melleril®, etc) possam ser o tratamento preferido dos neurologistas para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, a maioria dos estudos comparativos entre antipsicóticos aos estimulantes apontam quase unanimemente para uma eficácia clínica muitíssimo superior dos estimulantes. A Risperidona (Risperdal®) poderá, eventualmente, ser tentada experimentalmente.
 

Cafeína


Nos EUA a cafeína tem sido muito pouco utilizada para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade devido às facilidades para a prescrição do Metilfenidato (Ritalina®). No Brasil para a prescrição de Ritalina® há necessidade de receituário especial para entorpecentes (cor rosa) que somente a Secretaria da Saúde fornece.

Assim sendo, a cafeína pode ser utilizada com o mesmo propósito estimulante do metilfenidato, mas as pesquisas são controversas em relação aos resultados. Alguns estudos afirmam que a maioria das crianças portadoras de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade responde bem ao tratamento com a cafeína, formulada em farmácias de manipulação na dose de 10 mg/kg/dia, dividido em 3 tomadas. Outros estudos contestam afirmando que não há melhora expressiva do quadro.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) não existem estudos comprovando a eficácia da cafeína em crianças com TDAH. Os poucos estudos científicos mostram que o efeito é semelhante ao do placebo (substância sem efeito) e não é superior ao efeito dos estimulantes. A cafeína só demonstrou ter algum efeito positivo sobre a atenção em indivíduos normais que não eram portadores de TDAH.
 

Outros fármacos


Dos outros fármacos, apenas a Carbamazepina (Tegretol®, Tegretard®) parece ter alguma eficácia para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade quando o caso é refratário aos medicamentos anteriormente citados. Outros fármacos como os benzodiazepínicos (Valium®, Diempax®, Rivotril®), o propranolol e o carbonato de lítio não se mostram clinicamente eficazes no tratamento desse distúrbio.
 
Fonte - Ximenes BAA - Déficit de Atenção e Hiperatividade, in. PsiqWeb





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