Em um evento especial de alto nível da Comissão de Narcóticos, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC)
lançou hoje em Viena o Relatório Mundial sobre Drogas 2013. O evento
especial de alto nível marca o primeiro passo no caminho para a revisão
de alto nível da Declaração Política e Plano de Ação, que será realizada
pela Comissão de Narcóticos em 2014. Além disso, em 2016 a Assembleia
Geral das Nações Unidas realizará uma Sessão Especial sobre a questão
das drogas.
Embora os desafios relacionados a drogas estejam surgindo a partir de
novas substâncias psicoativas (NSP), o Relatório Mundial sobre Drogas
2013 aponta para a estabilidade no uso de drogas tradicionais. O
relatório servirá como uma referência chave no caminho até a revisão de
2016.
O Diretor Executivo do UNODC, Yury Fedotov, disse: “Nós concordamos
em um caminho para a nossa discussão em andamento. Espero que ele leve a
uma afirmação da importância das convenções internacionais de controle
de drogas, bem como a um reconhecimento de que as convenções são
humanas, centradas nos direitos humanos e flexíveis. É necessária também
uma ênfase firme na saúde, e devemos apoiar e promover alternativas de
meios de subsistência sustentáveis. Além disso, é essencial reconhecer o
importante papel desempenhado pelos sistemas de justiça criminal na
luta contra o problema mundial das drogas e a necessidade de melhorar o
trabalho contra precursores químicos”.
Problemas emergentes com drogas
Comercializadas como “drogas lícitas” e “designer drugs”, as NSP
estão se proliferando num ritmo sem precedentes, criando desafios
inesperado na área de saúde pública. Fedotov pediu uma ação conjunta
para impedir a fabricação, o tráfico e o abuso dessas substâncias.
O número de NSP comunicadas pelos Estados-Membros para o UNODC subiu
de 166 no final de 2009 para 251 em meados de 2012, um aumento de mais
de 50%. Pela primeira vez, o número de NSP excedeu o número total de
substâncias sob controle internacional (234). Como novas substâncias
nocivas têm surgido com uma regularidade infalível no cenário das
drogas, o sistema internacional de controle de drogas enfrenta agora um
desafio devido à velocidade e à criatividade do fenômeno das NSP.
Este é um problema de drogas alarmante – mas as drogas são lícitas.
Vendidas abertamente, inclusive através da internet, as NSP, que não
passaram por testes de segurança, podem ser muito mais perigosas do que
as drogas tradicionais. Os nomes pelos quais são conhecidas nas ruas,
como “spice”, “miau-miau” e “sais de banho” levam os jovens a acreditar
que eles estão curtindo uma diversão de baixo risco.
Dada a amplitude quase infinita de alterações da estrutura química
das NSP, novas formulações estão ultrapassando os esforços para impor um
controle internacional. Enquanto a aplicação da lei fica para trás, os
criminosos têm sido rápidos em explorar este mercado lucrativo. Os
efeitos adversos e o potencial viciante da maioria dessas substâncias
não controladas são, na melhor das hipóteses, pouco conhecidos.
Em resposta à proliferação das NSP, o UNODC lançou um sistema de
alerta antecipado, que permitirá que a comunidade global monitore o
aparecimento das NSP e tome medidas apropriadas.
Panorama global
Enquanto o uso de drogas tradicionais, como a heroína e a cocaína,
parece estar em declínio em algumas partes do mundo, o abuso de
medicamentos de prescrição e de novas substâncias psicoativas está
crescendo. Na Europa, o consumo de heroína parece estar em declínio.
Enquanto isso, o mercado de cocaína parece estar se expandindo na
América do Sul e nas economias emergentes da Ásia. O uso de opiáceos
(heroína e ópio), por outro lado, continua estável (cerca de 16 milhões
de pessoas, ou 0,4% da população entre 15 e 64 anos), apesar de uma alta
prevalência de uso de opiáceos relatada no Sudoeste e Centro da Ásia,
Sudeste e Leste da Europa e América do Norte.
A África está emergindo como um destino para o tráfico, bem como para
a produção de substâncias ilícitas, embora os dados disponíveis sejam
escassos. Fedotov pediu apoio internacional para monitorar a situação e
evitar que o continente se torne cada vez mais vulnerável ao tráfico de
drogas e ao crime organizado. Há também uma necessidade de ajudar o
grande número de usuários de drogas que são vítimas dos efeitos
colaterais do tráfico de drogas através do continente.
Novos dados revelam que a prevalência de pessoas que injetam drogas e
também vivem com HIV em 2011 foi menor do que o estimado anteriormente:
a estimativa é de que 14 milhões de pessoas entre as idades de 15 e 64
anos usem drogas injetáveis, enquanto 1,6 milhões de pessoas que injetam
drogas também vivem com HIV.
Essas estimativas revisadas são 12% mais baixas para o número de
pessoas que injetam drogas e 46% mais baixas para o número de pessoas
que injetam drogas e vivem com HIV. Essas mudanças são resultado da
revisão de estimativas em países que adquiriram novos dados de
vigilância comportamental desde as estimativas anteriores, que foram
feitas em 2008.
Em termos de produção, o Afeganistão manteve a sua posição como o
maior produtor e cultivador de ópio a nível mundial (75% da produção de
ópio ilícito global em 2012). A área global de cultivo da papoula de
ópio atingiu 236.320 ha, 14% mais do que em 2011. No entanto, por causa
de uma safra de baixo rendimento devido a uma doença que afeta a planta
da papoula no Afeganistão, a produção mundial de ópio caiu para 4.905
toneladas em 2012, 30% menos do que no ano anterior e 40% menos do que
no ano de pico de 2007.
As estimativas da quantidade de cocaína fabricada variou de 776 a
1.051 toneladas em 2011, praticamente inalterada em relação ao ano
anterior. As maiores apreensões de cocaína do mundo – não ajustada para
pureza – continuam a ser relatadas na Colômbia (200 toneladas) e nos
Estados Unidos (94 toneladas). O uso de cocaína continua caindo nos
Estados Unidos, o maior mercado de cocaína do mundo. Em contrapartida,
aumentos significativos nas apreensões têm sido observados na Ásia,
Oceania, América Central e do Sul e no Caribe em 2011.
O uso de estimulantes do tipo anfetamínico (ATS, na sigla em inglês),
excluindo o ecstasy, continua a ser generalizada a nível mundial e
parece estar aumentando na maioria das regiões. Em 2011, cerca de 0,7%
da população mundial com idade entre 15 e 64 anos (33,8 milhões de
pessoas) tinham usado ATS no ano anterior.
A prevalência de ecstasy em 2011 (19 milhões de pessoas, ou 0,4% da
população) foi menor do que em 2009. No entanto, a nível global, as
apreensões de ATS subiram para um novo recorde de 123 toneladas em 2011,
que é 66% maior do que em 2010 (74 toneladas) e o dobro do valor de
2005 (60 toneladas).
Metanfetaminas continuam a dominar o negócio de ATS, correspondendo a
71% das apreensões globais de ATS em 2011. Comprimidos de metanfetamina
permanecem como o ATS predominante no Lete e Sudeste Asiático: 122,8
milhões de comprimidos foram apreendidos em 2011, embora esse número
represente um declínio de 9% em relação a 2010 (134,4 milhões de
comprimidos).
As apreensões de metanfetamina cristalizada, no entanto, aumentou
para 8,8 toneladas, o nível mais alto nos últimos cinco anos, indicando
que a substância é uma ameaça iminente. O México registrou suas maiores
apreensões de metanfetamina, mais do que dobrando dentro de um ano,
partindo de 13 toneladas para 31 toneladas, o que representa umas das
maiores apreensões relatadas globalmente.
A cannabis continua a ser a substância ilícita mais utilizada.
Enquanto o uso de cannabis tem claramente diminuído entre os jovens na
Europa durante a última década, houve um pequeno aumento na prevalência
de usuários de cannabis (180 milhões, ou 3,9% da população entre 15 e 64
anos), em comparação com as estimativas anteriores em 2009.
O relatório completo e materiais adicionais estão disponíveis para download no site do UNODC, acesse em http://bit.ly/11HX118
Mais informações:
Ana Paula Canestrelli
Assessora de Comunicação – Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil
anapaula.canestrelli@unodc.org
Tel: +55 (61) 3204-7206 / 8143-4652
Assessora de Comunicação – Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil
anapaula.canestrelli@unodc.org
Tel: +55 (61) 3204-7206 / 8143-4652
Voce tem sugestões, ou críticas ? Colabore com este blog clicando aqui...Envie sua mensagem, ou sugestão de assunto. Será um prazer lhe responder. Obrigado, Mais 24 Hrs. |
0 comentários:
Postar um comentário
Orientações para comentários
Por favor, certifique-se de que seu comentário tenha relação com o artigo em questão, ou com o conteúdo deste blog.
Comentários OFENSIVOS, ou que façam APOLOGIA a qualquer tipo de DROGA LEGAL, ou ILEGAL, não serão publicados, bem como anúncios comerciais de qualquer espécie.
Para anúncios, entre em contato com blogmais24hrs@gmail.com
Sua opinião e participação, são muito importantes. Participe !
Obrigado, Emerson - Administrador