Efeitos adversos para a saúde do consumo de cannabis
É
 geralmente aceite que os riscos para a saúde associados ao consumo de 
cannabis são inferiores aos riscos associados ao consumo de heroína ou 
de cocaína. No entanto, devido à elevada prevalência do consumo de 
cannabis, esta droga pode ter um impacto significativo na saúde 
pública. 
Foram
 identificados vários problemas de saúde agudos e crónicos associados ao
 consumo de cannabis. Entre os efeitos adversos agudos figuram a náusea,
 a diminuição da coordenação e do desempenho, a ansiedade e os sintomas psicóticos,
 que podem ser mais comummente mencionados por pessoas que a consomem 
pela primeira vez. Estudos de observação epidemiológicos revelaram que o
 consumo de cannabis por parte dos condutores aumenta igualmente o risco
 de envolvimento na colisão de veículos rodoviários (Asbridge e outros, 
2012). Entre os efeitos crónicos do consumo de cannabis figuram a 
dependência e as doenças respiratórias. 
O
 consumo regular de cannabis na adolescência pode ter efeitos adversos 
na saúde mental dos jovens adultos, e existem dados que apontam para maiores riscos de sintomas psicóticos e de perturbações que aumentam com a frequência e a quantidade do consumo (Hall e Degenhardt, 2009).
Tratamento
Procura de tratamento
Em 2010, a cannabis era a droga principal de cerca de 108 000 pacientes 
 em início de tratamento registados em 29 países (25% do total), o que a
 torna a segunda droga mais referida a seguir à heroína. 
Além
 disso, a cannabis foi a droga secundária mais mencionada, tendo sido 
referida em cerca de 98 000 citações. Os consumidores de cannabis que a 
consomem como droga principal correspondem a mais de 30% dos pacientes 
 que iniciam o tratamento na Alemanha, Bélgica, Chipre, Dinamarca, 
França, Hungria, Países Baixos e Polónia, mas a menos de 10% na 
Bulgária, Eslovénia, Estónia, Luxemburgo, Malta e Roménia, e entre 10% e
 30% nos restantes países) (52). 
Quase
 70% da totalidade dos consumidores de cannabis que iniciam o tratamento
 na Europa são notificados pela Alemanha, Espanha, França e Reino Unido.
 As diferenças na prevalência do consumo de cannabis e os problemas 
conexos ajudam a explicar uma parte da variação constatada entre os 
diversos países no que respeita à percentagem de indivíduos que iniciam 
tratamento. Outros fatores, como as práticas de encaminhamento e o tipo 
de oferta de tratamento, são igualmente importantes. 
França, por exemplo, possui um sistema de centros de aconselhamento especificamente direcionados para pacientes 
 jovens, que são sobretudo consumidores de cannabis (53), enquanto a 
Hungria oferece aos delinquentes consumidores de cannabis a 
possibilidade de fazerem tratamento em alternativa às sanções penais; 
ambos os sistemas contribuem para aumentar o número de pessoas que 
inicia tratamento. 
Nos
 últimos cinco anos, nos 25 países relativamente aos quais existem dados
 disponíveis, registou-se um aumento global (de 73 000 pacientes , em 2005, para 106 000, em 2010) do número de pacientes  consumidores de cannabis que iniciam tratamento, em especial daqueles que iniciaram tratamento pela primeira vez na vida. 
Perfil dos pacientes em tratamento
A
 maioria dos pacientes que consomem cannabis inicia tratamento em regime
 ambulatório e constitui um dos grupos de pacientes mais jovens em 
início de tratamento, com uma média de idades de 25 anos. 
Os
 jovens que mencionam a cannabis como droga principal representam 76% 
dos pacientes que iniciam tratamento registados na faixa etária dos 15 
aos 19 anos e 86% dos que têm menos de 15 anos. A proporção entre homens
 e mulheres é a mais elevada registada entre os pacientes (cerca de 
cinco homens para cada mulher). Globalmente, cerca de metade dos 
pacientes que têm a cannabis como droga principal consomem-na 
diariamente, cerca de 21% consomem-na 2 a 6 vezes por semana, 13% 
consomem-na semanalmente ou com menos frequência e 17% são consumidores 
ocasionais, alguns dos quais não consumiram a droga no mês anterior ao 
início do tratamento. 
Existem
 diferenças consideráveis entre os países. Na Hungria, por exemplo, onde
 a maioria dos consumidores de cannabis que iniciam tratamento são 
encaminhados pelo sistema de justiça penal, os pacientes são na sua 
maioria consumidores ocasionais ou não consumiram a droga no mês 
anterior ao início do tratamento (54).
Fonte
 - Relatório  Anual 2012 do Observatório Europeu sobre Drogas e 
Dependência Química - European Monitoring Centre for Drugs and Drug 
Addiction (EMCDDA)
Link para o original em pdf - Idioma: PT
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