Políticas sobre drogas devem ser baseadas na saúde e não na punição, destaca UNODC em Simpósio Internacional sobre Drogas
Brasília, 11 de setembro de 2013
"Os  transtornos relacionados ao uso de drogas devem ser reconhecidos como  problemas de saúde e tratados como qualquer outra doença", afirmou o  Chefe do Departamento de Prevenção às Drogas e Saúde do Escritório das  Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Dr. Gilberto Gerra, durante o   Simpósio Internacional sobre Drogas: da Coerção à Coesão, realizado esta semana no Museu Nacional da República, na capital federal. 
Gerra participou na manhã de ontem da  primeira mesa de debate do Simpósio, na qual apresentou evidências  científicas sobre a maior eficácia das políticas sobre drogas baseadas  na saúde, e não na punição. Além disso, ele destacou que é fundamental  reconhecer condições de vulnerabilidade e acabar com a discriminação e o  estigma associados aos usuários de drogas.
Fazendo referência às convenções  internacionais sobre drogas das quais o UNODC é guardião, Gerra lembrou  que usuários de drogas não devem ser punidos ou detidos e, quando  cometem crimes, devem ter a opção de tratamento como alternativa à  prisão. O tratamento da dependência de drogas deve ser voluntário,  baseado em evidências, confidencial e com consentimento informado: "A  ética da clínica médica não permite tratamentos sem o consentimento do  paciente", explicou Gerra.
Segundo ele, o tratamento sem o  consentimento de usuários de drogas deve ser somente uma medida  emergencial de curto prazo, não ultrapassando poucos dias, e aplicada  apenas em casos de intoxicação aguda ou quando o indivíduo possa colocar  em risco a sua própria segurança ou a de outros. "Tratamentos de longo  prazo e sem consentimento são caros e desnecessários. Precisamos de  tratamentos humanizados e de custos acessíveis nas comunidades",  completou.
Gerra é co-autor do documento   Da coerção à coesão - Tratamento da dependência de drogas por meio de cuidados em saúde e não da punição,  publicado pelo UNODC em 2010, que serviu como base para a organização do Simpósio  .
Abertura contou com autoridades do governo brasileiro e de organismos internacionais
Durante a abertura do Simpósio na noite  de segunda-feira, o Representante do Escritório de Ligação e Parceria do  UNODC no Brasil, Rafael Franzini, afirmou: "O que estamos tentando  fazer aqui é reforçar experiências positivas, mudar o rumo em direção a  melhores práticas e, sobretudo, colocar o cidadão no centro da questão".
Fazendo referência ao  documento do UNODC  que dá nome ao Simpósio, ele continuou: "Da coerção à coesão trata  disso: de reconhecer as situações de vulnerabilidades em que vivem os  indivíduos, seus problemas e suas circunstâncias, e dar uma resposta  humana, aliviando sua condição ao invés de agravá-la. Por isso coesão  social e não coerção policial. Porque o dependente químico é sujeito do  direito de saúde, não do direito penal".
Além de Franzini, representantes da  Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e dos Ministérios da Saúde, da  Justiça, da Cultura e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome também  participaram da abertura.
O Secretário Nacional de Políticas sobre  Drogas, Vitore Maximiano, destacou a diversidade e a experiência dos  expositores do Simpósio: "Este é o espaço para um debate absolutamente  qualificado. Temos muito a  aprender a partir dessas contribuições  fundamentais, decisivas para que tenhamos uma política cidadã, com um  olhar para quem realmente faz uso abusivo de drogas, que tanto merece o  olhar do Estado brasileiro".
O Secretário de Atenção à Saúde,  Helvécio Magalhães, vê no Simpósio um importante espaço para debate: "É  uma excelente oportunidade para crescermos e discutirmos a política para  cuidar das pessoas com dependência química. O enfrentamento dos  problemas relacionados às drogas é um compromisso de governo como um  todo, não apenas da saúde, mas de todos os agentes envolvidos".
Programação
Na tarde de terça-feira foram realizadas  duas mesas de debate sobre "Drogas, economia e exclusão social" e  "Inovações internacionais frente à política sobre drogas: pragmatismo e  direito", com a participação do ex-secretário de Políticas sobre Álcool,  Drogas e Tabaco da Holanda, Eddy Engelsmen, e do Secretário Nacional de  Drogas da Presidência da República do Uruguai, Julio Calzada, entre  outros convidados.
O Simpósio foi encerrado hoje, após uma  discussão sobre o papel da mídia na veiculação de informação sobre a  questão das drogas e uma mesa de debate sobre "Direitos humanos, cidades  e drogas", que contou com expositores do Canadá, Portugal e República  Tcheca.
Amanhã está programada uma atividade pós-Simpósio, na qual serão apresentadas e discutidas as  normas internacionais para ações de prevenção do uso de drogas, lançadas pelo UNODC durante a  última reunião da Comissão de Narcóticos em março de 2013.
Realizado entre 9 e 11 de setembro com a  presença de mais de 400 participantes, o Simpósio teve organização e  apoio do Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de  Políticas sobre Drogas (SENAD); do ministério da Saúde, por meio do  Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em  Saúde e da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras  drogas/Departamento de Articulação de Rede de Atenção à Saúde/Secretaria  de Atenção à Saúde; do UNODC e da Organização Pan-Americana da Saúde  (OPAS), em parceria com o Consórcio Internacional de Políticas sobre  Drogas (IDPC) e o Instituto Igarapé.
Fonte - UNODC
Fonte - UNODC
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