Cresce o uso de drogas entre jovens

Cresce o uso de drogas entre jovens 

Psicólogos e especialistas na área dão dicas de como identificar quem está usando drogas, qual delas e ainda o que fazer

Cresce o uso de drogas entre jovens Psicólogos e especialistas na área dão dicas de como identificar quem está usando drogas, qual delas e ainda o que fazer
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu o uso de drogas ilícitas por adolescentes entre 2009 e 2012. De acordo com os estudos, em 2012 chegou a 9,9% a proporção de adolescentes que vivem nas capitais que já experimentaram drogas ilícitas — o que equivale a pouco mais de 312 mil jovens. Em 2009, quando foi feita a primeira pesquisa desse tipo, o porcentual foi de 8,7%.

E o que fazer para conseguir identificar se o seu filho, sobrinho ou mesmo um conhecido está sob o efeito de drogas? Segundo o médico psiquiatra da Diretoria de Políticas sobre Drogas da Prefeitura de Curitiba, Ricardo Luiz Malina Losso, todas essas substâncias – maconha, cocaína, crack, álcool, dentre outras – acometem as dimensões biológicas, psíquicas e sociais.
 

“Na dimensão biológica, a droga afeta diferentes sistemas do corpo: na psíquica, alterando comportamento, pensamentos, sensações e emoções, e na social, alterando as relações com as pessoas e ambiente que o cerca”, explica.
A psicóloga Jocimara Nogueira, da Crenvi — uma casa de recuperação para dependência química em Curitiba —, acrescenta que os usuários de drogas apresentam ainda mudanças evidentes de hábitos, comportamentos e aparência física. “O crack, por exemplo, evidencia uma a redução significativa no apetite, que leva à perda de peso rápida. Já a maconha é caracterizada por comportamentos como risadas em excesso, sonolência, aumento do consumo principalmente de doces, vermelhidão nos olhos, distúrbios na percepção do tempo e do espaço, entre outros”, diz ela.
 

Outro fator que identifica o uso dessas substâncias são as mudanças comportamentais. “O indivíduo passa a ter prejuízos nos estudos, trabalho, bem como se afasta da família, podendo até mesmo envolver-se em atos ilícitos, dentro ou fora de casa, a fim de manter o vício”, afirma Jocimara.
De maneira geral, a relação com a pessoa que está usando drogas vai influenciar em uma identificação do problema com mais rapidez, segundo os médicos. “Além disso, é fundamental que busquemos informações sobre não só os efeitos das drogas, mas dos motivos que levam as pessoas a iniciarem e manterem o uso delas”, acrescenta Losso.


“Acolhimento é imprenscindível”

Após ter identificado que uma pessoa próxima está usando drogas, a segunda etapa é a abordagem, e é nessa fase que as pessoas encontram mais dificuldades. O consenso entre os médicos é que o acolhimento deve ser o caminho a ser seguido.
“O acolhimento nesse momento é imprescindível, pois geralmente o dependente químico não demonstra motivação para aderir ao tratamento ou se o faz, é em função da insistência dos familiares, de medida judicial ou ameaça de traficantes. Precisamos entender o estágio motivacional em que este indivíduo se encontra e levá-lo a percepção e a associação de seus prejuízos com o hábito do uso de drogas”, explica a psicóloga Jocimara Nogueira.
Na hora da abordagem, de acordo com Ricardo Losso, é importante observar uma série de fatores: o grau de envolvimento do indivíduo, da personalidade, do estado da relação do indivíduo com a pessoa que o abordará, da substância utilizada, do estado físico e psíquico, dos prejuízos sociais causados, da existência de comorbidades, do nível de motivação ao tratamento, das habilidades de comunicação da pessoa que tentará fazer a abordagem e de compreensão do indivíduo.
“Mas as melhores técnicas são aquelas baseadas em empatia, em orientação que busca compreender e auxiliar a superação das dificuldades, de preferência com um diálogo colaborativo e consensual, o que nem sempre é possível. Em casos de maior envolvimento com a substância (droga), pode ser necessária intervenção de um profissional para auxiliar na abordagem, ainda que a família continue tendo papel crucial na recuperação”, alerta o psiquiatra.


Álcool e nicotina lideram lista das mais usadas

Segundo a Diretoria de Políticas sobre Drogas da Prefeitura de Curitiba, as drogas mais consumidas são o álcool e a nicotina/cigarro. E dentre as drogas ilegais, a maconha.
Apesar do álcool ser uma droga lícita e de efeito “recreativo”, a psicóloga Jocimara Nogueira entende que é importante entender que não existe uma droga inofensiva. “Todas viciam e causam sérios prejuízos, desde a maconha, tão retratada como natural, até o crack que produz um efeito devastador no organismo”, afirma.
Outro destaque é para o mito de que o crack é uma droga utilizada somente nas classes mais baixas. “O crack já há algum tempo superou as barreiras sociais e é encontrado em classes sociais mais abastadas, proporcionando grande prejuízo aos envolvidos em seu uso, indistintamente”, resume o médico psiquiatra Ricardo Luiz Malina Losso.


Apoio à família
 
A Diretoria de Políticas Públicas sobre Drogas utiliza diferentes mecanismos para auxiliar também a família e pessoas ligadas ao dependente químico. Segundo o departamento, cartilhas, palestras, cursos de aprofundamento sobre drogas, quiosques interativos em locais estratégicos e interação direta dos profissionais estão disponíveis na rede pela Diretoria, pela Secretaria de Saúde, através das Unidades Básicas de Saúde, UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), que lidam diretamente com o tratamento dos pacientes.


Fonte - Bem Paraná
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