Viciado volta às ruas de São Paulo após um mês de internação

Viciado volta às ruas de São Paulo após um mês de internação

FABIANA CAMBRICOLI
DO "AGORA" 

Folha de São Paulo


Pouco mais de um mês após procurar ajuda no Cratod (centro de referência para dependentes químicos) e ser internado em um hospital do Estado, um jovem viciado em crack há sete anos teve alta e está desaparecido. 

 
A ilusão, do tratamento "relâmpago" para dependentes químicos - http://www.mais24hrs.blogspot.com.br O rapaz, de 22 anos, foi encaminhado ao hospital psiquiátrico Pinel, em Pirituba (zona norte), em 24 de janeiro.
A mãe dele, a dona de casa Sonia Aparecida Klein, 48, foi uma das pessoas que procuram o centro de referência para pedir a internação de parentes naquela semana --a primeira do plantão judiciário montado pelo Estado para agilizar os encaminhamentos.
No última quinta-feira, ele foi liberado. Segundo Sonia, o hospital já havia tentado liberar o filho outras duas vezes, dizendo que ele já havia passado pela desintoxicação.
"Na primeira vez, o médico chegou a assinar a alta, mas meu filho disse que não tinha condições de sair, que sonhava que estava usando a droga e acordava com o gosto dela na boca", conta.

O jovem saiu e foi orientado a continuar o tratamento num Caps (Centro de Atenção Psicossocial), da prefeitura, onde havia sido tratado anteriormente, sem sucesso.
No dia seguinte à alta, o rapaz fugiu. "Meu filho não tinha condições de ter alta ainda. O hospital está dando alta para todo mundo em 15 dias, um mês, para poder abrir vagas", diz Sonia.
Ela passou os últimos dias à procura do filho. "Vi meu filho melhorar, engordar e agora ele voltou para esse mundo [das drogas]", diz. 

Fonte-Folha de São Paulo 

A ilusão, do tratamento "relâmpago" para dependentes químicos

Por Mais 24 Hrs
Emerson 

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Bem, a descrição, da situação acima, não poderia nos dar, um cenário pior. Um mês, trinta dias. Nada mais inocente, que esperar que um dependente do crack, que morava nas ruas, com o corpo, e o psicológico, totalmente destruídos, estivesse, em trinta dias, apto para por si só, dar continuidade a um tratamento, por meio ambulatorial, no CAPS. Ora, se não é uma santa e criminosa inocência, é uma demonstração de despreparo total, e completo desconhecimento. Ou, a mostra de que, o plano tão divulgado e alardeado, do enfrentamento do crack, internações involuntárias e tal, está completamente equivocado, e mal planejado. Somente com um milagre.
Não será, nem é, tão simples, não se trata de um pé quebrado, ou uma gripe forte, que com trinta dias de hospital, o paciente já pode receber alta, e "ir pra casa continuar tomando aspirinas". A DQ, é uma doença crônica, física, social, emocional, e espiritual, progressiva, incurável, e fatal. 

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O melhor resultado, que se pode obter hoje, é por meio de Comunidades Terapêuticas. O afastamento, para um ambiente em moldes de residência, porém terapêutico, é um grande diferencial. Medicação psiquiátrica adequada (principalmente no início), informações sobre a doença, sobre um programa terapêutico, apoio psicológico, terapia ocupacional (horta, limpeza, e manutenção, etc), lazer, reeducação de horários para alimentação sono e responsabilidades, além de, a partilha e o convívio com seus pares, ou seja, pessoas que, tendo o mesmo problema, independente de raça, credo, e posição social, entendem e compreendem, umas, as outras. Hoje, o período mínimo indicado, é de 6 meses, e 9 meses, pode variar, cada instituição, adota um programa terapêutico próprio, porém, a grande maioria, inclui como base, os 12 Passos. 

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A espiritualidade, é outro ponto, fundamental. Pouco provável é, que no HP Pinel, tenha algum tipo de profissional, ou voluntário, que possa praticar, e transmitir, algum tipo de programa terapêutico, para os pacientes.
É uma ilusão, que neste caso, a pessoa, vá continuar um tratamento ambulatorial. Para se ter uma idéia, a abstinência física, do crack, leva no mínimo, 60 dias para passar, ou seja, os resquícios da droga no organismo, perduram por este tempo. A abstinência psicológica, pode levar 6 meses, até 1 ano, ou mais, para se estabilizar.

Espero, com fé, aliás, toda a nação creio eu que espera, que o governo federal, juntamente com os governos estadual, e municipal, encontrem o caminho certo, para que o plano de enfrentamento do crack, tenha resultado efetivo. 

Este plano, esta luta, é importantíssima, mas, é somente para "estancar a hemorragia", dar "sobrevida". A principal mudança, é de amplitude geral, e em todas as estruturas sociais.

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