Pontos de vista: internações compulsórias
As internações compulsórias, vieram, como medida urgente, no plano de enfrentamento do crack, tentar minimizar, ou fazer frente a uma situação, que na prática, está incontrolável, do ponto de vista humano, talvez não social (as vezes chega bem perto).
Pois que foi principalmente nos grandes centros, feito grande alarde, com inúmeras personalidades, e autoridades envolvidas. Muitos, até de muito boa vontade. Na última semana, foi divulgada nacionalmente, uma reportagem sobre uma mãe, que procurava seu filho, viciado em crack (dependente químico), e que havia sido, internado nos termos deste plano, compulsóriamente, no Pinel (...) O rapaz, de 22 anos, foi encaminhado ao hospital psiquiátrico Pinel, em Pirituba (zona norte), em 24 de janeiro.(...). Não está claro, se foi involuntaria, mas está claro, que foi a "máquina" montada para estas ações, que encaminhou, e internou o rapaz. Veja o artigo na íntegra (FABIANA CAMBRICOLI DO "AGORA" Folha de São Paulo).
Segundo a matéria, o rapaz ficou por 30 dias internado, (...) Na última quinta-feira, ele foi liberado. Segundo Sonia, o hospital já havia tentado liberar o filho outras duas vezes, dizendo que ele já havia passado pela desintoxicação. "Na primeira vez, o médico chegou a assinar a alta, mas meu filho disse que não tinha condições de sair, que sonhava que estava usando a droga e acordava com o gosto dela na boca", conta.(...), claramente, o hospital, ansiava por ve-lo com alta, alegando que o mesmo poderia dar continuidade ao tratamento, no CAPS. Por 2 vezes tentou, e finalmente ele foi liberado pelo médico, mesmo alegando ele próprio, que não estava em condições, de sair pra rua.
Várias lições, podem ser aprendidas, com o fato, e não é necessário ser um especialista para tanto. Aliás, quero abrir um parenteses: O conhecimento acumulado, por um DQ, no que se refere às características comportamentais da doença, ultrapassa muitas vezes e muito, o de profissionais com diplomas, sejam médicos, ou psicólogos. Óbvio, que, não se fala aqui do conhecimento científico, ou prático da medicina, mas sim, o conhecimento de causa própria, ou seja, um DQ conhece, e sabe o que o outro está sentido, porque já passou pelo mesmo problema, ou de uma forma parecida, além do que, conhece por força da circustância, todas as sensações no uso, do uso, e consequências dele.
1º: Os hospitais, em sua maioria e principalmante nos grandes centros, simplificando, trabalham com a alta objetiva do paciente, ou seja, se o quadro clínico e físico, está estável, ele tem de receber alta, para desocupar a vaga. Não está, de todo equivocado, visto haverem doentes graves na fila. Acontece que, a dependência química, não está somente ligada à alta objetiva, mas sim e muito mais, à alta subjetiva, ou seja, o estado emocional por assim dizer, do paciente. Óbvio, que um dependente de crack, vindo das ruas, não está em 30 dias, apto a conduzir por si só, um tratamento ambulatorial, seja este qual for, indo e vindo ao CAPS, todos os dias, ou duas vezes por semana.
2º O claro despreparo no tratamento. Profissionais desqualificados para dependência química, e total falta de abordagem terapêutica para com o paciente. Desintoxicação, é apenas a primeira parte, o primeiro passo, no âmbito físico e clínico. O "iceberg", é muito maior, e está "debaixo d'água". A DQ, é uma doença multifacetada, de múltiplas características, são estas: FÍSICA, EMOCIONAL, SOCIAL, E ESPIRITUAL.
A abordagem, e tratamento, relizado em moldes de Comunidades Terapêuticas, ou Clínicas, que proporcionem um AFASTAMENTO temporário do paciente, do meio em que vivia, ou sobrevivia, é muitas vezes, fundamental em um primeiro instante.
O processo inicia-se com a desintoxicação, passando pela recuperação física em todos os sentidos; alimentação, sono, higiene pessoal, etc. Juntamente, quando necessario, com a medicação adequada (antidepressivos, estabilizadores de humor, etc), receitada adequadamente, por um psiquiatra.
Nisto, a convivência, em um ambiente favorável, e sadio, livre de drogas, permitirá ao paciente, reeducar-se, em suas funções básicas, reorganizar pensamentos, e ser estimulado por este mesmo ambiente, para a busca principal, o auto-conhecimento, com acompanhamento psicológico adequado.
Programa terapêutico enfim, que inclua lazer, e trabalho (terapia ocupacional). Aplicação de um programa de recuperação: Na grande maioria, e com bons resultados, os 12 Passos de AA ou NA, por exemplo, mas pode ser qualquer outro programa que se volte para uma mudança de vida do indivíduo, interiorizando esta necessidade, e construindo objetivos concretos, outro exemplo prático, seria por meio da prática espiritual acentuada, como é o caso das Comunidades Terapêuticas de cunho espiritual (Evangélicas, Católicas, etc).
Mas com certeza, a ação das internações compulsórias, ou involuntárias, é ainda, uma ação que pretende salvar vidas, e muito importante. Ainda que não estruturada para a recuperação efetiva e dentro de parâmetros terapêuticos e técnicos, mas é a medida que pode evitar a morte do DQ, que está nas ruas.
Por Mais 24 Hrs
Autor - Emerson
1º: Os hospitais, em sua maioria e principalmante nos grandes centros, simplificando, trabalham com a alta objetiva do paciente, ou seja, se o quadro clínico e físico, está estável, ele tem de receber alta, para desocupar a vaga. Não está, de todo equivocado, visto haverem doentes graves na fila. Acontece que, a dependência química, não está somente ligada à alta objetiva, mas sim e muito mais, à alta subjetiva, ou seja, o estado emocional por assim dizer, do paciente. Óbvio, que um dependente de crack, vindo das ruas, não está em 30 dias, apto a conduzir por si só, um tratamento ambulatorial, seja este qual for, indo e vindo ao CAPS, todos os dias, ou duas vezes por semana.
2º O claro despreparo no tratamento. Profissionais desqualificados para dependência química, e total falta de abordagem terapêutica para com o paciente. Desintoxicação, é apenas a primeira parte, o primeiro passo, no âmbito físico e clínico. O "iceberg", é muito maior, e está "debaixo d'água". A DQ, é uma doença multifacetada, de múltiplas características, são estas: FÍSICA, EMOCIONAL, SOCIAL, E ESPIRITUAL.
A abordagem, e tratamento, relizado em moldes de Comunidades Terapêuticas, ou Clínicas, que proporcionem um AFASTAMENTO temporário do paciente, do meio em que vivia, ou sobrevivia, é muitas vezes, fundamental em um primeiro instante.
O processo inicia-se com a desintoxicação, passando pela recuperação física em todos os sentidos; alimentação, sono, higiene pessoal, etc. Juntamente, quando necessario, com a medicação adequada (antidepressivos, estabilizadores de humor, etc), receitada adequadamente, por um psiquiatra.
Nisto, a convivência, em um ambiente favorável, e sadio, livre de drogas, permitirá ao paciente, reeducar-se, em suas funções básicas, reorganizar pensamentos, e ser estimulado por este mesmo ambiente, para a busca principal, o auto-conhecimento, com acompanhamento psicológico adequado.
Podemos utilizar a definição de CT de Maxwell Jones: ”... grupo de pessoas que se unem com um objetivo comum e que possui uma forte motivação para provocar mudanças”. Este objetivo comum, na maioria das vezes, surge em um momento de crise onde o individuo apresenta uma desestruturação na sua vida em todas as áreas: física, mental, espiritual, social, familiar e profissional. É nesse momento que as pessoas diminuem as defesas, resistências e demonstram maior disponibilidade e abertura a mudanças porque não tem nada a perder. O objetivo da CT é o crescimento das pessoas através de um processo individual e social; é o papel da equipe é ajudar o indivíduo a desenvolver seu potencial. Obid - Senad
Programa terapêutico enfim, que inclua lazer, e trabalho (terapia ocupacional). Aplicação de um programa de recuperação: Na grande maioria, e com bons resultados, os 12 Passos de AA ou NA, por exemplo, mas pode ser qualquer outro programa que se volte para uma mudança de vida do indivíduo, interiorizando esta necessidade, e construindo objetivos concretos, outro exemplo prático, seria por meio da prática espiritual acentuada, como é o caso das Comunidades Terapêuticas de cunho espiritual (Evangélicas, Católicas, etc).
Mas com certeza, a ação das internações compulsórias, ou involuntárias, é ainda, uma ação que pretende salvar vidas, e muito importante. Ainda que não estruturada para a recuperação efetiva e dentro de parâmetros terapêuticos e técnicos, mas é a medida que pode evitar a morte do DQ, que está nas ruas.
Por Mais 24 Hrs
Autor - Emerson
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